sábado, 4 de dezembro de 2010

COM O PÉ NO ESTRIBO - ZÉ MULATO & CASSIANO

Amigas e Amigos!

          Mais uma semana que termina e amanhã, pela manhã, teremos mais um programa Canto da Terra, ao vivo, de 10h até o meio-dia, pelas Rádios Nova Aliança (de Brasília), 710 AM e 103,3 FM, e na página do Sistema Nova Aliança de Comunicação, http://www.novaalianca.org.br/, na Internet.

          No decorrer desta semana, recebi, no e-mail do programa (cantodaterra@gmail.com), correspondência do meu amigo Volmi Batista, da VBS Produções e Eventos, a agenda até o próximo dia 10 do mes de dezembro dos amigos Zé Mulato & Cassiano, uma dupla de irmãos violeiros, cantores e compositores da cidade de Patos de Minas-MG. A respeito de Zé Mulatao & Cassiano, pode-se encontrar no Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira que eles:
Retornaram às gravações, em 1997, pelas mãos da dupla Pena Branca e Xavantinho, que os levou ao compositor Vitor Martins, da gravadora Velas. No mesmo ano, gravaram o LP "Meu céu", com direção musical de Roberto Corrêa. Nesse disco, que contou com a participação de Roberto Corrêa, tocando viola em duas faixas, e mais os músicos Alex Queiroz, no contra-baixo acústico, Alencar 7 Cordas no violão de sete cordas, e Jamara Campos na rabeca, foram interpretadas o pagode-de-viola "Minha prisão", a guarânia "Estrela da manhã", a querumana "Coração vadio", as modas-de-viola "Caipira de gravata", "Violeiro" e "Campeão do espaço", e o cateretê "Recanto sagrado", todas de Zé Mulato; a toada "Meu céu", de Zé Mulato e Xavantinho; o batuque "O homem e a espingarda", de Zé Mulato e Churrasco; o samba-choro "Direito de cantar"; o cururu "Proparoesquisítono", e o cateretê "João Ninguém sem Terra", de Zé Mulato e Cassiano; o batuque "Lembrança de carreiro", de Antônio Vitor e a guarânia "Vale verde", de Daniel Fernandes. Receberam por este CD o Prêmio Sharp de melhor CD de música regional daquele ano.

          Para divulgação, publico abaixo a agenda que recebi e quem desejar maiores informações pode ligar para a VBS, nos telefone (61) 3301-1267:

EVENTO: VIOLAS E PONTEIOS
DATA: 05 de Dezembro
LOCAL: Praça Pública de Salto - SP
HORÁRIO: 21:00h

EVENTO: Aniversário da Cidade de Mauá -SP
DATA: 08 de Novembro
LOCAL: Teatro Municipal de Mauá - SP
HORÁRIO: 19:00h

EVENTO: FESTIVAL VOA VIOLA
DATA: 09 de Dezembro
LOCAL: SESC de Pinheiros - SP
ATRAÇÕES: Paulo Freire (SP), Mônica Salmaso (SP) e Zé Mulato & Cassiano.

          Para fechar bem essa nossa semana, vamos ouvir do CD "Meu céu", mencionado acima, o pagode de viola "Minha prisão", na interpretação desse dupla que tanto sucesso faz por onde se apresenta, contando muitos causos, cantando e tocando muita moda boa.



          Espero que tenha gostado da música de hoje e aguardo seus comentarios logo abaixo. Não se acanhe, nos dê o prazer de sua manifestação para continuarmos procurando melhorar sempre.

           Um grande abraço e até o próximo fim-de-semana!

Wilmar Machado

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

FOGÃO DE LENHA - FRANGO COM MANDIOCA

Amigas e Amigos!

          Estava lendo a "Zero Hora" (http://zerohora.clicrbs.com.br/) de hoje quando encontrei uma notícia sobre a preocupação das churrascarias e dos restaurantes de Porto Alegre com a falta de carne no mercado. Diz a matéria que: "Pesquisa da reportagem da Rádio Gaúcha verificou que os estabelecimentos estão enfrentando dificuldades na compra, principalmente, de cortes nobres". O problema vem sendo contornado com a busca de fornecedores no Uruguai, o que não impediu um reajuste na indústria de aproximadamente 50% nos cortes nobres para os consumidores nos últimos 45 dias.

