sábado, 6 de novembro de 2010

COM O PÉ NO ESTRIBO - CPMF pós-eleição

     As urnas eletrônicas utilizadas na eleição do último domingo ainda não esfriaram completamente e uma “promessa” de candidatos começa a se tornar realidade. Notícias de quinta-feira passada dão conta de que a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) será “ressuscitada”, o que indica a consolidação da promessa de que os impostos cairiam – e vão cair sobre nossas cabeças, sobre nossos salários, sobre nossas compras no supermercado, sobre nossos...


     Por outro lado, é muito bom ver nossos recém eleitos governadores se preocuparem com a saúde dos brasileiros. Com essa preocupação, o governador reeleito de Pernambuco defende a volta da CPMF para amenizar o déficit anual na área da saúde, alegando que a supressão da contribuição não permitiu a queda de preços dos produtos no mercado brasileiro. O governador reeleito do Ceará acredita que se trata de um sacrifício necessário de alguns para o bem de todos, não com a CPMF, mas com a CSS (Contribuição Social para a Saúde).

     Apesar de demonstrar, em sua primeira entrevista coletiva, preocupação com o estabelecimento de novos impostos, a presidente eleita no domingo passado se mostra satisfeita (conforme noticiaram os jornais da última semana) com o movimento dos governadores para a geração de uma nova (ou velha) fonte de recursos onde o financiamento da saúde é usado como mote.

     Na primeira página do Correio Braziliense deste sábado, como manchete principal, pode-se encontrar que “CPMF nem começou e juros aumentam” e no portal da Folha de São Paulo é destacado que, mesmo depois da queda da contribuição provisória, “Receita cresceu duas CPMFs, mas verba não foi para a saúde”.

     Baseado em experiências de nosso passado recente, os problemas da saúde acabarão, com certeza, assim que a contribuição esteja definida. Depois, solucionaremos os demais problemas com a criação da CSE (para a Educação), da CSP (para o Policiamento de nossas ruas), da CSC (para a Cultura), da CSCM (para o Combate a Miséria), da CSetc. (para et cetera).

     O professor Idalberto Chiavenato afirma que “administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar a aplicação dos recursos organizacionais para alcançar determinados objetivos de maneira eficiente e eficaz”. Quando podemos “inventar” recursos de acordo com as necessidades que se apresentam, para que administrar e para que administradores?

     E ainda assim votamos, porque o voto é obrigatório. Mas acredito que um dia votaremos, não por obrigação, mas por acreditarmos em propostas e em pessoas capazes de administrar essas propostas com “recursos escassos”. Até lá, vamos continuar pensando sobre o que tem sido feito com uma das maiores arrecadações de impostos do mundo que não consegue resolver, ou pelo menos amenizar, os problemas na área de saúde.

     Enquanto pensamos, vamos ouvir Zé Mulato & Cassiano cantando, de autoria deles mesmos, a divertida “Mensalão”.


    
     E por aqui, vou colocando o pé no estribo e encerrando a semana. No próximo sábado, tem mais. Um grande abraço!

Wilmar Machado.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

FOGÃO DE LENHA - Cola Gaita

     Nada encontrei que me desse qualquer pista sobre a origem do nome desse prato da culinária gaúcha - que hoje já cruzou as fronteiras do Rio Grande do Sul e faz sucesso no Mato Grosso. O que posso garantir é que esse nome estranho - Cola Gaita - identifica uma iguaria campeira saborosíssima e é minha sugestão para este fim-de-semana que está chegando.
     A boa novidade é que a receita não apresenta grande dificuldade, conforme você confere abaixo.


COLA GAITA

Ingredientes:

1 1/2 kg de espinhaço de ovelha
1 kg de aipim (macaxeira ou mandioca)
2 cebolas picadas
4 dentes de alho picados
2 pimentas verdes picadas
2 xícaras de farinha de mandioca
Cheiro verde à gosto

Modo de preparar:

Fritar as chuletas do espinhaço já salgadas.
Colocar as cebolas e os alhos picados para fritar junto ao espinhaço.
Cozinhar o aipim à parte, cortado em pedaços médios até amolecer. 
Com a carne já em ponto de fritura bem dourada, acrescentar o aimpim com a água do cozimento.
Colocar cheiro verde, as pimentas picadas e um pouco mais de água quente.
Misturar e deixar em fogo brando até encorpar.
Se necessário, corrigir o sal. 
Colocar a farinha de mandioca, aos poucos, e
Mexer devagar, para dar ponto de pirão.

