sábado, 26 de março de 2011

GALERIA SERTANEJA - ANIVERSÁRIO NOVA ALIANÇA

Amigas e Amigos,

            Hoje, 25 de março de 2011, o Sistema Nova Aliança de Comunicação está em festa pelos 19 anos de sua emissora AM 710, de Brasília. É para mim uma festa muito especial e participei dela, sendo entrevistado pelo Ricardo Brandão, no programa Nova Manhã, na última segunda-feira, e essa entrevista pode ser conferida no portal da Rádio Nova Aliança (http://www.novaalianca.org.br/programas/site_novaalianca/entrevistas/wilmar_machado.mp3).


 
            Amanhã, dia 26 de março, a Rede WWF está convidando o mundo inteiro a apagar as luzes das 20h e 30min até as 21h e 30 min para que possamos “ver um mundo melhor”. Segundo a página brasileira do portal WWF (http://www.wwf.org.br):
A Hora do Planeta, conhecida globalmente como Earth Hour, é um ato simbólico no qual todos são convidados a mostrar sua preocupação com o aquecimento global. É uma iniciativa global da Rede WWF para enfrentar as mudanças climáticas. Durante a Hora do Planeta, pessoas, empresas, comunidades e governo são convidados a apagar suas luzes pelo período de uma hora para mostrar seu apoio ao combate ao aquecimento global. Em 2010, a Hora do Planeta foi um sucesso absoluto, com recordes estabelecidos no mundo e no Brasil. Globalmente, 105 nações, 4.211 cidades e 56 capitais nacionais aderiram. Já no Brasil, mais de três mil empresas, 579 organizações, três governos e 98 prefeituras participaram do movimento simbólico de alerta contra o aquecimento global e em favor da conservação de ecossistemas terrestres e aquáticos.

            Para homenagear a Rádio Nova Aliança AM, a Galeria Sertaneja de hoje traz, de Dimas Costa e Eleu Salvador, o “Parabéns Crioulo”, cantado nas festas de aniversário do sul de nosso país.

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PARABÉNS CRIOULO

Dimas Costa e Eleu Salvador

Parabéns, parabéns
Saúde e felicidade
Que tu colhas sempre todo dia
Paz e alegria na lavoura da amizade.

Que Deus velho te conceda
Com sua benevolência
Muitas, muitas campereadas
No potreiro da existência.

Parabéns, parabéns

Saúde e felicidade
Que tu colhas sempre todo dia
Paz e alegria na lavoura da amizade.

E unidos no mesmo afeto
Te saudamos neste dia
E para que siga a festança
Cantamos com alegria:

Parabéns, parabéns
Saúde e felicidade
Que tu colhas sempre todo dia
Paz e alegria na lavoura da amizade.

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E no link abaixo, podemos ouvir o Parabéns Crioulo interpretado pelo grupo Os Guapos.


Um grande abraço e – sem esquecer da hora do planeta – deixo um Feliz Aniversário para a nossa Rádio Nova Aliança AM 710, uma das maiores audiência de Brasília!

Wilmar Machado

quarta-feira, 23 de março de 2011

GALERIA SERTANEJA - "FUMO". MAS SERÁ QUE "VORTEMO"?

Amigas e Amigos!

            Em julho/2002, o portal de BBC Brasil (http://www.bbc.co.uk/portuguese), publicou uma matéria sobre os desafios impostos pela legislação brasileira à propaganda de cigarros. Falava a reportagem da lei 10.167, de dezembro/2000, que alterava as limitações à propaganda de cigarros, restringido o uso de comerciais de fumo a pôsteres, painéis e cartazes, na parte interna dos locais de venda. Fazendo o que parece uma previsão para os próximos anos (a partir de 2002), a matéria apresenta dois parágrafos que registro abaixo:
Contornar as limitações legais para anunciar seu produto tornou-se um grande desafio para os especialistas em propaganda e marketing. [...] E para não perder esse consumidor cativo e atrair outros, os publicitários brasileiros vão continuar a fazer de tudo para atrair esse público.
            Ainda conforme a BBC Brasil, na mesma época, as grandes empresas da indústria do tabaco já defendiam o seu produto e atacavam o contrabando que oferece produto similar – sem impostos e sem qualquer controle – por preços bem mais atraentes, conforme registrado na matéria:
Representantes da indústria tabageira dizem que o seu inimigo número 1 é o contrabando. [...] A Associação Brasileira de Combate à Falsificação analisou 45 marcas de cigarros comercializados ilegalmente no Brasil. Em todas elas, encontrou substâncias estranhas, como areia, barbante, insetos e até mesmo penas de aves. Também foram encontrados pesticidas agrícolas proibidos no Brasil.
            Essa quantidade de substâncias estranhas, se de fato existir fundamento na análise da associação citada, nos cigarros ilegais pode levar a morte do fumante. Já o cigarro legal, sem essas “porcarias” encontradas nos ilegais, provavelmente também conduzira o fumante à morte – talvez em um tempo diferente, mas não necessariamente maior.



