sábado, 14 de maio de 2011

FOGÃO DE LENHA - CARNE DE PORCO COM REPOLHO


Não importa saber se a gente acredita em Deus:
o importante é saber se Deus acredita na gente...

Amigas e Amigos,

                O Blogspot, depois de muita instabilidade na quarta-feira, parou completamente ontem. Hoje está, aparentemente, normal e espero que assim continue. Abrindo espaço para o futebol, no próximo domingo tem decisões nos campeonatos regionais e lembro algumas brincadeiras feitas por torcedores gremistas após a vitória no primeiro jogo.

                Dentre as que recebi por e-mail, destaco a versão humorada do tradicional trava-língua, transformado em “Renato roeu a roupa do Rei de Roma”, fazendo referência ao treinador do Internacional, durante muito tempo um dos melhores jogadores do campeonato italiano. Uma outra história interessante dizia que o treinador do Inter teria sido consolado por Bin Laden que lhe disse: “Eu sei como isso é difícil de aceitar, eu também fui ‘eliminado’ em casa!”. No próximo domingo, novas histórias surgirão, mas ainda não é possível prever se manterão a cor azulada ou serão avermelhadas.

                Enquanto se espera a decisão de domingo, haverá tempo para um bom almoço em família e sugestão do Fogão de Lenha da semana é um prato com carne de porco (que pode ser servido com arroz branco e uma salada), mesmo que você vá acompanhar a decisão do campeonato paulista.



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CARNE DE PORCO COM REPOLHO

Ingredientes:
500 gramas de carne de porco, sem gordura
½ repolho médio

½ pimentão vermelho
1 tablete de caldo de carne (dissolvido em ½ xícara de água quente)
2 colheres de (sopa) de molho inglês
5 colheres de (sopa) de óleo vegetal
1 colheres de (chá) de açúcar
3 dente de alho, amassado
Pimenta-do-reino a gosto

Modo de preparo:
Corte a carne de porco em pequenas tiras e o repolho em fatias longas e finas. Reserve. 

Numa frigideira, aqueça 3 colheres de (sopa) do óleo, junte o alho e deixe dourar. 
Acrescente a carne, fritando-a bem e mexendo sempre, por 3 minutos. 
Escorra-a com uma escumadeira e coloque em outro recipiente, mantendo-a aquecida.
Despeje na mesma frigideira o restante do óleo e frite o repolho e o pimentão em fogo alto por 2 a 3 minutos. Adicione o molho inglês, o caldo de carne e o açúcar. 
Deixe que o repolho cozinhe neste molho por aproximadamente 2 minutos.
Acrescente a carne, deixando cozinhar por mais 3 minutos.
Polvilhe a pimenta-do-reino e sirva com os acompanhamentos escolhidos.

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                Para acompanhar harmonicamente o prato de hoje, sugiro a música “O alemão e o delegado”, de Bruno Neher e Luiz Lara, com o grupo Os 3 Xirús.


                Um grande abraço e bom apetite para os que resolverem experimentar a receita de hoje,

Wilmar Machado

quarta-feira, 11 de maio de 2011

TERTÚLIA NATIVA - O TÁXI VOADOR

O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal,
mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer.
(Albert Einstein)


  
Amigas e Amigos,

               A Tertúlia Nativa desta semana começa com o anúncio institucional do Sindcombustíveis (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Automotivos e de Lubrificantes), do Distrito Federal.

               O referido sindicato, amparado em uma luta que pretensamente travam há muitos anos contra combustíveis caríssimos, transfere todo o ônus do preço exorbitante praticado pelos postos na venda de combustíveis para distribuidora (preço de compra do combustível) e governo (impostos). Em um trecho da campanha – encarecidamente peço que você não chore de forma compulsiva se ficar comovido com o texto – aparece que:
Preços iguais não significam ‘manipulação de mercado’, cartelização, como acusam esses desavisados de plantão. É natural que num mercado com produtos de qualidade, como os que são oferecidos no DF, o consumidor venha a optar pelo menor preço, provocando na concorrência, a equiparação com seus vizinhos para manter vivo o seu negócio, criando-se um paralelismo de preços. Isso ocorre em todo o Brasil. Perguntamos: Você faria diferente?