          Preocupado com essa ausência de picanhas, fraldinhas (ou vazios) e costelas que começou no sul, trago para vocês uma receita que vale a pena conferir. É bem provável que durante sua degustação, seus convidados esqueçam (pelo menos, temporariamente) os prazeres (nem sempre muito saudáveis, mas sempre muito satisfatórios) de "naco" de carne ao ponto (qualquer qu  e seja esse ponto).

           Abaixo, então e sem mais delongas, a receita para seu fim-de-semana.

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FRANGO COM MANDIOCA A CANTO DA TERRA
 
Ingredientes

1kg de coxa e sobrecoxa de frango

Sal, pimenta do reino e alho picado a gosto

½ xícara (chá) de óleo

½ kg de mandioca em pedaços

1 tablete de caldo de galinha desmanchado em ½ l. de água fervente

½ pacote de creme de cebola

2 cebolas médias picadas

2 tomates sem pele e sem sementes picados

Salsa e cebolinha a gosto


Modo de preparo

Tempere o frango com sal, pimenta do reino e alho picado;

Em uma panela grande, aqueça bem o óleo e doure os pedaços de frango.

Coloque as cebolas picadas e os tomates picados;

Acrescente a mandioca, o caldo de galinha e cozinhe até a mandioca ficar macia.

Dependendo da chama do fogão, pode ser necessário mais água fervente.

Adicione o creme de cebola e deixe ferver mais 10 min. em fogo médio.

Salpique a salsa e a cebolinha sirva em seguida.

O acompanhamento ideal é um arroz branco feito na hora.

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          Para aumentar sua "inspiração" na hora de elaborar o prato, eu deixo a música "Franguinho na Panela", de Moacyr dos Santos e Paraíso, na interpretação da dupla de amigos, Rick & Rangel, que já cantaram ao vivo essa moda no nosso programa Canto da Terra.



          Espero que vocês tenham gostado de nosso "Fogão de Lenha" de hoje. Para que possamos acompanhar a opinião de vocês, tão importante para nós, deixem seus comentários no espaço abaixo.

          E até sexta-feira próxima com mais uma receita. Abraços para todos vocês!

Wilmar Machado 

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

GALERIA SERTANEJA - CHEIRO DE RELVA

Amigas e Amigos!

          Hoje, na novela "Passione", da Rede Globo, vi uma "vovó", que para ser considerada um mau elemento teria de melhorar muito o seu comportamento, responsável por transformar uma de suas duas netas (a mais velha) em um tremendo mau caráter. A mais nova escapou de ser vendida para um "amiguinho" tarado da vovó por intervenção da vizinhança e... e mais não perguntem porque não sei da trama toda. No capítulo de hoje a bandida da velhinha aparece fora da cadeia por ação de um bom advogado contratado pelo marido da neta mais e que é uma pessoa considerada "de grandes posses".

          Na hora, lembrei da revista Veja (http://www.veja.abril.com.br/) desta semana, que traz na seção "Panorama-Datas", uma referência, no dia 23 de novembro, passado, sobre a condenação pela Justiça Paulista do médico Roger Abdelmassih a 278 anos de prisão. Ele foi considerado culpado pela consumação de 52 estupros e pela tentativa de mais quatro, entre os anos de 1995 e 2008. Diz a nota, ainda, que a promotoria considerou a pena pequena e pretende recorrer. Na página da Veja, na Internet, diz também que: "Abdelmassih chegou a ficar preso por quatro meses no ano passado, mas foi solto em dezembro de 2009 por determinação do Supremo Tribunal Federal. A mesma decisão permite agora que ele recorra à condenação do TJ-SP em liberdade". A clínica desse médico condenado ficava em um dos bairros caros de São Paulo.

          A ficção se aproxima da realidade, conforme os dois parágrafos acima, quando vemos que estar dentro ou fora da cadeia é diretamente proporcional ao saldo bancário do acusado (ou de seus amigos). Você lembra algum pobre preso injustamente e que tenha sido solto por uma nobre ação de algum Tribumal (Supremo, Superior ou outro), defendendo a inconstituicionalidade, ou a ilegitimidade, (ou qualquer outra ...ade) da ordem que jogou o injustiçado na prisão? Pode ser que apareça, mas não vai ser muito fácil lembrar.