            Apesar de tudo isso, está sendo veiculada no rádio – ouvi na CBN – uma publicidade institucional da Souza Cruz, empresa do mercado nacional de cigarros, que serve para pensarmos sobre nossa legislação e nossa (lenta) justiça. Apesar do tom informativo, é perceptível que o alerta sobre os perigos associados aos produtos ilegais – oferecidos aos consumidores a preços baixos, que podem estimular o hábito de fumar em jovens e cidadãos de baixa renda – tem como objetivo a divulgação do cigarro para esses potenciais consumidores que essa propaganda diz tentar preservar. Essa publicidade traz, ainda, números – de, pelo menos, duvidosa estatística – sobre quanto representa esse “nocivo” comércio irregular e os danos provocados pela não arrecadação de impostos (o que, aparentemente, justifica a conivência dos órgãos de fiscalização governamentais com essa falcatrua dissimulada).

            Como quem quer fumar, constrói um rol infindável de esfarrapadas desculpas para se justificar, vamos nos divertir um pouco, com o fumo, nesta Tertúlia Nativa. Para começar, vamos a uma história do Rolando Boldrin, do livro “Contando Causos”, páginas 119 a 121.

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O CAIPIRA DO CACHIMBO
                                                      Rolando Boldrin

            Lá ia o trem da Mogiana estrada afora, soltando aquela fumaceira e faísca. A veia Maria Fumaça. Vinha lá das Minas Gerais, precisamente de Uberlândia, rumo à capital de São Paulo, passando pela minha terrinha – lá venho eu com São Joaquim da Barra de novo. Mas o que se vai fazer? Eu nasci lá mesmo, ué. E o trem passava por lá mesmo também. Como é então que eu ia contá esse causo sem citar o meu lugar?

            Então, lá vai o causo daquele caboclo que viajava bem refestelado no vagão de segunda classe da saudosa Mogiana. E o dito cujo traçava um cachimbão que empestava o vagão inteiro de fumaça fedorenta. Quer dizer... era fumaça lá fora, junto com as faíscas do carvão da locomotiva, e fumaça do cachimbo do caboclo lá dentro.

            Entre os infelizes passageiros que eram obrigados a engolir aquele fedor, estavam duas colegiais regateiras que só vendo. E elas tinham um lindo luluzinho branco, com uma colerinha vermelha que era uma gracinha de cão.

            De repente, aquele caipira, do cachimbo, resolve ir ao mictório do vagão, para dar uma desapertadinha na bexiga. O nosso bom cachimbeiro deixa o cachimbo no aparador de sua janela e se encaminha para o dito mictório.

            Ah... brilhante idéia teve uma das colegiais regateiras e alegres. E foi o que de comum acordo fizeram. Exatamente o que o leitor está pensando: passaram a mão naquele cachimbo fedorento e... zássss. Apincharam o mesmo pela janela com o trem correndo que só vendo.

            O caipira volta da sua mijadinha e começa a procurar seu querido cachimbo. Apalpa daqui, procura dali e nada. Se acomoda conformado e segue sua viagem, agora sem pitar, o que para ele devia ser um grande sofrimento.

            As regateiras, donas da tal arte de jogar o cachimbo fora, caem na gargalhada e fuxico sobre o fato. Eis que as duas meninas tem a idéia de andar passeando por outros vagões. E esqueceram de levar o tal cãozinho lulu branco de coleirinha vermelha.

            Assim que as duas se afastam, o caipira, sem cerimônia, pega o dito cujo, abre a sua janela e, com o trem em movimento, despacha o animalzinho.

            Lá vem então as duas mocinhas voltando e começam a chamar o lulu pelo nome.

REGATEIRAS – Nenê! Nenê! Onde você se meteu?

            E começam preocupadas a perguntar aos passageiros se viram o Nenê.

REGATEIRAS – A senhora não viu o meu Nenê? É um luluzinho. O senhor aí, não viu o meu cãozinho de estimação?

CAIPIRA (falando calmamente) – Por um acauso é um cachorrinho piquititinho, branquinho, com uma coleirinha vermelhinha no pescocinho?

REGATEIRAS (eufóricas) – É... é esse mesmo. O senhor viu o luluzinho? Onde ele está?

CAIPIRA (calmo) – Ele foi precurá o meu cachimbinho, dona!

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            Continuo nosso passeio pelo mundo caipira, trazendo a música “A Cachaça e o Fumo”, de Nhô Chico e Dino Franco, com a dupla Dino Franco & Mouraí.


            Nesse dia em que o mundo das artes está de luto pela morte de Liz Taylor (1932-2011) – a eterna Cleópatra -, vou encerrando a Tertúlia de hoje, com um forte abraço para todos!

Wilmar Machado

segunda-feira, 21 de março de 2011

ABRINDO A PORTEIRA - POR QUEM COBRAM OS PARDAIS

Amigas e Amigos!