               Não consegui descobrir ao longo do texto da campanha quem seriam os “desavisados de plantão” que são capazes de chamar esse cartel de... cartel. Também não consegui entender bem para quem é dirigida a pergunta ao final do texto acima, após a fantasiosa explanação. Como penso que a resposta esperada seja “claro que não”, acredito que ela seja para qualquer um que acredite ser impossível conciliar comércio e ética.

               Matéria da Agência Brasil (http://agenciabrasil.ebc.com.br), do último dia 9, comenta a participação do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, na manhã daquele dia, em sessão solene da Câmara, com o seguinte trecho:
Lobão reforçou que a Agência Nacional de Petróleo (ANP) passará a ter a responsabilidade de cuidar, também, do etanol. E admitiu que em alguns estados há cartel nos postos de gasolina. “Nitidamente está havendo cartel. Pedi que a ANP fosse ao Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica] para que esse descalabro fosse resolvido”, afirmou. O ministro disse que, a partir de agora, as punições para os donos de postos que formam cartéis na cobrança dos combustíveis serão rigorosas. Pode haver cobrança de multa e até o fechamento do posto.

               Com a versão das partes envolvidas, onde a troca de acusações transforma o oponente em grande vilão, lembrei que, ontem, em um programa matinal na Band News FM, em Brasília, onde a apresentadora leu um e-mail de um ouvinte, cujo teor abordava a culpa dos preços altíssimos praticados para combustíveis. Escreveu o ouvinte que enquanto o governo diz que a culpa é dos postos e os postos dizem que a culpa é do governo, a única certeza que ele tinha é de que os dois estavam certos.



               Falando em combustível, lembrei de um causo sobre um motorista muito rápido, narrado por Apparício Silva Rillo, em seu livro “Rapa de Tacho 3” (p. 61-62), da “Tchê! Editora Ltda.”. Percebam a situação delicada do coitado do motorista.

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O TÁXI VOADOR
                                             Apparício Silva Rillo

               Cidão Dorneles, quando capataz do coronel Diógenes Silva, de São Borja, teve necessidade de – pela primeira vez – ir a Porto Alegre. A mulher estava atempada, feiota de saúde e, para seu caso, a solução estava mesmo na capital.

               Durante uma semana, no galpão da Fazenda da Tuna, o assunto central das charlas e contracharlas era a viagem do Cidão. Um tanto ingênuo nos seus quase dois metros, braços longos e fortes como varejões de mangueira, Cidão escutava os comentários. E, sobretudo, as recomendações.

               – Óia, Cidão, tu chegando da Ferroviária pega um táchi. Dá pro home o endereço que o coronel botou aí nesse papel que ele te leva direto como goela de sapo.

               – Mas tem uma cois, índio velho. Te agarra bem no tal de táchi porque os home de Porto Alegre são uns louco na rua. Tem uns que chegam a avoar.

               E por aí seguiam as recomendações – Põe teu dinheiro no cano da bota. – Vai armado mas esconde os ferro, que a Brigada tá de ôio na gente. – Não compra bilhete nem do bispo, que te aplicam o causo do bilhete premiado. – E óia os táchi, tem uns que avoam como urubu com um tição no rabo...

               De tudo, o que mais impressionou o Cidão foi  a história do “táchi” tomar tal velocidade ao ponto de “aovar”. “Avoa, cai, me esculhamba a muié velha, que já tá mais engrupida que arma que matou corvo.” Com a cuca fervendo de conselhos, lá se foi o Cidão pelo trem, coma a mulher e a trouxa de roupas. E uma galinha com farofa e um pão de forno numa lata bem tampada de azeite correntino.

               Na manhã do outro dia o trem bufou como touro tesudo na estação central, em Porto Alegre. Meio perdido naquele burburinho, Cidão encontrou a saída. E a uma voz de “Táxi” levantou as orelhas. – Quero um, seu!

               Com o bilhete onde estava anotado o endereço, lá se foi o motorista com o casal no banco de trás. A certa altura, indagou:

               – É mesmo na João Pessoa, não?

               – Se tá no bilhete é justo nesta casa...

               O “táchi” tomou velocidade e o Cidão começou a suar. Lá pelas cansadas o motorista, para colocar o passageiro mais a vontade, veio com a nova pergunta:

               – É na João Pessoa, sim, aqui está. Mas em que altura?

               Na voz de “em que altura” o Cidão saltou de dentro das botas. Arrancou da cintura a “solingen mata-leitão” e berrou para o motorista que quase se borra de susto:

               – Tu levanta meio metro este teu “táchi” e eu te tiro a buchada pela cova das ventas!

