Pago impostos em dia, cumpro as obrigações de cidadã.
Almoço no restaurante de minha filha e peço nota fiscal.
Não existe essa história de se ser mais ou menos ético. Ou se é ético ou não se é.
(Luiza Trajano)
(Luiza Trajano)
Amigas e Amigos,
Nossos ilustres representantes legitimamente eleitos, com a sabedoria costumeiramente constatada, estão prestes a desenvolver a “criatura meio-ética”. Possivelmente, encontraram essa necessidade na constatação da impossibilidade de um indivíduo exercer um mandato público e, além disso, preocupar-se com ética.
Não me resta qualquer dúvida sobre a intenção norteadora da proposta desenvolvida a partir dessa necessidade: a vontade que os nobres representantes têm de “trabalhar” na defesa dos interesses (se alguém tiver idéia do que sejam esses interesses, poderá compartilhar e enriquecer muito este texto) que lhes permitiram chegar até os cargos que hoje ocupam.
Toda a percepção acima pode ser mais bem entendida a partir de matéria do portal Terra (www.terra.com.br), de hoje, comentando que:
O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, na sessão desta quinta-feira, uma proposta que modifica o Código de Ética da Casa. A principal mudança permite uma gradação da pena aplicada a parlamentares. Agora, em vez de decidir apenas pela absolvição ou cassação do parlamentar, o Conselho poderá aplicar uma pena mais branda, como suspensão temporária de até seis meses, censura escrita ou verbal. A modificação pode beneficiar parlamentares que respondem a processo de cassação no colegiado, como a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), investigada, no processo disciplinar, por ter recebido dinheiro de Durval Barbosa, operador e delator do esquema de corrupção conhecido como mensalão do DEM. A deputada e seu marido foram filmados recebendo recursos que, segundo ela, seriam doações não contabilizadas de sua campanha a deputada distrital, em 2006. Outra mudança no Conselho é que os prazos passarão a ser contados em dias úteis, em vez de sessões. O tempo para apresentação da defesa, em caso de suspensão ou perda de mandato, passará de cinco sessões ordinárias para dez dias úteis. Desse modo, o andamento dos processos será menos prejudicado por recessos parlamentares.
Ontem, esse mesmo portal Terra já apresentara uma notícia que poderia mostrar como esse tal Código de Ética daquela importante casa se mostra “ultrapassado” ao almejar que ilustres deputados submetam suas ações à camisa de força imposta por uma conduta ilibada. Na matéria de ontem, o “conselheiro” instrui seu “protegido” a aparentar bom comportamento com seus pares e (pseudos-) antagonistas, independente da forma utilizada para seu enriquecimento – o que deve ser com o tempo esquecido. É um claro exemplo do que poderá ser considerada uma atitude meio-ética, conforme publicado:
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em conversa reservada na quarta-feira com o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci (PT), avisou o companheiro de partido das insatisfações e ameaças da base governista no Congresso: ou Palocci atendia os parlamentares ou até mesmo aliados poderiam endossar uma CPI contra o ministro no Senado. "Você tome cuidado porque sua situação no Congresso não é boa. Todo mundo está insatisfeito com sua conduta", disse Lula a Palocci, de acordo com senadores que ouviram o relato de Lula sobre o diálogo. Palocci é acusado de aumentar seu patrimônio em 20 vezes nos últimos quatro anos e de fazer tráfico de influência por meio da empresa de consultoria Projeto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Na tentativa de evitar a CPI, Palocci passou a telefonar para os senadores e pedir apoio, dizendo ser vítima de uma "campanha de difamação" e se prontificando a marcar conversas privadas com os parlamentares. Lula teria cobrado de Palocci e da presidente Dilma Rousseff mudanças urgentes na articulação política do governo, para atender os aliados na montagem do segundo escalão. Para o ex-presidente, se o governo não agir rápido para conter os dissidentes da base aliada e estancar a crise, a CPI no Senado pode sair. Após ouvir as queixas dos líderes da base aliada, Lula assumiu as rédeas da coordenação política do governo, pedindo um "voto de confiança" em Palocci e argumentando que o alvo da oposição é o governo Dilma.
Os textos acima misturaram falta de ética no exercício de cargo público, fazendo lembrar uma “oportuna” negociação, em Brasília, com um bezerro como nunca se viu antes na história deste país. Por conta disso, segue abaixo, a letra da música “Vaca Estrela e Boi Fubá”, do Patativa do Assaré, com uma lírica simplicidade caipira.
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VACA ESTRELA E BOI FUBÁ
Patativa do Assaré
Seu doutô, me dê licença / Pra minha história contá
Hoje eu tô em terra estranha / É bem triste o meu pená
Eu já fui muito feliz / Vivendo no meu lugá
Eu tinha cavalo bão / Gostava de campeá
Todo dia eu aboiava / Na porteira do curral
Êeeeiaaaa / Êeee vaca Estrela / Ôoooo boi Fubá
Eu sô filho do Nordeste / Não nego meu naturá
Mas uma seca medonha / Me tangeu de lá prá cá
Lá eu tinha o meu gadinho / Não é bão nem imaginá
Minha linda vaca Estrela / E o meu belo boi Fubá
Quando era de tardinha / Eu começava aboiá
Êeeeiaaaa / Êeee vaca Estrela / Ôoooo boi Fubá
Aquela seca medonha / Fez tudo se atrapaiá
Não nasceu capim no campo / Para o gado sustentá
O sertão se esturricô / Fez o açude secá
Morreu minha vaca Estrela / Se acabô meu Boi Fubá
Perdi tudo quanto eu tinha / Nunca mais pude aboiá
Êeeeiaaaa / Êeee vaca Estrela / Ôoooo boi Fubá
Hoje nas terra do Sul / Longe do torrão natal
Quando vejo em minha frente / Uma boiada a passá
As águas corre nos óio / Começo logo a chorá
Me lembro a vaca Estrela / Me lembro meu boi Fubá
Com sodade do Nordeste / Dá vontade de aboiá
Êeeeiaaaa / Êeee vaca Estrela / Ôoooo boi Fubá
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A interpretação da música escolhida hoje é da saudosa dupla Pena Branca & Xavantinho.
Um grande abraço para todos,
Wilmar Machado