          Que isso não cheira muito bem, tenho certeza. Mas para hoje, preparei algo muito melhor de se sentir, e de se ouvir: a canção "Cheiro de Relva", de autoria de José Fortuna e Dino Franco.

         José Fortuna nasceu em Itápolis (SP), no dia 2 de outubro de 1923, e morreu em São Paulo, capital, no dia 10 de novembro de 1983. Em 1947, formou com o irmão, Euclides Fortuna, a consagrada dupla Zé Fortuna & Pitangueira. Segundo o Dicionário Cravo Albin: "Em 2010, Euclides Fortuna, o Pitangueira lançou o livro 'Vida e arte de Zé Fortuna e Pitangueira', pela Editora Fortuna. O livro traz uma biografia da vida pessoal e artística do compositor José Fortuna, juntamente com seu irmão Pitangueira, retratando a infância, a luta para alcançar reconhecimento na carreira artística, o sucesso com o Trio 'Os Maracanãs', o trabalho nos circos e inspiração, indo até a morte de José Fortuna em 1983".

          Dino Franco, nome artístico de Osvaldo Franco, nasceu no dia 8 de setembro de 1936, em Paraguaçú Paulista (SP) e começou a cantar em 1949, em uma rádio de sua cidade natal. O nome artístico Dino Franco só foi assumido em 1968, após ter sido Pirassununga (em dupla com Tibagi), Junqueira (em dupla com Juquinha) e, novamente, Pirassununga (em dupla com Piratininga).

          "Cheiro de Relva" foi gravado, entre outros, por Dino Franco & Mouraí, Irmãs Galvão, Chitãozinho & Xororó e Daniel. Mas a interpretação escolhida para hoje é de Paula Fernandes, jovem cantora e compositora de Sete Lagoas (MG), logo abaixo da letra da música.

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CHEIRO DE RELVA
José Fortuna e Dino Franco

Como é bonito estender-se no verão
As cortinas do sertão na varanda das manhãs
Deixar entrar pedaços de madrugada
E sobre a colcha azulada
Dorme calma a lua irmã.

Cheiro de relva
Trás do campo a brisa mansa
Que nós faz sentir criança
A embalar milhões de ninhos
A relva esconde as florzinhas orvalhada
Quase sempre abandonadas
Nas encostas dos caminhos.

A juriti madrugadeira da floresta
Com seu canto abre a festa
Revoando toda a selva
O rio manso caudaloso se agita
Parecendo achar bonita
A terra cheia de relva.

O sol vermelho se esquenta e aparece
O vergel todo agradece
Pelos ninhos que abrigou
Botões de ouro se desprendem dos seus galhos
São as gotas de orvalho
De uma noite que passou.
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          E aqui terminamos mais uma Galeria Sertaneja. Semana que vem tem mais.
 
          Enquanto aguardo os seus comentários, logo abaixo, deixo para todos um grande abraço!

Wilmar Machado       

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

TERTÚLIA NATIVA - João Barreiro

Amigas e Amigos!

         Lendo o caderno de Economia do Correio Braziliense (http://www.correiobraziliense.com.br/) de hoje, encontrei que uma matéria comparando o valor de uma prestação de financiamento imobiliário com o do aluguel de imóvel semelhante. A conclusão apresentada na matéria diz que:
Levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indica que, no Brasil, fica mais barato pagar a prestação relativa à compra de um imóvel do que pagar aluguel. O estudo mostra também que a proporção dos que pagam prestação de imóvel aumentou ao longo da última década. [...] Os dados indicam que o custo da habitação pesa mais sobre a população mais pobre, que chega a pagar de aluguel por mês até 2% do valor venal do imóvel, enquanto a população mais rica paga uma prestação bem mais baixa por ter acesso a financiamentos imobiliários. Entre a fatia dos 25% mais ricos da população brasileira, 9% têm contratos de financiamento imobiliário, enquanto na outra ponta, dos 25% mais pobres, apenas 1,3% são mutuários de programas habitacionais.

