Um dos maiores travões aos delitos não é a crueldade das penas, mas a sua infalibilidade (...)
A
certeza de um castigo, mesmo moderado, causará sempre impressão mais intensa
que o temor de outro mais severo, aliado à
esperança de impunidade.
(Cesare
Beccaria)
Amigas
e Amigos,
O senador Demóstenes Torres, que já atuou como promotor de justiça e secretário de segurança em Goiás, há muitos anos desempenha o - talvez para ele difícil - papel de guardião da ética política (?) e forte opositor do governo. Pois no início deste mês de março, caiu a máscara de bom moço (nem tão moço) com o aparecimento de denúncias sobre o envolvimento do senador com o bicheiro Carlinhos "Cachoeira".
E parece que a cachoeira é bem maior do que as evidências surgidas recentemente. Essa águas estão rolando desde, pelo menos, 2006 quando, segundo notícias que tentam abafar, a Polícia Federal já teria colhido evidências de que Demóstenes estaria envolvido com o esquema de jogo de bicho em Goiás, beneficiado com alto faturamento. Dizem, ainda, que quando tomou conhecimento das denúncias, o senador teria "comprado" até delegado da PF.
E parece que a cachoeira é bem maior do que as evidências surgidas recentemente. Essa águas estão rolando desde, pelo menos, 2006 quando, segundo notícias que tentam abafar, a Polícia Federal já teria colhido evidências de que Demóstenes estaria envolvido com o esquema de jogo de bicho em Goiás, beneficiado com alto faturamento. Dizem, ainda, que quando tomou conhecimento das denúncias, o senador teria "comprado" até delegado da PF.
Na página de Notícias do UOL, em 29/03, foi noticiado que:
O STF (Supremo Tribunal Federal) abriu nesta quinta-feira (29) um inquérito para investigar elos entre o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e o empresário do jogo do bicho conhecido como Carlinhos Cachoeira. O processo foi enviado pela Procuradoria-Geral da República na terça-feira (28) e deixa o parlamentar como suspeito de integrar uma quadrilha que opera jogo ilegal em Goiás. A pedido do ministro Ricardo Lewandowski, relator do caso, a corte também pediu a quebra do sigilo bancário do parlamentar e uma relação de emendas ao orçamento apresentadas por ele no Senado. [...] A suspeita é de que o senador transmitia informações a Cachoeira em troca de presentes. Ele nega as acusações.Além de Demóstenes, há outros possíveis envolvidos no esquema criminoso: os deputados por Goiás Rubens Otoni (PT), Carlos Alberto Leréia (PSDB) e Sandes Júnior (PP). Na terça-feira, em um acontecimento raro, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, recebeu parlamentares da Frente Mista de Combate à Corrupção e sinalizou "indícios robustos" para uma investigação, segundo o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).A assessoria de Demóstenes informou à Agência Brasil que ele já recebeu da Procuradoria-Geral da República os autos contendo dados das investigações que o envolvem. Se o DEM decidir abrir um processo contra o senador, será designado um relator para o caso e definido prazo de menos de um mês para a defesa. Há informações, veiculadas em vários veículos da imprensa, de que Demóstenes mantinha ligações com Carlinhos Cachoeira, preso por envolvimento com máquinas de caça-níqueis em Goiás. A suspeita é que o senador transmitia informações para o empresário, mantinha negócios com ele e recebia presentes. O parlamentar confirmou que ganhou de casamento um fogão e uma geladeira importados, no valor de R$ 30 mil, de Cachoeira.A pressão no DEM só aumenta para que Demóstenes deixe o partido. A situação dele se agravou depois de o Jornal Nacional, da TV Globo, relatou gravações da Polícia Federal em que Cachoeira -- preso em Goiás no início do mês durante a Operação Monte Carlo -- cita o senador seis vezes. Segundo a reportagem, as gravações foram feitas pela PF há um ano. Nas conversas, que duram cerca de cinco minutos, eles falam sobre dinheiro e contas do esquema ilegal de exploração de jogos de azar. [...]
Não resta dúvida de que o currículo do senador é bem "marcante" para um paladino da moral e dos bons costumes, conforme ele mesmo dá ideia em seu blog de propaganda pessoal.
