Quando se navega sem
destino, nenhum vento é favorável.
(Lucius Annaeus Seneca)
Amigas e Amigos,
Aqui na bela
capital portenha, continuo passeando muito, ganhando alguns quilos extras por
conta dos maravilhosos cortes de assados. Sem perder o contato com as coisas de
nosso Brasil, li no Blog do Perrone, no porta UOL (http://www.uol.com.br) que o Banco do Brasil
se apresenta ao BNDES como “fiador” do Itaquerão, o estádio que o Corinthians
não tem condições de construir.
Dado a
um presidente que parece ter usado o clube para buscar projeção política, e
hoje se prepara para exercer um cargo “simbólico” (ou não, como diria Caetano)
na CBF, e a outro presidente que resolveu assumir como capricho essa aparente
vaidade pessoal em detrimento da ausência de investimentos em saúde, educação e
segurança no país, saiu do papel a absurda idéia dessa construção sem qualquer
sentido.
O
Perrone conclui a sua postagem dizendo que “Com o BB no circuito, o Itaquerão
reforça sua vocação estatal. BNDES, prefeitura e governo de São Paulo são os
outros entes públicos envolvidos na gestação do estádio corintiano. Sem falar
na participação do então presidente Lula, que estimulou a Odebrecht a entrar na
empreitada”. Essa vergonha toda com o dinheiro do povo só é possível em um país
que não tem qualquer preocupação com a opinião do seu povo e sabe que, se der
tudo errado – como é possível se esperar – bastará aumentar algum imposto ou
criar alguma coisa que pague esse desmando administrativo.
Com
essa “confusão administrativa”, onde o governo assume os compromissos (ou a
falta de compromissos) da iniciativa privada, lembrei de um causo contado lá no
sul do Rio Grande do Sul, cujo personagem principal – o popular Carancho –
assume um local que ainda não era seu. Segue abaixo, para preencher essa
Tertúlia, a confusão provocada pelo Carancho.
=========================================
O CARANCHO E O CAIXÃO DE DEFUNTO
Domínio Público
Certa feita, num domingo à tarde,
sentado nas guardas da ponte do rio Santa Maria, que banha Dom Pedrito, o nosso
amigo Carancho aguardava uma carona, que o levasse até a campanha. Eis que
surge a picape Willys da prefeitura municipal, levando um caixão para um
defunto carente do interior. O Carancho, então, pediu uma
carona e foi atendido.
Dali a
pouco começou a cair um chuvarada daquelas. Sem se apertar, o Carancho velho entrou
no caixão e, mais do que depressa, fechou a tampa, protegendo-se da chuva.
Mais
adiante, outras pessoas também pegaram carona. E, uma vez em cima da picape, como
é próprio do pessoal da campanha, que acredita em assombração e outros bichos mais,
todos passaram a olhar, desconfiados, para aquele caixão de defunto fechado.
Vai
daí que lá pelas tantas começou a esquentar no interior do caixão, e o Carancho
velho, abrindo a tampa de sopetão, perguntou:
– E
daí, indiada? Como é que tá o tempo aí fora, chê? Barbaridade!
Foi
vivente saltando pra todo o lado e se boleando pelos barrancos da estrada. Dizem
que teve gente que correu mais de dez léguas, e sem parar!
=========================================
Para continuar “combinando”
com essa vertedura do dinheiro público brasileiro, a música desta Tertúlia
Nativa é “O maior calote”, de Nhô Chico e Dino Franco, com João Mulato & Pardinho.
Um
grande abraço e até a próxima!
Nenhum comentário:
Postar um comentário