Amigas e Amigos!
A tragédia que toma conta do Rio de Janeiro nos chama, com certeza, a solidariedade sem questionamentos. A dor da perda de bens materiais, frutos de trabalho por muito tempo, e a dor imensurável da perda de parentes e amigos serão de difícil superação. Mas, dentro de nossas possibilidades é momento de encaminharmos nossas contribuições para amenizar sofrimentos que tem marcas maiores que as cicatrizes que imaginarmos. As contribuições devem ser materiais pois fome e doenças precisam ser superadas, mas não podemos esquecer que esses sobriventes estão necessitando saber que ainda existe amor. Cabe a nós mostrar-lhes que o amor continua.
Mas a notícia que hoje li no UOL (http://www.uol.com.br/) - matéria da Folha de São Paulo -, sobre esse desastre na região serrana do Rio de Janeiro, é de difícil "digestão". Está publicado no refirido portal que:
Um estudo encomendado pelo próprio Estado do Rio de Janeiro já alertava, desde novembro de 2008, sobre o risco de uma tragédia na região serrana fluminense --como a que ocorreu na última segunda-feira e que já deixou ao menos 547 mortos [...] A situação mais grave, segundo o relatório, era exatamente em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, os municípios mais devastados pelas chuvas e que registram o maior número de mortes. [...] O estudo apontou a necessidade do mapeamento de áreas de risco e sugeriu medidas como a recuperação da vegetação, principalmente em Nova Friburgo, que tem maior extensão de florestas. Quanto a Petrópolis e Teresópolis, o estudo informou que as cidades convivem com vários fatores de risco diferentes --boa parte da área urbana em montanhas e planícies fluviais-- e podem ser atingidas por desastres "capazes de gerar efeitos de grande magnitude".
No final da matéria, é apresentada a declaração do governo sobre o assunto, com a seguinte "pérola":
O secretário do Ambiente do Rio, Carlos Minc, disse que o mapeamento de áreas de risco foi feito, faltando "apenas" a retirada dos moradores, e que os parques florestais da região também foram ampliados.
O estudo é de 2008 - e nós estamos em 2011 - e a declaração do secretário dá idéia de que está tudo sobre controle. Não sei como vocês, minhas amigas e meus amigos, estão se sentido. Eu estou enjoado e cada vez mais acreditando que para nossos políticos pessoas importam muito quando se "transformam" em votos. Em entressafra de eleíções, nos brindam com preciosidades como essa acima.
Para não inundar mais, convido vocês a ouvirem a bonita interpretação de Tonico & Tinoco para a música "Pingo d'água", de Raul Torres e João Pacífico.
E por aqui, vou colocando meu pé no estribo, deixando um grande abraço para todos!
Wilmar Machado