     E para "inspirar" você no preparo deste prato de hoje, deixo abaixo a música "Iguaria Campeira", de Régis Marques, na interpretação do Grupo Rodeio.


     Bom apetite! E até nosso próximo encontro aqui no "Fogão de Lenha"!

Wilmar Machado

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

GALERIA SERTANEJA - Céu, Sol, Sul, Terra e Cor

     Jader Moreci Teixeira, músico, cantor e compositor de música regional gaúcha, conhecido como Leonardo, nasceu em Bagé (RS), no dia 30 de novembro de 1938 e morreu em Viamão (RS), em 7 de março de 2010.

     Em 1957, aos 19 anos de idade, foi morar em Porto Alegre (RS) e, antes de iniciar sua bem sucedida carreira musical, trabalhou em circo, como o palhaço “Zé Sabugo”. No circo, conheceu a música sertaneja e formou uma dupla com Leopoldo Lino, adotando o nome de Leonardo. A dupla "Leopoldo & Leonardo" gravou três discos, em São Paulo. Em 1962, forma nova dupla com Deroí Marques, com o nome de "Leonardo & Leonir".

     Em 1964, integra a primeira formação do grupo "Os 3 Xirús", com os irmãos Elmo e Bruno Neher, que começou uma caminhada de sucessos com a música "Baile da Coceira". Com “Os 3 Xirús” gravou 12 discos e participou das primeiras edições da Califórnia da Canção Nativa, de Uruguaiana. Em 1978, compôs “Céu, Sol, Sul, Terra e Cor" e venceu a III Ciranda Teuto-Riograndense de Taquara, acompanhado pelo grupo "Os Mirins". Leonardo, em 1982, com a música Tertúlia, acompanhado do conjunto "Os Serranos" venceu a Califórnia da Canção Nativa.

No ano 2000, a canção “Céu, Sol, Sul, Terra e Cor” é escolhida em uma enquete popular realizada pelo jornal Zero Hora, como a Música Símbolo do Rio Grande do Sul, entre as principais músicas do século XX. E é esse sucesso de Leonardo que apresentamos para vocês, hoje, em nossa Galeria Sertaneja, com a letra, logo a seguir, e a música, na interpretação do próprio Leonardo, mais abaixo.



CÉU, SOL, SUL, TERRA E COR

Eu quero andar nas coxilhas
Sentindo as flexilhas das ervas do chão,
Ter os pés roseteados de campo,
Ficar mais trigueiro com o sol de verão.
Fazer versos cantando as belezas
Desta natureza sem par.
E mostrar para quem quiser ver
Um lugar pra viver sem chorar
(E mostrar para quem quiser ver
Um lugar pra viver sem chorar!)

Refrão:
É o meu Rio Grande do Sul
Céu, sol, sul, terra e cor!
Onde tudo o que se planta cresce
E o que mais floresce é o amor.
É o meu Rio Grande do Sul
Céu, sol, sul, terra e cor!
Onde tudo o que se planta cresce
E o que mais floresce é o amor.
(Onde tudo o que se planta cresce
E o que mais floresce é o amor!)

Eu quero me banhar nas fontes
E olhar horizontes com Deus,
E sentir que as cantigas nativas
Continuam vivas para os filhos meus.
Ver os campos florindo e
Crianças sorrindo felizes a cantar!
E mostrar para quem quiser ver
Um lugar pra viver sem chorar
(E mostrar para quem quiser ver
Um lugar pra viver sem chorar!)

Refrão

Eu quero me banhar nas fontes
E olhar horizontes com Deus,
E sentir que as cantigas nativas
Continuam vivas para os filhos meus.
Ver os campos florindo e
Crianças sorrindo felizes a cantar!
E mostrar para quem quiser ver
Um lugar pra viver sem chorar
(E mostrar para quem quiser ver
Um lugar pra viver sem chorar!)

Refrão






      Na expectativa que vocês tenham gostado da nossa Galeria de hoje, deixo um abraço e até a próxima semana.

Wilmar Machado

Fontes: http://pt.wikipedia.org
            http://www.portalviamao.com.br


P.s.: Deixem seus comentários sobre a Galeria Sertaneja no espaço abaixo.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

TERTÚLIA NATIVA - Caboclo roceiro

     Em um dos programas do mês de outubro, tive oportunidade de declamar uma poesia de Patativa do Assaré, com o título “Caboclo roceiro”, após assistir, no http://www.youbube.com/, o próprio Patativa declamando. Gostei demais e resolvi partilha-la com os ouvintes. Hoje, partilho com vocês, leitores e seguidores do blog, esperando que também gostem.