         Sempre que me deparo com as dificuldades criadas pelo ser humano para dificultar o natural direito à moradia, lembro-me do joão-de-barro, o passáro a quem a própria natureza concedeu esse direito de morar sob um teto digno, que ele mesmo constrói.

         Com a casinha desse pássaro no pensamento, visitei os versos do saudoso Jayme Caetano Braun - no livro "De Fogão em Fogão" - para lhes trazer a poesia abaixo.

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JOÃO BARREIRO
                                              Jayme Caetano Braun

João barreiro...João barreiro...
Velho passaro bizarro
Que dum ranchito de barro,
Amassado com carinho,
Fizeste galpão e ninho
Na maior indiferença,
E nem pediste licença
Pra mim, que sou teu vizinho!

Pois na cabeça dum poste,
Na entrada do parapeito,
Te arranchaste bem a jeito,
Erguendo teu rancho forte,
Meio de esguelha pra o norte
Porque és muito previdente...
Eu até fiquei contente;
Dizem que dás muita sorte!

Ranchito lindo esse teu
Que horas inteiras contemplo,
Tem bem o feitio dum templo
Assim, rústico e bagual,
Que o construtor mais genial
Por mais arte e mais paciência
Leva toda uma existência 
Mas nunca fará outro igual!

Por isso fico pensando
No poder do Criador
Que dum pássaro cantor
Assim como tu - Barreiro! -
Fez o maior engenheiro
Que o Céu abriga - chomico! -
Sem mais recursos que o bico
E o velho barro campeiro!

Quando piá, fui meio diabo,
Muito bichinho matei,
Mas sempre te respeitei
Sem saber qual a razão;
Talvez, por veneração
De piazote malcriado
Ao te ver sempre entonado
Nesse rancho de torrão!

Rancho bendito esse teu
Sempre um símbolo da paz,
Portas abertas pra trás
Como a dizer ao viajante:
- "Te apeia e chega pra diante
Pois embora um passarinho
Sei como é triste o caminho
Do guasca que vive errante!" -

E quando a barra do dia
No horizonte se desmancha,
Ao te ouvir pedindo cancha
Num grito de toda a goela
Sinto como é rude e bela
A nossa velha Querência
E como é penosa a ausência
Pra se viver longe dela!

Eu sinto inveja e não nego
Desse teu ninho barreado
Que ergueste desassombrado
Sobre o moirão da porteira.
Pois junto da companheira
Que te ajoujou na ternura
És a própria miniatura
Da fidalguia campeira!

Toda a mística da Raça
Nesse barro sintetizas
E o Rio Grande simbolizas
Bombeando as várzeas desertas
Pois parece que acobertas
Nesse ranchito sem luxo
O coração do gaúcho
Sempre de portas abertas!
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         Com essa poesia do Jayme, mando um abraço carinhoso para a irmã dele e minha grande amiga, Zélia Caetano Braun, apresentadora do programa "Chimarreando com Deus", da Rádio Aliança, de Porto Alegre, minha grande incentivadora nesta caminhada que hoje trilho na apresentação do programa "Canto da Terra",  em Brasília.
        
         Na parte musical de hoje, o vídeo do encerramento da 23ª Moenda da Canção de Santo Antônio da Patrulha, com a vencedora do festival, "Eu e o João de Barro" (letra dee Paulo Ricardo Costa, Santa Maria - RS, e música de Emerson Martins, São Vicente do Sul - RS), na interpretação de Arison e Emerson Martins.


         Espero que tenham gostado de nossa Tertúlia de hoje. Aguardo seus comentários logo aí, abaixo.

         Um grande abraço e até a próxima quarta-feira!

Wilmar Machado

terça-feira, 30 de novembro de 2010

ORATÓRIO CAMPEIRO - O pescador Santo André

Amigas e Amigos!

