Quanto
aos covardes,
infiéis, corruptos, assassinos, devassos,
feiticeiros, idólatras e todos os mentirosos,
o
lugar deles é o lago ardente de fogo e enxofre, ou seja, a segunda morte.
(Apocalipse
21,8)
Amigas
e Amigos,
O
Oratório Campeiro desta 18ª Semana do Tempo Comum nos lembra de que hoje
festejamos São Caetano de Thiene, o fundador da Ordem dos Clérigos Regulares,
conhecidos como Teatinos. Essa Ordem dos Teatinos Regulares surgiu pela vontade
de fomentar uma renovação do clero, no tempo da reforma propiciada por Lutero.
Antes
do Papa Clemente VII aprovar o plano de fundação do Instituto dos Teatinos, São
Caetano participou, em 1522, da fundação do Hospital dos Incuráveis, na Itália.
Sobre esse Santo, o portal das Paulinas
diz que “desde muito jovem mostrava
grande preocupação e zelo pelos pobres, abrindo asilos para os idosos e muitos
hospitais para os doentes”.
Essa
ligação do Santo do dia de hoje com esses pobres e enfermos faz recordar o
estudantes de desenho industrial Vítor Cunha, de 22 anos, que foi espancado por
cinco rapazes, em fevereiro deste ano, quando tentou impedir a agressão a um
mendigo na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. Segundo o portal do Estadão, a denúncia do Ministério
Público, no dia 27 de fevereiro, da tentativa de homicídio – caracterizado
inclusive pelas seqüelas deixadas no estudante, que teve 20 fraturas no crânio
e um braço quebrado; colocou 63 parafusos, oito placas e duas telas de titânio
na cabeça, além de receber um enxerto ósseo e se submeter a uma cirurgia de
reconstituição facial – foi acompanhada pela requisição de conversão da prisão
temporária em prisão preventiva. Disse o referido portal, no dia 28/02 que:
De acordo com a denúncia, Tadeu Assad Farelli Ferreira, William Bonfim Nobre Freitas, Fellipe de Melo Santos e Edson Luis dos Santos Junior desferiram socos e chutes no corpo e na cabeça da vítima, de forma cruel e em superioridade numérica, com o objetivo de matá-lo. O quinto denunciado, Rafael Zanini Maiolino, participou da tentativa de homicídio ao impedir que um amigo da vítima interferisse, contribuindo para que o grupo continuasse as agressões, mesmo com a vítima já desacordada e indefesa, caída no chão. Os acusados vão responder por tentativa de homicídio qualificado por motivo torpe, tortura ou meio insidioso ou cruel e, também, por utilizarem recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
O
assunto dessa agressão voltou às manchetes com uma nova decisão do juiz
Kieling, da 3ª Vara Criminal do Rio que, segundo a edição do Estadão do dia 3/08:
determinou, na sexta-feira passada, 27, o cancelamento da prisão preventiva dos acusados, abrandando também a natureza do crime, que passou de tentativa de homicídio qualificado para lesão corporal. Além de serem soltos, os agressores serão julgados agora por um único juiz, em vez de um júri popular, o que costuma tornar mais fácil a absolvição.
Não
é possível avaliar quais motivações levaram o juiz Kieling a liberar os
acusados e abrandar a natureza do crime. Mas, para reflexão, temos
concretamente um jovem que, aparentemente de forma muito covarde, foi espancado
– e quase morreu – e um grupo de jovens acusados, sem questionamentos, de serem
autores da inconseqüente ação. Existem, ainda, outras circunstâncias a serem
observadas, conforme matéria sobre ser o jovem Vitor refém do medo, do Jornal do Brasil, também do último dia
3/08, que informa:
Vitor Suarez Cunha, de 22 anos, é um estudante que não estuda. Um trabalhador que não trabalha. [...] "O juiz (Murilo Kieling, da 3ª Vara Criminal) deu apenas uma pena de prisão domiciliar(das 20 às 06h) para os meus agressores, enquanto eu tenho que passar todo dia em um lugar diferente. Não posso mais sair de noite nem voltar para a Ilha do Governador. Parece que eu sou o criminoso. E os meus agressores, alguns com reicindência, estão por aí, livres. É um absurdo", dispara Cunha. [...] O estudante ainda conta detalhes assombrosos do encontro com os agressores na audiência de semana passada, ao ser perguntado sobre um improvável reencontro: "Minha mãe foi chamada de palhaça pela família deles. Mesmo algemados, me olhavam em sinal de desafio, fazendo sinais com a cabeça como que se me chamassem para a briga. Isso tudo dentro de um Tribunal de Justiça". [...] O jovem define a luta por justiça como um propósito maior em sua vida. "Acho que depois disso ganhei milhões de motivos para viver. Nada vem por acaso. Eu tinha duas opções: ou desistia ou lutava, e eu vou continuar lutando. Se nós aceitarmos as coisas erradas que ocorrem em nossas vidas, elas vão se perpetuar. Tudo o que eu quero é justiça. Não só no meu caso, mas para todos que passaram pelo que eu tive de passar", concluiu.
Parece-me
oportuno sugerir para esta semana a Oração ao Santo venerado no dia de hoje,
quando podemos pedir luz para os juízes serem justos acima de interesses pessoais; discernimento para entendermos as decisões judiciais; e força para as vítimas
tantas vezes desamparadas por aqueles que deveriam ser responsáveis por
ampará-las.
"San Cayetano”, óleo sobre tela
por Goya
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PRECE
A SÃO CAETANO
Ó
São Caetano,
Que
conhecestes a fraqueza da Igreja
Principalmente
em seus membros mais responsáveis,
E
que trabalhastes pela reforma da vida
E
dos costumes dos cristãos,
Olhai
com muito amor e compaixão
Para
as nossas famílias e comunidades.
Lançai
vossa mão poderosa
A
fim de que reine entre nós
O
espírito de fé, de amor e de justiça,
Segundo
a vontade de Cristo.
Fazei
que cada um de nós
Assuma
suas obrigações,
Pois
Cristo espera de cada um de seus seguidores
A
fidelidade, o serviço
E
a dedicação em favor dos irmãos.
Amém!
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A
música para tornar nossa semana mais calma por meio deste Oratório é "Virgem do Silêncio", de Judson Nunes, com o grupo Cantores de Deus.
Um
grande abraço e que a Paz de Cristo permaneça conosco!