     Mas antes, quero falar um pouco para vocês do autor dessa obra, conforme consta em http://www.tanto.com.br/Patativa.htm. 

     Patativa do Assaré – seu nome verdadeiro é Antônio Gonçalves da Silva - nasceu a 5 de março de 1909, em uma pequena propriedade rural, no município de Assaré, ao sul do Ceará. Cresceu ouvindo histórias, os ponteios da viola e folhetos de cordel. Com oito anos, trocou uma ovelha do pai por uma viola. Para chegar onde chegou, tinha uma receita prosaica: dizia que para ser poeta não era preciso ser professor. 'Basta, no mês de maio, recolher um poema em cada flor brotada nas árvores do seu sertão'. Patativa só passou seis meses na escola. Isso não o impediu de ser Doutor Honoris Causa de pelo menos três universidades. Desde os 91 anos de idade, com a saúde abalada por uma queda e a memória começando a faltar, Patativa não escrevia mais porque ao longo de sua vida “já disse tudo que tinha de dizer”. Patativa morreu em 08 de julho de 2002, na cidade que lhe emprestava o nome.


CABOCLO ROCEIRO

Caboclo roceiro, das plagas do Norte
Que vive sem sorte, sem teto e sem lar,
A tua desdita é tristonho que canto,
Se escuto o teu pranto me ponho a chorar.


Ninguém te oferece um feliz lenitivo
És rude e cativo, não tens liberdade.
A roça é teu mundo e também tua escola.
Teu braço é a mola que move a cidade


De noite, tu vives na tua palhoça
De dia na roça, de enxada na mão.
Julgando que Deus é um pai vingativo,
Não vês o motivo da tua opressão


Tu pensas, amigo, que a vida que levas
De dores e trevas debaixo da cruz
E as crises cortantes, quais finas espadas
São penas mandadas por nosso Jesus


Tu és nesta vida o fiel penitente
Um pobre inocente no banco do réu.
Caboclo não guarda contigo esta crença
A tua sentença não parte do céu.


O mestre divino, que é sábio profundo,
Não fez neste mundo teu fardo infeliz
As tuas desgraças, com tuas desordens,
Não nascem das ordens do eterno juiz


A lua se apaga sem ter empecilho,
O sol, o seu brilho jamais te negou
Porém os ingratos, com ódio e com guerra,
Tomaram-te a terra que Deus te entregou.

De noite tu vives na tua palhoça
De dia na roça, de enxada na mão
Caboclo roceiro, sem lar, sem abrigo,
Tu és meu amigo, tu és meu irmão.


    Para não perdermos o momento propiciado pela poesia do Patativa do Assaré, vamos ouvir Léo Canhoto e Robertinho, cantando de Léo Canhoto, “Meu irmão da roça”.




E por aqui, encerramos nossa Tertúlia Nativa desta semana. Até a próxima!



Wilmar Machado.

ORATÓRIO CAMPEIRO - Saudade

No dia 2 de novembro, celebramos de modo especial a memória dos nossos irmãos já falecidos, rogando a Deus por eles. A liturgia realça a ressurreição e a vida, tendo como referência a própria ressurreição de Cristo. Embora sintamos a morte de alguém, acreditamos na vida eterna. Por isso Santo Agostinho nos recomenda: “Saudade sim, tristeza não” (esse texto é encontrado em http://www.novopentecostes.com.br/).

Neste dia, então, convido-vos a rezarmos juntos por nossos falecidos, segundo a proposta do portal http://rosariopermanente.leiame.net/, conforme abaixo:

Ó Deus, que pela morte e Ressurreição de vosso Filho Jesus Cristo
nos revelastes o enigma da morte,
acalmastes nossas angústias e fizestes florescer a semente da eternidade
que vós mesmo plantastes em nós.
Concedei aos vossos filhos e filhas já falecidos
a paz definitiva da vossa presença.
Enxugai as lágrimas dos nossos olhos
e dai-nos a todos a alegria da esperança na Ressurreição prometida.
Isto vos pedimos, por Jesus Cristo vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Que todos aqueles que buscaram o Senhor com o coração sincero
e que morreram na esperança da Ressurreição descansem em paz.
Amém.


E agora, vamos acompanhar, juntos, a belíssima homenagem de Pe. Zezinho com a composição "Saudade de meu velho pai". Ele canta junto com Beto & Betinho e você confere abaixo:


Até o nosso proóximo Oratório Campeiro e que a Paz de Cristo permaneça conosco!

Wilmar Machado