        Hoje, 30 de novembro, é dia Santo André que, conforme o portal da Diocese de Santo André, SP, (http://www.diocesesantoandre.org.br/):
André foi o primeiro a ser chamado, portanto, o Protóclito (protos = primeiro + klitos = chamar). Recordemos como se deu este chamado: estava ele e seu irmão Cefas pela segunda vez na região do Jordão onde João Batista batizava, este exclamou: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). Eis aquele que liberta da morte; eis aquele que destrói o pecado. Eu sou enviado, não como o esposo, mas como quem O acompanha (Jo 3,29). Vim como servo e não como mestre. Ouvindo estas palavras deixaram de seguir João Batista para acompanhar o próprio Cristo.
        Sobre a devoção a Santo André, encontrei em uma agência de notícias de Portugal (http://presspoint.pt/noticias) um registro sobre a devoção ao "pescador das almas", conforme transcrevo uma parte abaixo:
A devoção a Santo André, “o pescador das almas”, é muito antiga e enraizada na comunidade poveira que há vários anos lida com a dor da morte no mar. Na madrugada ou entardecer da véspera ou do dia de Santo André, celebrado a 30 de Novembro, era comum ver grupos de pescadores, de lampião na mão, em peregrinação até à Capela dedicada ao Santo, em Aver-o-Mar. De forma a recuperar esta tradição, que a pouco e pouco se foi esbatendo, o Centro de Desporto e Cultura JuveNorte tem organizado, de há uns anos para cá, a peregrinação, inserindo, no cortejo aberto a toda a população, um grupo de peregrinos trajados a rigor.
         Póvoa de Varzim é uma cidade portuguesa, próxima a cidade do Porto, entre os rios Minho e Douro, com aproximadamente 65 mil habitantes. Segundo a enciclopédia livre (http://pt.wikipedia.com/), em Póvoa de Varzim:
O mar sempre teve primazia na sua cultura e economia, primitivamente através do comércio marítimo, depois com a pesca, levando a que adquirisse um foral em 1308 e, consequentemente, tornou-se no principal porto de pesca do Norte de Portugal em pleno século XVIII. O teor elevado de iodo nas suas águas e extensos areais, levam ainda, no mesmo século, a ser tornar num eminente centro balnear.
         Aqui no Brasil, ao falarmos de Santo André, lembramos muito da próspera região do ABC(D) Paulista e muito pouco do "pescador de almas", o irmão do primeiro Papa. Talvez isso possa ser parcialmente explicado por nossa padroeira, Nossa Senhora Aparecida, estar associada a proteção dos pescadores. Além disso, mais para o sul do país, é forte a devoção à Nossa Senhora dos Navegantes por parte dos que se dedicam a atividades ligadas aos rios e ao mar.
 
         A oração escolhida para nossa semana foi, como não poderia deixar de ser, a oração para o Santo do Dia.
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ORAÇÃO A SANTO ANDRÉ
 
Ó Deus!
Que, por uma infalível providência,
Vos dignastes escolher o bem-aventurado Santo André
Para ser seu primeiro discípulo,
Concedei-nos que aquele mesmo,
Que na Terra veneramos como protetor,
Mereçamos tê-lo no Céu, como intercessor.
Vós que viveis e reinais
Por todos os séculos dos séculos.
Amém!
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        E de tanto falar em pesca, vamos misturá-la com música caipira e assitir a dupla Cacique & Pajé, cantando "Pescador e Catireiro".
 
  
         Uma Santa e Abençoada semana! Que a Paz de Cristo permaneça conosco!
 
Wilmar Machado
        
 

ABRINDO A PORTEIRA - Festival Manuel Padeiro

Amigas e Amigos!

        Estava lendo, nesta segunda-feira, o caderno de cultura do Diário Popular (http://www.diariopopular.com.br/), de Pelotas, e encontrei uma notícia que, ao tempo em que me deixou muito satisfeito, me trouxe uma dúvida. Antes de explicar o mixto de satisfação e dúvida, vamos a uma parte da matéria:

A 2ª edição do Festival Manuel Padeiro de Cinema e Animação tem início nesta quarta-feira (01) e promete movimentar o município, por meio da presença de cineastas oriundos de todos os cantos do Brasil, que participam das mostras Competitiva e Paralela. No período compreendido entre os dias 1º e 4 de dezembro, Pelotas estará respirando cinema. Segundo os organizadores do evento, uma extensa programação, tendo como pano de fundo as duas mostras, está sendo preparada com o objetivo de encantar o público que se fizer presente ao Parque da Baronesa, local da realização da Mostra Competitiva (avenida Domingos de Almeida, 1.490), Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo, local de realização da Mostra Paralela (rua Gal. Osório, 725) e Instituto de Artes e Design da UFPel, local onde ocorrerão as coletivas com os diretores (rua Alberto Rosa esquina Conde de Porto Alegre, no Porto). Em caso de mau tempo, a Mostra Competitiva acontecerá nas dependências do auditório D. Antônio Záttera (rua Três de Maio, esquina Félix da Cunha), da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), mesmo local já reservado para a cerimônia de premiação de todas as categorias do Festival.