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               Para acompanhar o causo desta Tertúlia, a música escolhida é “Motorista do Brasil”, de Lourival dos Santos e Tião Carreiro, interpretada pela dupla Tião Carreiro e Pardinho.


               Para terminar, um grande abraço para todos e até a próxima,

Wilmar Machado

ORATÓRIO CAMPEIRO - PIZZA "SAUDÁVEL"?

Para os puros todas as coisas são puras.
Para os corruptos e descrentes nada é puro: até a sua mente e consciência são corrompidas.
Proclamam que conhecem a Deus, mas na prática o renegam,
detestáveis que são, rebeldes e incapazes de qualquer boa obra.
(Tito 1, 15-16)

 


Amigas e Amigos,

               Abro o Oratório Campeiro desta semana para a edição de ontem (terça-feira), do Diário Popular (http://diariopopular.com.br), de Pelotas (RS), onde encontrei na coluna do caro Carlos Eduardo Behrensdorf, direto de Brasília (DF), o seguinte comentário:
O Ministério da Saúde (MS) e a Controladoria Geral da União (CGU) informam: de 2007 a 2010, houve desvios de R$ 662,2 milhões do Fundo Nacional de Saúde (FNS). Fazendo comparações de custos e obras os auditores concluíram que a grana volátil dá para a construção de 1.439 unidades básicas de saúde. [...] Dos R$ 159,1 bilhões transferidos a estados e municípios nos últimos quatro anos, só 2,5% tiveram a aplicação fiscalizada. No popular: pode dizer que liberou geral.

               Você tem idéia do local em que está localizada essa inesgotável fonte de recursos que permite essa “extravagância” oficial? É isso mesmo que você está pensando. Nós, que trabalhamos 5, 6 ou, até mesmo, 7 dias por semana é que provemos recursos – arrancados “a rodo” de nossos salários em forma de “estratosféricos” impostos e taxas – para que a turma do trabalho de terça a quinta-feira se encarregue da distribuição que, aparentemente, é feita a partir da conversão dos valores para a moeda “votos-futuros”.

               O Behrê, na sua coluna, ainda diz que:
...os problemas do setor de planos de saúde serão debatidos em audiência pública promovida por três comissões nesta terça. Estão na parada as comissões de Defesa do Consumidor, de Seguridade Social e Família e de Trabalho, Administração e Serviço Público. Espera-se um quorum saudável.

               Como sempre se tem observado, possivelmente, já foi definida a tarefa de cada comissão: uma levará os ingredientes para a massa, outra se encarregada da lenha e fósforos para assar, e a outra garantirá  o molho, a mozarela, o orégano e o azeite. Dada a diversidade de gostos, fica combinado que bebida, cada um leva o que for consumir.

               Depois do caos da merenda escolar, conforme comentado no “Abrindo a Porteira” da semana, é desalentadora a percepção da forma de condução das questões relacionadas à saúde dos cidadãos desse nosso Brasil.



               O próximo dia 13 de maio marca o 94º aniversário da primeira aparição da Virgem Maria, na Cova da Iria,  Freguesia de Fátima, em Portugal – para os pastorzinhos Lúcia de Jesus, de 10 anos, e Francisco e Jacinta Marto, seus primos, de 9 e 7 anos. Lembrando esta data, o Oratório desta semana nos convida a orarmos para a Senhora de Fátima na busca de, pelo menos, melhorar o tratamento dado pelas políticas – e políticos – públicas para a saúde do povo brasileiro.

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ORAÇÃO A NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

Santíssima Virgem Maria,
que nas regiões de Fátima vos dignastes revelar,
aos três pastorzinhos,
os tesouros de graças que podemos alcançar
rezando o santo rosário.

Ajudai-nos a apreciar sempre mais essa oração
a fim de que, meditando os mistérios da nossa redenção,
alcançaremos as graças
que com insistência vos pedimos.

Senhora de Fátima,
olhai para as famílias do nosso imenso Brasil
e para as suas necessidades.

Vede os perigos que as cercam em todos os momentos,
e sede a mãe sempre presente.

Sede a nossa intercessora
junto ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo
e alcançai-nos a graça de vermos a saúde do povo brasileiro
ser conduzida com ética por nossos representantes.

Amém!

