A
educação de um povo pode ser julgada,
antes de
mais nada, pelo comportamento que ele mostra na rua.
Onde
encontrares falta de educação nas ruas, encontrarás o mesmo nas casas.
(Edmondo
de Amicis)
Amigas
e Amigos,
Notícia
da Agência Brasil, já divulgada em grande número de jornais e portais de
notícias na Internet, informa que o início do ano letivo está evidenciando que
a Lei do Piso Nacional do Magistério, aprovada em 2008 e fixando o mês de
janeiro para reajuste dos professores da rede pública com jornada de 40 horas
por semana, não está entre as mais “simpáticas” para os governos estaduais,
pois até agora muitos estados e municípios estão completamente “esquecidos” da
determinação legal.
Li
a notícia sobre esse assunto no Jornal do Brasil, de onde transcrevo que:
Apesar de o texto da lei deixar claro que o reajuste deve ser calculado com base no crescimento dos valores do Fundo de Manutenção e desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), governadores e prefeitos justificam que vão esperar o Ministério da Educação (MEC) se pronunciar oficialmente sobre o patamar definido para 2012. De acordo com o MEC, o valor será divulgado em breve e estados e municípios que ainda não reajustaram o piso deverão pagar os valores devidos aos professores retroativos a janeiro. O texto da legislação determina que a atualização do piso deverá ser calculada utilizando o mesmo percentual de crescimento do valor mínimo anual por aluno do Fundeb. As previsões para 2012 apontam que o aumento no fundo deverá ser em torno de 21% em comparação a 2011.
Penso
que o problema é mais simples do que todo o imbróglio provocado pelos
envolvidos. Sendo o corpo mole de prefeitos e governadores conhecido pelo MEC,
bastaria que, no início do ano, esse Ministério divulgasse um índice
preliminar, a ser substituído pelo definitivo assim que apurado. Não se falaria
de passivo, nem de falta de informação e nem de professor sendo enganado por
seu empregador oficial.
Sobre o assunto, e muito mais
preocupante, é a sequência da notícia, onde parece que alguém pisou no piso salarial dos
professores e esse alguém tem o nome de muito prefeito e de muito governador conhecido. Diz o JB que:
Na Câmara dos Deputados tramita um projeto de lei para alterar o parâmetro de reajuste do piso que teria como base a variação da inflação. Por esse critério, o aumento em 2012 seria em torno de 7%, abaixo dos 21% previstos. A proposta não prosperou no Senado, mas na Câmara recebeu parecer positivo da Comissão de Finanças e Tributação. A Lei do Piso determina que nenhum professor pode receber menos do valor determinado por uma jornada de 40 horas semanais. Questionada na Justiça por governadores, a legislação foi confirmada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no ano passado. Entes federados argumentam que não têm recursos para pagar o valor estipulado pela lei. O dispositivo prevê que a União complemente o pagamento nesses casos, mas desde 2008 nenhum estado ou município recebeu os recursos porque, segundo o MEC, não conseguiu comprovar a falta de verbas para esse fim.
Penso
ser emocionante para todos nós, cidadãos brasileiros, perceber uma Câmara de
representantes preocupada em não desperdiçar dinheiro público e escolhendo o
menor índice para reajuste de professores – que, acredito, pensem nossos
representantes naquela Casa estarem muito bem remunerados. Vale lembrar,
apenas, que esses mesmos senhores são os que, sem qualquer vergonha ou remorso,
reajustam seus próprios salários (15 por ano) em patamares que sempre
surpreendem os mais otimistas. Um grande número desses mesmos senhores, ao contrário
da maioria dos brasileiros, ainda não voltou a trabalhar após o recesso de
Natal/Ano Novo, pois antes esperavam as festividades de Momo e agora devem
estar se recuperando do Carnaval.
Interessante
observar que estados e municípios teriam direito a um aporte de recursos
amparado por lei, mas ninguém recebeu qualquer ajuda. Será que a comprovação da
falta de verbas poderia gerar algum desconforto provocado por utilização
indevida de verbas? É só uma pergunta...
Para
o fim de semana, a sugestão é um prato para pronta recuperação do feriado e das
festas. A receita de hoje é carne de panela, com um toque especial, acompanhada
de batatas.
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CARNE
DE PANELA COM BATATAS
Ingredientes:
1 kg de alcatra, cortada em cubos
grandes
½ kg de batata, cortada em cubos
grandes
1 lata de cerveja preta
4 colheres (sopa) de óleo
2 cebolas médias, picadas
3 dentes de alho, picados
2 tomates, picados
1 pimenta dedo-de-moça sem
sementes, picada
½ xícara de extrato de
tomate
1 colher (sopa) de farinha de
trigo
1 tablete de caldo de picanha (ou
de carne)
3 xícaras de água fervente
Sal e pimenta-do-reino a gosto
½ xícara de salsa, picada
Modo
de preparar:
Tempere a
carne com alho, sal e pimenta-do-reino.
Deixe
descansar por aproximadamente uma hora.
Salpicar
a carne temperada com a farinha de trigo.
Em uma
panela de ferro grande, aqueça o óleo.
Frite os
cubos de carne aos poucos, até dourar.
Na mesma panela, frite
a cebola e a pimenta dedo-de-moça.
Acrescente o tomate
e misture ligeiramente.
Coloque cerveja, o
caldo de picanha e o extrato de tomate.
Acrescente a água e
cozinhe até amaciar a carne.
Coloque a batata e,
se necessário, coloque mais água até cobrir.
Deixe ferver
novamente, até a batata ficar macia.
Se necessário, acerte
o tempero e deixe o molho engrossar.
Polvilhe com a
salsa picada e sirva.
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A música escolhida para ouvir enquanto a receita é preparada tem por título "A Violeira", de Chico Buarque e Tom Jobim, interpretada pela mineira Ivânia Catarina, acompanhada pelos mineiros Carlos Gomes (mais contemporâneo do que o compositor do Guarani) e Tatá Sympa.