        A satisfação é por ver a cidade de Pelotas buscando retomar a sua tradição de polo cultural brasileiro, como nos tempos das inúmeras salas de projeções espalhadas pelos bairros e dos teatros que tantas estréias abrigaram. A dúvida ficou por conta de minha completa falta de informação (ignorância?) sobre quem seria o Manuel Padeiro que dá título ao Festival.

        Fui, então, buscar mais informações sobre esse personagem. Encontrei um blog (http://sopapodopadeiro.blogspot.com/), que conta, em duas partes, um pouco das histórias do Quilombo  
Manuel Padeiro. Abaixo, alguns fragmentos do texto publicado no citado blog:
O quilombo de Manoel Padeiro teria sido formado no segundo semestre de 1834. Como vimos, em 10 de outubro a câmara registrava que "quilombolas" estariam cometendo "atentados na serra". Segundo o processo, Manoel Padeiro vivera fugido anteriormente na região em companhia da preta Marcelina, que morrera de morte natural e fora enterrada num dos diversos ranchos em que se refugiavam os quilombolas.
[...] Do grupo participavam Manoel Padeiro, general do quilombo; João, juiz de paz; Alexandre Moçambique, capitão; pai Mateus; Mariano Crioulo; Antônio Mulato; Antônio Cabinda ou Cabunda; pai Francisco, congo; Francisco Moçambique; Benedito Moçambique; João, cozinheiro e africano; e a mulata Rosa. O cativo Manoel, africano, também do comendador Barcellos, foi preso em uma estrada e teve sua morte pedida por Mariano e negada por Manoel Padeiro. A seguir, incorporou-se aos quilombolas. Não foi possível elucidar o sentido dos títulos juiz de paz e capitão. [...] Possivelmente em fins de abril, Mariano pediu licença a Manoel Padeiro para ir vender milho e comprar fumo e pólvora nas proximidades da vila de Pelotas. O general concedeu e permissão e enviou pai Francisco com o crioulo. A documentação sugere a fina razão da escolha. Depois de roubarem e ensacarem milho, os dois quilomboloas dirigiram-se, numa viagem de nove dias (ida e volta), a uma venda em Boa Vista, nas proximidades de Pelotas, de propriedade do africano liberto Simão Vergara, conhecido pelos quilombolas como pai Simão. [...] Com a revolução Farroupilha, as fugas de escravos multiplicaram-se. Os farroupilhas assaltavam as fazendas dos inimigos e libertavam os cativos que aceitassem lutar como soldados. Os soldados do Império faziam o mesmo nas propriedades farroupilhas. Nas duas fileiras, senhores convocados libertavam trabalhadores escravizados para que os substituíssem na frente da batalha. Um bom número de escravizados procurou um refúgio mais seguro do que as fileiras dos exércitos em luta. A fuga para os países vizinhos e o refúgio em quilombos atraíram um número incerto de escapados.
        Depois, fui até o site do Festival (http://www.festivalmanuelpadeiro.com.br/) e encontrei a explicação da homenagem prestada pelo festival de cinema e animação de Pelotas. Ao responder sobre quem fora Manuel Padeiro, a página do Festival destaca que:
Manuel Padeiro era escravo, oriundo da Costa do Ouro, África. Em Pelotas, liderou o movimento quilombola e tornou-se uma referência quando se fala em liberdade e igualdade racial. O Zumbi dos Pampas, agora, empresta seu nome a um outro processo de libertação. Um grito sem dor, sem chibata, sem saladeiros... Pois a arte não está aprisionada a monumentos... a arte pulsa, enquanto houver humanidade.
        Com toda essa liberdade proposta pelo 2º Festival Manuel Padeiro de Cinema e Animação, convido vocês a ouvirmos Antônio Gringo e os 4 Ventos, cantando Cativeiros, de autoria do próprio Antônio Gringo, prestando nossa homenagem a essa luta por ser livre.