            Ao abrir a porteira para mais uma semana, vou trazer algumas notícias que foram veiculadas em diversos segmentos da imprensa nacional sobre os controladores de velocidade – “pardais”, que devem envergonhar muito os pássaros mesmo que eles não tenham qualquer idéia sobre o que seja comportamento ético.


 
            Começo com o jornal Zero Hora (http://zerohora.clicrbs.com.br) que denunciou, no dia 14 de março último, uma suposta fraude na licitação de pardais:
Uma reportagem investigativa realizada pela RBS TV e exibida na noite de domingo no programa Fantástico, da TV Globo, mostrou uma suposta fraude na relação entre prefeituras e empresas fabricantes de controladores eletrônicos de velocidade. [...] Por dois meses, a reportagem gravou uma série de conversas com representantes de oito empresas: duas delas do Rio Grande do Sul, três de Curitiba (PR), três de São Paulo e uma de Florianópolis (SC). Sem saber que estavam sendo gravados, vendedores, gerentes e até um diretor ofereceram propinas que variaram entre 3,5% e 50% em troca de contratos com uma suposta prefeitura gaúcha.
            Na reportagem do programa Fantástico (http://fantastico.globo.com), mais uma denúncia, envolvendo a Consilux, responsável por radares no Paraná e em São Paulo, onde o repórter se diz representante de uma prefeitura perante o diretor da empresa:
E será que todos os motoristas são iguais perante os radares? A resposta é não. É possível anular multas de apadrinhados políticos, amigos, parentes. Perguntado se existe alguma maneira de livrar um cara desses da multa, o diretor comercial da Consilux assegura: “Tem. Você tem”. E confessa: a Consilux já anulou multas em Curitiba. Segundo ele, ninguém descobriu.
            No dia 15 de março, o DFTV (http://dftv.globo.com/), na 2ª edição, denunciou que do dinheiro arrecadado com multas:
Os equipamentos de fiscalização eletrônica aplicaram 1.525.268 milhão de multas no ano passado, uma média de 4.178 mil multas por dia. O faturamento das empresas terceirizadas responsáveis pelos pardais e barreiras eletrônicas se multiplica. [...]As multas aumentam a cada ano, o faturamento se multiplica, mas o trânsito continua fazendo mais vítimas: foram 383 mortes em 2009. No ano passado, foram 431. “Por falta de campanhas realmente eficientes, hoje a sensação de impunidade se alastrou de tal forma que os infratores estão soltos na ruas”, analisa o especialista em trânsito Luiz Miura.
            Hoje, segundo a Agência Estado e publicado no portal UOL (http://noticias.uol.com.br), cinco estradas do estado de São Paulo têm radares “invisíveis”, funcionando às escondidas dos motoristas:
Assim funcionam radares de fiscalização de limite de velocidade em trechos das Rodovias Anhanguera, Ayrton Senna, dos Bandeirantes, Dom Pedro I e Governador Carvalho Pinto, que ligam a capital paulista ao interior e ao litoral do Estado. Os equipamentos estão atrás de passarelas, placas, painéis e estruturas de sustentação de pórticos. A localização dos radares contraria resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que determinam a instalação em pontos onde o motorista possa vê-los.

            Além das negociatas envolvendo representantes de empresas com o setor público, parece que a mais organizada das facções criminosas sentiria inveja do filão que estaria perdendo (se de fato estiver). E essa arrecadação tende a aumentar cada vez mais pois as “armadilhas” preparadas para os motoristas são progressivamente aumentadas, em períodos que encurtam rapidamente à medida em que aumenta a ganância dos arrecadadores. Para os defensores dos “pardais”, é importante lembrar que o número de acidentes de trânsito vem aumentando. A razão aparente é que motoristas conscientes, educados, enfim, preparados para uma atuação responsável no trânsito, não interessam para quem só pensa em arrecadação e não tem qualquer interesse com educação.

            Também no dia 15 de março, o Diário Catarinense (http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense) encerra seu editorial, dizendo que:
O poder público tem o dever de moralizar o uso de controladores eletrônicos de tráfego, fazendo com que a prioridade seja reduzir o número de mortos e de acidentes com veículos, não simplesmente a de arrecadar. A preocupação torna-se particularmente inaceitável quando o afrouxamento nos sistemas de fiscalização dá margem a uma verdadeira indústria de ganhos fáceis, para a qual conscientização no trânsito está longe de se constituir em objetivo.
            Se for para tornar a reflexão proposta no início do texto mais abrangente, pode-se pensar se algum partido político em algum poder executivo está livre dessa ganância retratada nas notícias. Como já cansei dos "pardais", gostaria que João Chagas Leite respondesse "Por quem cantam os cardeais?" (Vaine Darde e João Chagas Leite).


            Um grande abraço e não deixe um "pardal" se apaixonar pela placa do seu carro.

Wilmar Machado