Amigas e Amigos!
Essa Galeria Sertaneja presta uma homenagem especial a um conterrâneo que, fazendo o que mais gosta e o que os gaúchos gostam que ele faça, foi agraciado com o troféu “Jorge Camargo” (das mãos de Pedro Ortaça) de melhor intérprete do 4º Canto Missioneiro da Música Nativa, na cidade de Santo Ângelo-RS.
Os parabéns são para o cantor Joca Martins (“Aí que eu me refiro!" – como diria o próprio Joca), que defendeu no citado festival a música “Catedral” – segunda colocada –, criada por Lisandro Amaral e Guilherme Collares, premiados com o troféu “Tio Queiroz” pelo melhor arranjo.
Transcrevo, abaixo, parte da matéria publicada hoje no espaço de cultura do Diário Popular (www.diariopopular.com.br), de Pelotas-RS, que diz:
A final do evento movimentou a cidade de Santo Ângelo no último domingo e o público que acompanhou a execução da música Catedral aplaudiu os músicos em pé. "Difícil explicar tudo que aconteceu. Era emoção na ponta dos dedos dos guris e da minha garganta", confessou Joca Martins. A letra foi criada por Lisandro Amaral e Guilherme Collares que presentearam Joca Martins em uma tarde na Rainha da Fronteira, Bagé. Segundo Joca, eles estavam tomando chimarrão e conversando sobre os projetos no estúdio do Guilherme quando conheceu a música e ficou impressionado. Além da letra comovente e do arranjo premiado, a canção tem uma história. [...] Tudo começou quando Lisandro Amaral retornava de um espetáculo em Santo Cristo e ao chegar no trevo que leva até as ruinas de São Miguel resolveu que seria o momento de conhecer o local. [...] aproveitou a paz do local para buscar inspiração e escrever uma música. Em poucos minutos, a letra estava completa e recheada de emoção. Como a música nasceu nas missões, resolveram gravar para inscrever no Canto Missioneiro. Conseguiram a classificação.
Mas só a classificação era pouco para essa turma que, segundo o próprio Diário, mostrou uma sintonia capaz de obter o reconhecimento dos jurados. Na matéria, Joca Martins ainda afirmou que "Essa música faz parte do momento mais importante da minha história musical e diria que um dos momentos mais emocionantes da minha vida".
Juliana Spanevello, em seu blog (http://www.julianaspanevello.blogspot.com), conta da surpresa que fez para o Joca, viajando, de Faxinal do Soturno-RS, sem avisar, para assistir a última noite do festival, em Santo Ângelo, onde chegou depois das 8h da noite (as apresentações começaram as 7h da noite). Sobre o momento da apresentação, Juliana afirma com uma carga de emoção indisfarçável que:
Queria ter fotografado a cara do Joca!!! Nos divertimos com a reação dele... pasmou!!! Bueno... mas melhor que toda esta história... foi a emoção que senti, lá no meio do público! A cada estrofe que iniciava, o povo emocionado aplaudia!!! Era uma atenção só! E a canção, infinitamente tocante, emocionante! Momentos que a gente não presencia por aí, a qualquer hora... um momento definitivamente único e especial! Público se colocou em pé para apaludir a CATEDRAL, com Lisandro Amaral, Guilherme Collares, Silvério Barcellos, Ricardo Comasseto, Negrinho Martins, e o Joca! A emoção de cada um no palco podia ser notada claramente... visível e transparente emoção dos olhos do Lisandro e do Guilherme... e da concentração do Silvério, do Comasseto, e do tio Negrinho. E especialmente, a emoção do Joca quase em lágrimas... Confesso! Nunca havia presenciado um momento assim!
Se você quiser entender um pouco melhor esse emocionante momento do festival, sugiro um passeio pelas últimas postagens do blog da Ju Spanevello. Abaixo, publico a letra de Catedral, que carrega, de fato, toda a emoção, passada pelo Joca e pelo grupo.
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CATEDRAL
Letra: Lisandro Amaral
Melodia: Lisandro Amaral e Guilherme Collares
Intérprete: Joca Martins
Também de pedra meu cantar não se termina...
caído ao solo - beijo a terra e escrevo a sina.
Terra vermelha é minha cor no arrebol
pois tenho sol no sangue em paz que me ilumina.
Também de bronze, estou de joelhos Catedral.
No pedestal que cala os sinos, faço prece...
quem não merece – a terra em si – terá perdão,
pois gratidão a vida tem mas nunca esquece!
Dormem aqui: ruínas índias e horizontes...
bebendo a fonte do silêncio natural...
senti teu cheiro - mãe divina - em berço livre...
hoje o que eu tive foi tua benção Catedral.
Seguem aqui - hoje emplumados - Guaranis
no bem-te-vi, no João Barreiro e entre os guardiões
querendo sempre querer mais que o quero-quero
sei o que espero, e busco aqui, muitos perdões...
Também de vento estou soprando - em ti – templário.
No pedestal que fala o tempo, a crosta esquece...
ouvindo os prantos que derramam tua imagem
achei coragem e sou guardião com pena em prece.
Hoje o que eu tive foi tua benção CATEDRAL!!!
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E para você já ir se acostumando com esse novo sucesso da música gaúcha, segue abaixo a interpretaçao do Joca Martins para "Catedral".
Um grande abraço e até a próxima Galeria Sertaneja aqui no Canto da Terra!
Wilmar Machado