sexta-feira, 18 de maio de 2012

GALERIA SERTANEJA – TEM BOI NA LINHA...



Quem não tem vergonha não tem consciência.
(Thomas Fuller)






Amigas e Amigos,



Hoje, ao acessar o portal G1, encontrei que a CPI da moda, a do Cachoeira, aprovou a quebra de sigilos da construtora Delta somente para o Centro-Oeste e o Tocantins, ainda que a construtora tenha atuado – e ainda atue, sendo a grande parceira do PAC – em outros estados.


A matéria do G1 diz que:
A Comissão Parlamentar de Inquérito criada para apurar o elo do bicheiro Carlinhos Cachoeira com políticos e empresários aprovou nesta quinta-feira (17) a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico da construtora Delta. Serão investigados dados das filiais da empresa em Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. Segundo investigação da Polícia Federal, a Delta, uma das empresas com mais contratos com o governo federal, repassou dinheiro para empresas fantasmas que abasteciam o grupo de Cachoeira. [...] Outras empresas citadas nas investigações da PF também tiveram os sigilos quebrados. Durante a votação do requerimento, deputados e senadores da oposição defenderam que a CPI quebrasse os sigilos da empresa Delta em todo o país, não apenas das filiais da empresa no Centro-Oeste e Tocantins. Essa proposta ainda vai a votação. “A gente vai separar o que a gente acha que tem indício e deixar de investigar a empresa no restante do país? A Controladoria Geral da Uinião indicou 60 contratos da Delta sob investigação por superfaturamento”, argumentou o deputado Fernando Francischini (PSDB-DF). Já o relator da CPI, Odair Cunha, defendeu que apenas a Delta Centro-Oeste, que foi comandada por Claudio Abreu, tivesse o sigilo quebrado.

Sempre que ouço falar em instauração de CPI, imagino que os membros do poder legislativo que a conduzirão estão em um momento de marasmo, necessitando criar um passatempo para fazerem de conta que estão preocupados com alguma coisa. E essa, dá ainda mais a impressão, pelos vícios apresentados em seu início, que não terá andamento diferente das anteriores, talvez com o agravante de seus integrantes aparentarem estar ainda mais preocupados com qualquer possibilidade de investigação séria. Poderá até ser tornar conhecida como a CPI dos rabos presos.

O portal do Estadão, também hoje, tratou desse assunto, reforçando a ideia acima do passatempo de parlamentares, mostrando que fortes indícios de irregularidades não serão considerados quando envolver “parceiros” fiéis. Diz o Estadão que:
A comissão, porém, não colocou em votação os requerimentos para convocar os governadores Sérgio Cabral (PMDB-RJ), Marconi Perillo (PSDB-GO) e Agnelo Queiroz (PT-DF), o que levantou protestos da oposição. [...]  Parlamentares também criticaram a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico da Delta Construções restrita às filiais da empreiteira localizadas na região Centro-Oeste. Com a decisão, a medida abrangerá as regionais da Delta em Tocantins, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal. Foi firmado um compromisso para votar a quebra ampliada apenas no dia 5 de junho.   O relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), disse que não há indícios para propor uma quebra de sigilo "ampla, geral e irrestrita" da empreiteira. Para ele, a ligação da Delta com o contraventor Carlinhos Cachoeira, até o momento, era feita apenas pelo ex-diretor da região Cláudio Abreu.

Enquanto nossos simpáticos representantes deixam o tempo passar trocando sustentáveis teorias do tipo “eu acho que sim” e “eu acho que não”, o “rolo” vai, cada vez mais, se anuviando. Parecendo ser insuficiente a ponta do iceberg de lama já aparente, a transação envolvendo a construtora com um frigorífico, e um noticiado envolvimento do BNDES-Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, parece não exalar um cheiro que possa ser classificado como bom.