        E por aqui, deixamos aberta a porteira e até a próxima segunda.

        Um grande abraço!

Wilmar Machado

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

PROSA DE DOMINGO - PIZZA DE PANDORA

Amigas e Amigos,

     Você que mora em Brasília já se acostumou com a expressão "Caixa de Pandora", que fez parte dos noticiários locais durante um bom tempo. Quem mora em outras regiões do Brasil teve oportunidade de conhecer esse lado de Brasília que passa longe do projeto de Lúcio Costa, da arquitetura de Oscar Niemeyer, das obras de Bulcão, dos jardins de Burle Marx, da população anônima que estuda, trabalha e produz.

      Com a desculpa da "democracia" foi criada uma Câmara Distrital para, aparentemente, consumir dinheiro da população e ser cabide de emprego para quem busca salário mas não gosta de trabalho. Pelo que se observa, a maior obra construída por esse grupo de representantes foi uma nova sede para acomodar mais gabinetes, mais salas de promessas, mais comissões de passar tempo.

       Isso tudo para mostrar a matéria de Luiza Medeiros no jornal Correio Braziliense, disponível em http://correiobraziliense.com.br/, abordando o arquivamento dos processos contra palamentares na Pandora. Está na matéria que:
Na véspera do aniversário de um ano da Operação Caixa de Pandora, os deputados distritais decidiram sepultar os processos administrativos contra os colegas citados no inquérito do suposto esquema de arrecadação e pagamento de propina entre a cúpula do governo, parlamentares e empresários da cidade. Por três votos favoráveis, um contrário e uma declaração de impedimento, a Comissão de Ética da Câmara Legislativa aprovou ontem o arquivamento da investigação interna [...] A última reunião da Comissão de Ética para tratar do assunto ocorreu em 24 de junho deste ano. À época, os deputados aprovaram, por unanimidade, a abertura dos processos de quebra de decoro parlamentar contra os cinco colegas, mas não chegaram a definir os relatores. A medida ficou condicionada à divulgação do conteúdo do inquérito da PF, o que ocorreu em 15 de julho. Para arquivar os processos já abertos, os deputados tiveram de anular a votação do dia 24, realizada por eles próprios.
        E a Comissão que patrocina essa vergonha toda ainda se diz de Ética. Pobre Ética e pobres de nós! E com nosso dinheiro, enquanto cidadãos brasileiros vivendo em Brasília, que toda essa brincadeira de "detetive" de Comissões sem qualquer competência é paga.

        Muito triste também é ver que alguns dos personagens dos filmes de corrupção na vida real foram reconduzidos a suas cadeiras para mais uma temporada de salários sem trabalho, provavelmente, brindando "à saúda das Comissões". No mesmo citado jornal, também ontem, outra matéria tratava do filme que registrou essa crise, dizendo:
Cerca de 100 estudantes da Universidade de Brasília (UnB) assistiram ontem ao filme Caixa de Pandora, do mito à realidade, que detalhou em imagens o maior escândalo político da história da capital. [...] O curta-metragem de 20 minutos, de autoria do cineasta pernambucano Cleonildo Cruz, foi exibido no auditório da Faculdade de Comunicação da UnB. A estreia emocionou os alunos que participaram do movimento contra a corrupção em Brasília, que acabou levando à prisão o então governador José Roberto Arruda. Um dos momentos mais emblemáticos da crise, a pancadaria no Eixo Monumental, emocionou a plateia. Muitos não seguraram a emoção com a exibição das imagens em que homens da tropa de choque da Polícia Militar avançavam com os cavalos na tentativa de dispersar um grupo de manifestantes contrários à permanência de Arruda na chefia do Executivo local.

        O governador foi afastado, mas o restante do grupo envolvido, com conchavo e embróglios, continua vivendo muito bem. Aí, só restou me lembrar da música interpretada por Osvaldir & Carlos Magrão na primeira vez que assisti a dupla na televisão: "Tetinha", composta por Gentil Neri, Costa Melo, Carlos Magrão e Osvaldir. Será que tem alguma coisa a ver com a eleição dos envolvidos na Caixa de Pandora?


         E até nossa próxima Prosa.

         Um grande abraço!

Wilmar Machado