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               E a música de hoje é de D.P., com arranjo de Luís Pedro Fonseca e interpretação de Joanna, e tem por tïtulo "Treze de Maio", abordando a aparição da Virgem Maria em Fátima.


                 Até o próximo, um grande abraço e que a Paz de Cristo permaneça conosco!

Wilmar Machado

terça-feira, 10 de maio de 2011

ABRINDO A PORTEIRA - MERENDA & NEGOCIATAS

Amigas e Amigos,

               Ao abrir a porteira para mais uma semana, comento a reportagem apresentada, ontem, no Fantástico (Rede Globo), disponível em http://fantastico.globo.com, sobre as falcatruas que transformam a merenda escolar em algo intragável – quando existe – para alunos da rede pública de ensino em grande parte do país. Aparentemente, as exceções que permitem escolas com merenda digna ocorrem muito mais por iniciativas de cidadãos brasileiros do que por iniciativas dos diversos escalões governamentais.



               Na matéria publicada no endereço acima, pode-se encontrar que:
Em um mês de investigação, uma equipe do programa flagrou a péssima qualidade da merenda em escolas públicas do país: comida estragada, vencida, armazenada de qualquer jeito, intragável. [...] "Uma boa alimentação, coma frutas, verduras e legumes", diz o recado no mural. Na teoria, tudo certo. Mas, na prática... Um homem traz os alimentos da merenda: carne moída. A comida veio em um caminhão, exposta ao sol e sem refrigeração. Nas embalagens, não há nome do fabricante nem data de validade. A merenda é para uma escola estadual de Novo Gama, em Goiás, de 95 mil habitantes, a 40 quilômetros de Brasília. São cerca de 1,5 mil alunos. […] Quinta-feira, 7 de abril. Natal registra 31ºC e uma escola não tem água. as crianças têm que levar de casa. E esse não é o único problema. Às 15h, os alunos foram embora mais cedo porque não havia merenda. [...] Foram apenas duas horas de aula – uma situação que se repete em outras escolas municipais de Natal. “Nos sentimos obrigados a diminuir o horário pelo fato de muitos passarem mal, com dor no estômago e até mesmo desmaios”, revela a coordenadora pedagógica Elaine Medeiros. [...] A equipe do Fantástico visitou mais de 50 escolas públicas – estaduais e municipais – de cinco estados: São Paulo, Goiás, Rio Grande do Norte, Paraíba e Bahia. Todos sempre se apresentaram como jornalistas. Em Itaparica, cidade turística baiana, foram a duas escolas municipais. Uma funcionária contou que quase não tem merenda e, naquele momento, só havia açúcar no estoque. Desde o início do ano, a geladeira da escola está vazia. Só tem água gelada. […] Este ano, o Ministério da Educação vai repassar mais de R$ 3 bilhões a governos estaduais e prefeituras para a compra de merenda. O objetivo é beneficiar 45 milhões de estudantes. A Controladoria-Geral da União ajuda a fiscalizar como o dinheiro é gasto. [...] Em Nazaré, Bahia, as refeições dos mais de quatro mil alunos da cidade saem de uma cozinha da prefeitura. Segundo uma funcionária, as crianças comem biscoito de má qualidade por pressão do fornecedor dos alimentos. [...] Uma das explicações para tantos problemas nas merendas é a corrupção. O Fantástico teve acesso, com exclusividade, a dois depoimentos que, segundo o Ministério Público, ajudam a entender o caminho das fraudes. O Fantástico não mostrou o rosto das pessoas porque a investigação ainda está em andamento. As testemunhas dizem que têm medo de morrer, que estão sendo ameaçadas.

               A matéria completa apresenta outras barbaridades patrocinadas por alguns políticos, detentores dos mais diversos cargos públicos, e representantes de empresas aéticas. Mas pelo excerto apresentado já é possível perceber como a educação, que aparece em propostas eleitorais em momentos que antecedem eleições como se fosse uma preocupação séria, é completamente esquecida pelos programas governamentais. Talvez seja um exagero afirmar que a educação é completamente esquecida, na medida em que, aparentemente, ela é lembrada quando existe a possibilidade de favorecer algum “amigo” em troca de uma módica parcela.

