O escravo apenas tem um senhor,
o ambicioso tem tantos quantos lhe puderem ser úteis para vencer.
(Jean de La Bruyère)
Amigas e Amigos,
Esse 2011 está “apagando suas luzes” e eu, longe de
Brasília (DF), percebo pelo portal G1 (http://g1.globo.com)
que, por conta do prazo para se obter “empenho” de emendas – termina às 14h do
último dia deste ano –, tem muito deputado e senador pressionando para serem
liberados dinheiro para obras em suas bases eleitorais. A dúvida que me
persegue é quantos deixaram o ano passar sem qualquer retribuição para com os
que lhes garante seus salários. Não imagino todos (mas uma boa parte).
Diz o referido portal que está acontecendo uma
verdadeira romaria ao Palácio do Planalto pelos que buscam promessas de
pagamento de emendas parlamentares ao orçamento da União. Segundo o portal:
As emendas parlamentares são apresentadas por deputados e senadores e incluem no orçamento projetos e obras direcionados a estados e municípios onde têm bases eleitorais. O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), escreveu em seu perfil no microblog Twitter que está no Rio de Janeiro, em férias com a família, mas permanece trabalhando, por telefone, pela liberação das emendas para o seu estado. Cada parlamentar tem o direito a R$ 13 milhões em emendas individuais e pode também incluir pedidos nas emendas reservadas às bancadas e comissões. Mesmo durante o recesso, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) começou a visitar ministérios e o Palácio do Planalto já na segunda-feira (26). Ele disse que encontrou muitos parlamentares e assessores de gabinetes na Casa Civil. "Tem em torno de uns 40, 50 deputados esta semana trabalhando [nos ministérios]”, disse o deputado federal Darcísio Perondi (PMDB-RS), presidente da Frente Parlamentar da Saúde. Para o deputado Lázaro Botelho (PP-TO), os parlamentares da base aliada ao governo deveriam ter “tratamento diferenciado” na liberação das emendas. Em agosto, PMDB e outros partidos da base aliada se articularam para impedir a realização de votações na Câmara dos Deputados. O objetivo da paralisação foi demonstrar insatisfação com o governo, principalmente com a demora na liberação de emendas parlamentares. No início do segundo semestre, o governo chegou a anunciar que seria empenhado R$ 1 bilhão em emendas, somente em agosto.
Quanta
informação maravilhosa para nós que elegemos essas simpáticas figuras, capazes
de gozar férias no Rio de Janeiro com a família e permanecer trabalhando.
Imagino que, alguém que não faça nada ao longo de onze meses e receba polpuda
remuneração, ao tirar seu “merecido” mês de férias – e continuar sem fazer nada
– possa afirmar que está trabalhando pois suas férias estão muito semelhantes
ao seu ano laboral.
Outra
coisa que me parece formidável para nós eleitores é perceber que, nos últimos
dias do ano, cerca de 40 ou 50 parlamentares estão trabalhando para garantirem
uma próxima reeleição por conta de distribuição de verbas para seus
correligionários.
E ver a
“sensibilidade” do ilustre deputado que clama por “tratamento diferenciado”
para os aliados, afinal as verbas – fruto de altíssimos impostos pagos por
todos – devem beneficiar somente aqueles que moram em regiões representadas
pelos parlamentares “puxa-sacos”.
Pode-se
constatar, ainda, na matéria acima que parlamentares se organizaram em agosto e
paralisaram seus trabalhos – ou seja, fizeram greve branca – por estarem
insatisfeitos como o Governo e a greve não foi declarada ilegal por nenhuma
instância do judiciário. Será que greve ilegal só pode ser vinculada a classe
que trabalhe?
Como eu
citei no início que 2011 está apagando as luzes, valho-me dos versos de Adair
de Freitas, em sua música “Previsão”, que dizem “que alegria se eu previsse que
a chuva do amor caísse nos ranchos do meu rincão” para desejar um Santo e
Abençoado 2012 para todas as Amigas e Amigos leitores deste Blog. Segue a letra
completa da música nesta Galeria Sertaneja.
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PREVISÃO
Adair de Freitas
O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai
O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai.
E é por isso
Que o campeiro se agasalha
Porque sabe que não falha
Previsão de vaqueano
Mesmo aragano
Sabe que é dura a peleia
Quando o tempito se enfeia
Pro lado dos castelhanos.
O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai
O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai.
Isto é costume
Da gente lá da fronteira
Gente boa sem fronteira
Que observa a Natureza
É sutileza do peão, e está provado
Se armando pra aquele lado
Chove chuva com certeza.
O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai
O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai.
A vida é um tempo
Temporal, vento maleva
E a vida que a gente leva
Leva o tempo pela mão
Meu bom patrão,
Que alegria se eu previsse
Que a chuva do amor caísse
Nos ranchos do meu rincão.
Adair de Freitas
O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai
O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai.
E é por isso
Que o campeiro se agasalha
Porque sabe que não falha
Previsão de vaqueano
Mesmo aragano
Sabe que é dura a peleia
Quando o tempito se enfeia
Pro lado dos castelhanos.
O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai
O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai.
Isto é costume
Da gente lá da fronteira
Gente boa sem fronteira
Que observa a Natureza
É sutileza do peão, e está provado
Se armando pra aquele lado
Chove chuva com certeza.
O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai
O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai.
A vida é um tempo
Temporal, vento maleva
E a vida que a gente leva
Leva o tempo pela mão
Meu bom patrão,
Que alegria se eu previsse
Que a chuva do amor caísse
Nos ranchos do meu rincão.
O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai
O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai.
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai
O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai.
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Para acompanhar a
letra acima, fica aqui a interpretação do próprio autor, Adair de Freitas.