O portal Folha.com,
hoje enriquece um pouco mais a folha corrida de Demóstenes, informando que:
O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) utilizou o seu mandato para beneficiar os negócios do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, revelam gravações feitas pela Polícia Federal. De acordo com as escutas, divulgadas nesta sexta-feira (30) pelo jornal "O Globo", o senador acertou com o empresário ajuda em processo judicial e em projeto de legalização de jogos de azar em tramitação no Congresso. O empresário foi preso pela Polícia Federal no dia 29 de fevereiro, durante a Operação Monte Carlo. Nas gravações divulgadas pelo jornal, Demóstenes também fala com Cachoeira de negócios com a Infraero na época que ele era relator da CPI do Apagão Aéreo. Os grampos, segundo o jornal "O Globo", foram gravados durante a Operação Vegas. Em um diálogo gravado em 22 de abril de 2009, o empresário pede ao senador que faça um levantamento sobre o projeto de lei 7.228, que trata de jogos de azar. [...] Ele também pede a Demóstenes que fale com o então presidente da Câmara dos Deputados e agora vice-presidente, Michel Temer. O senador diz que vai tentar fazer com que o plenário da Câmara vote a proposta, o que não aconteceu. Em outra conversa, Demóstenes afirma que o texto do projeto, na verdade, prejudica Cachoeira. [...] Reportagem de "O Globo", publicada semana passada, com gravações da mesma operação já haviam mostrado que Demóstenes pediu dinheiro a Cachoeira para pagar despesas com táxi-aéreo, no valor de R$ 3.000. Na conversa, ao dizer que iria pagar, o empresário aproveita para pedir ao senador que o ajude em um processo judicial. [...] Outra conversa, gravada em 4 de abril de 2009, mostra também que os dois poderiam estar de olho em um milionário "negócio" em andamento da Infraero.[...] Investigações da PF também apontam que Cachoeira repassou informações sobre apurações contra o seu grupo a Demóstenes. A Folha obteve 12 mil páginas do inquérito da PF que culminou na Operação Monte Carlo. Ela investigou Cachoeira e mais 80 pessoas, todos denunciados neste mês pelo Ministério de Público Federal sob acusação de explorar máquinas caça-níquel e corromper agentes públicos para manter o negócio. No inquérito a que a Folha teve acesso, o nome de Demóstenes aparece, por exemplo, num relatório da PF sobre um diálogo gravado com autorização judicial no dia 13 de março do ano passado, às 15h37. Nele, conversam Carlinhos Cachoeira e o sargento aposentado da Aeronáutica Idalberto Matias, o Dadá --apontado pela Procuradoria como o principal araponga da quadrilha. Ambos estão presos. [...] Questionado sobre as gravações da Polícia Federal na Operação Monte Carlo, o advogado de Demóstenes Torres, Antonio Carlos de Almeida Castro, afirmou que elas não têm valor jurídico e são totalmente nulas. Isso porque o senador só poderia ser investigado com autorização do STF. O advogado afirmou não ter tido acesso à íntegra de todos os diálogos interceptados pela PF, mas critica a atuação da polícia.
Considerando apenas os pequenos resumos publicados, dá para imaginar que a "ficha" do senador está "mais suja do que pau de galinheiro". Pois com tudo isso, ainda aparece um advogado para dizer que as provas não têm valor jurídico e que são totalmente nulas porque, provavelmente, um juiz autorizou as escutas e somente o Supremo teria essa prerrogativa.
A falta de bom senso leva, muito seguidamente, a declarações estapafúrdias. Se quem estava sendo investigado era um bicheiro - claro que cheio de influente "amiguinhos" - para que alguém iria ao Supremo? Quem imaginaria que o probo senador apareceria em todas as gravações, na maior intimidade?
A falta de bom senso leva, muito seguidamente, a declarações estapafúrdias. Se quem estava sendo investigado era um bicheiro - claro que cheio de influente "amiguinhos" - para que alguém iria ao Supremo? Quem imaginaria que o probo senador apareceria em todas as gravações, na maior intimidade?
Como acho que as perguntas acima são de difícil resposta, acredito que o escárnio sobre valor jurídico e provas nulas em nada amenizam os embutes promovidos pelo senador. Mas parece que teríamos uma situação em que o advogado começa a preparar os ingredientes para mais uma pizza na Esplanada dos Ministérios.
Deixando a pizza para as "comissões" das casas representativas do povo brasileiro, a receita deste Fogão de Lenha é “Charque Acebolado”, que pode ser
servido como entrada (acompanhado de um bom pão francês) ou como prato
principal (com arroz branco e uma salada).
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CHARQUE
ACEBOLADO
Ingredientes:
500 g de charque, cortado em cubos
grandes
2 cebolas, cortadas ao meio e
fatiadas
2 ou 3 colheres de azeite de oliva
1 colher de sopa de molho de soja
(ou aceto balsâmico)
100
gramas de bacon picado
Pimenta-do-reino a gosto
Sal (se necessário) a gosto
Cheiro verde picado
Modo
de preparar:
Lavar bem os
pedaços de charque.
Colocar os pedaços em
uma panela com água.
Deixe ferver por
aproximadamente 10 minutos.
Escorra a água.
Lave, novamente, os
pedaços de charque p/retirar o sal.
Coloque água
novamente na panela e cozinhe o charque.
Quando estiver
macio, retire os pedaços da água e deixe esfriar.
Desfie os pedaços,
grosseiramente.
Colocar o bacon em
uma frigideira grande com o azeite.
Quando o bacon
estiver dourado, acrescente a cebola.
Frite,
ligeiramente, a cebola.
Junte o charque
desfiado e refogue um pouco mais.
Se necessário,
acerte o sal.
Tempere com a
pimenta-do-reino.
Acrescente o molho
ou o aceto e misture bem.
Salpicar com cheiro
verde e servir imediatamente.
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A música para acompanhar a receita acima é "Pampa na Garupa", de Iedo Silva, com Iedo Silva e o grupo "Os Farrapos".
Um abraço e um abençoado fim de semana!