               Na reportagem do Fantástico, aparecem também algumas manifestações oficiais, como por exemplo:
“Nós já estamos com toda uma logística montada para a normalização completa em todas as escolas da rede”, assegura o secretário de Educação de Natal, Walter Fonseca. [...] “Isso não representa a realidade do município na gestão da merenda escolar nem na gestão da educação de modo geral. Não vai acontecer mais de maneira nenhuma”, assegura o prefeito de Vera Cruz, Magno de Souza Filho. [...] A Secretaria de Educação de Novo Gama informou que não permite a distribuição de merenda com irregularidade. Negou que o cardápio seja fantasioso, alegando que a merenda muda, conforme os alimentos em estoque. [...] quem fala é uma testemunha-chave em uma investigação contra a prefeitura de Taubaté, no interior paulista. O homem acusa o atual prefeito, Roberto Peixoto, e a primeira- dama de receber propina de uma empresa de merenda chamada Sistal. Ele diz que, duas vezes por mês, durante três anos, entregou dinheiro da corrupção para o casal. “Eu servia de mulas para eles”, conta. O homem calcula que Roberto e Luciana Peixoto receberam cerca de R$ 5 milhões de propina. “Eles estão montando uma boate em Taubaté agora”. [...] “Já existem provas materiais no sentido de que houve pagamento de propina e aquisição pelo prefeito de bens imóveis incompatíveis com os seus rendimentos”, constata o promotor de Justiça Sílvio Marques. Em nota, a Sistal diz que jamais pagou propina a Roberto Peixoto. O Fantástico procurou o prefeito de Taubaté. Sobre essa nova denúncia, ele indicou para falar o secretário de governo. “É uma acusação descabida. O objetivo do prefeito não era ter nenhuma vantagem pessoal com este contrato. Muito pelo contrário, era melhorar a alimentação, a merenda escolar da nossa cidade. A casa de shows pertence ao seu genro, portanto, não tem nenhuma ligação jurídica ou econômica com o prefeito”, afirma o secretário de Governo de Taubaté, Adair Loredo dos Santos. [...] Em janeiro, o Ministério Público recomendou à prefeitura que o contrato com a SP Alimentação não fosse prorrogado. Mas isso não aconteceu. A Secretaria de Educação de João Pessoa disse que a contratação da empresa foi acompanhada pelo Tribunal de Contas da União e que está dentro da lei. Alegou também que a maioria das crianças aceita bem os alimentos servidos. Também em nota, a SP Alimentação disse que obedece a todos os procedimentos legais e que 90% dos diretores das escolas de João Pessoa aprovam a merenda da empresa. O Fantástico pediu à professora de ciências dos alimentos Gilma Sturion, da Universidade de São Paulo (USP), que analisasse dez cardápios de escolas visitadas pela equipe de reportagem do programa, inclusive das de João Pessoa. “Têm baixo valor energético, é muito deficiente em frutas e hortaliças. Todos os municípios têm condições de fazer uma boa merenda, é só otimizar os recursos. [...] A Secretaria de Educação de Goiás diz que vai tomar providências, inclusive na escola que tinha gatos na cozinha. “Nós vamos mandar uma equipe para ver isso de perto. Se chega alguma denúncia aqui, no dia seguinte, tem uma equipe no local”, assegura Sonia Piero Bom, superintendente de gestão da Secretaria de Educação de Goiás.
               Pela “cara de pau” dos responsáveis por algumas das declarações acima, parece evidente que o dinheiro da merenda escolar seja objeto de “desvios” e “negociatas”, pois deve ser grande o consumo de óleo de peroba para manutenção de alguns destes “porta-vozes”.
Em meio a tanto “lero-lero”, fica a provável evidência de que toda “essa conversa para boi dormir” serve apenas como desculpa “esfarrapada” para, confiando na curta memória nacional, aguardar o esquecimento da reportagem apresentada.

               Ainda na matéria, consta que prefeitos foram presos em novembro do ano passado, acusados de desviar verbas federais e favorecerem empresas distribuidoras de merendas. Um deles chegou a ficar dois dias preso e, solto, hoje já reassumiu a “sua” prefeitura. É muito faz de conta para que se possa esperar um pouco de seriedade com a educação em um país onde, para ser gari se faz necessária alguma formação e para o exercício de cargos públicos a única exigência é uma pseudoalfabetização.

               Para não começar a semana desanimado pelos fatos nauseabundos citados, sugiro ouvir Sulino & Marrueiro, cantando a fome e a sede de forma poética em “Tenho fome e tenho sede”, de autoria do próprio Sulino.



               E até a próxima, com  um grande abraço!

Wilmar Machado