Amigas e Amigos,
A "grande" notícia de hoje é o corte de gastos anunciado pelo Senado Federal, acompanhando os cortes (?) anunciados pelo executivo. No página de notícias do UOL (http://noticias.uol.com.br/politica) tem uma matéria dizendo que:
A exemplo do governo federal -- que, nessa quarta (9), anunciou corte de R$ 50 bilhões no orçamento da União para 2011 --, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), informou nesta quinta-feira (10) que a Casa também terá ações de contenção de despesa para os próximos meses. Entretanto, não foram citados valores, nem percentuais de cortes -- apenas que a primeira medida será a proibição do pagamento de horas extras a funcionários que ocupam cargos de direção.
Se alguém estiver mais feliz com a notícia, provavelmente tem uma percepção que me falta. Não consegui perceber nada além de uma perspectiva calculada para aparecer na mídia, jogando palavras e embaralhando idéias. Procedimento, aliás, responsável pela eleição de muita gente por esse país afora (como somos facilmente iludidos por palavras e expectativas de sobrar uma "boquinha").
A pérola dessa matéria, logo na sequência, diz respeito a "bombástica" declaração de José Sarney, conforme abaixo:
“Todo funcionário que ocupar cargo de direção não tem direito a horas extras pra evitar que eles sejam os próprios árbitros das avaliações das horas que devam trabalhar”, justificou o peemedebista.
Serão cortadas as horas extras que não deveriam sequer existir. É "mole"?
Pelo barulho feito e pela tristeza de perceber que política cada vez mais se identica com politicagem nessa Terra de Vera Cruz, seleciono para a Galeria Sertaneja desta semana a música "Triste Berrante", do saudoso Adauto Santos - cantor, compositor, violonista e violeiro, nascido em São Paulo e criado em Londrina.
================================
TRISTE BERRANTE
Adauto Santos
Já vai bem longe este tempo, bem sei
Tão longe que até penso que eu sonhei
Que lindo quando a gente ouvia distante
O som daquele triste berrante
E um boiadeiro a gritar, êia!
E eu ficava ali na beira da estrada
Vendo caminhar a boiada até o último boi passar
Ali passava boi, passava boiada
Tinha uma palmeira na beira da estrada
Onde foi gravado muito coração
Onde foi gravado muito coração
Lá, lá lá iá lá iá....
Mas sempre foi assim e sempre será
O novo vem e o velho tem que parar
O progresso cobriu a poeira da estrada
E esse tudo que é o meu nada
Eu hoje tenho que acatar e chorar
Mas mesmo vendo gente, carros passando
Meus olhos estão enchergando uma boiada passar
================================
A seguir, está o vídeo de Sérgio Reis, interpretando a música da Galeria de hoje.
Encerro a Galeria Sertaneja, esperando que tenham gostado e deixando um forte abraço para todos!
Wilmar Machado