Em outra matéria do Estadão, é noticiado o inquérito civil público que foi aberto pelo procurador da República Edson Abdon para investigar a venda da Delta ao grupo J&F Participações. Esse grupo é dono do frigorífico JBS, que tem 31,4% das suas ações controladas pelo BNDES. O Estadão, hoje, também diz que:

O objetivo da investigação, pedida na semana passada pelo procurador regional da República no Rio de Janeiro, Nivio de Freitas Silva Filho, é evitar que os controladores da construtora - mais de 80% são propriedade do empresário Fernando Cavendish - fujam ao pagamento de eventuais prejuízos causados por supostas irregularidades cometidas pela empresa. [...] A venda da Delta, anunciada na semana passada, foi recebida com estranheza pelo mercado. Não houve, segundo anunciado, desembolso de dinheiro. Os novos controladores terão dois meses para administrar a empreiteira e examinar sua contabilidade e compromissos, para então anunciar se vão realmente comprá-la. Cavendish, que se afastara do Conselho de Administração da empreiteira, não teria alternativa - a outra seria aceitar a falência, já que a perda de credibilidade lhe fechou portas de financiamentos pelos bancos. Integrante da área de Patrimônio Público da Divisão de Tutela Coletiva do Ministério Público Federal no Rio, Abdon oficiou ao BNDES para que explique sua eventual participação no negócio. O banco nega ter tido influência na compra e afirma que é somente sócio de uma controlada do J&F, sem influência na holding - embora a maior delas. O procurador também pediu informações sobre a venda à própria Delta e à J&F. Há suspeita de influência política no negócio, já que interessaria ao governo que a Delta, detentora de muitos contratos de obras federais, não falisse, e teme-se que recursos públicos acabem injetados na empreiteira. O Palácio do Planalto nega ter influenciado no caso e afirma que a empreiteira poderá ser declarada inidônea.


Todo esse “jogo de empurra" parece confirmar a impressão que tive quando disse que se o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) fosse um rio, teria uma “cachoeira” em seu “delta”. A partir dos novos desdobramentos e das mal explicadas histórias do frigorífico e a construtora, passo a pensar que o PAC está mais para uma “Maria Fumaça” que não consegue andar porque “tem boi na linha”.

         Esse intrigante caso da venda da Delta fez com que escolhesse, para esta Galeria, uma música de Adalto Ezequiel (o Carreirinho), Isaltino Gonçalves de Paula e Pedro Lopes de Oliveira, com o título de “Boi Soberano”, com a letra abaixo.

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BOI SOBERANO

                                   Carreirinho, Isaltino de Paula e Pedro L. de Oliveira



Me alembro e tenho saudade do tempo que vai ficando
Do tempo de boiadeiro que eu vivia viajando
Eu nunca tinha tristeza vivia sempre cantando
Mês e mês cortando estrada no meu cavalo rumando.
Sempre lidando com gado, desde a idade de 15 anos
Não me esqueço de um transporte, seiscentos bois cuiabanos
No meio tinha um boi preto por nome de Soberano!


Na hora da despedida o fazendeiro foi falando
Cuidado com esse boi que nas guampas é leviano
Esse boi é criminoso já me fez diversos danos
Tocamos pela estrada naquilo sempre pensando
Na cidade de Barretos, na hora que eu fui chegando.
A boiada estourou ai, só via gente gritando.
Foi mesmo uma tirania, na frente ia o Soberano.


O comércio da cidade as portas foram fechando
Na rua tinha um menino de certo estava brincando
Quando ele viu que morria de susto foi desmaiando
Coitadinho debruçou na frente do Soberano
O Soberano parou ai, em cima ficou bufando.
Rebatendo com o chifre, os bois que vinham passando.
Naquilo o pai da criança de longe vinha gritando!


Se esse boi matar meu filho eu mato quem vai tocando
E quando viu seu filho vivo e o boi por ele velando
Caiu de joelho por terra e para Deus foi implorando
Salvai meu anjo da guarda desse momento tirano
Quando passou a boiada, o boi foi se retirando
Veio o pai dessa criança e comprou o Soberano
Esse boi salvou meu filho, ninguém mata o Soberano!



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         A interpretação hoje é da dupla Tião Carreiro e Pardinho.

   

         Um grande abraço e até a próxima!



quinta-feira, 17 de maio de 2012

TERTÚLIA NATIVA – MARCHA DOS PREFEITOS “ESPERTOS”



Os homens, tão enfadonhos quando se trata das manobras da ambição,
são atraentes ao agirem por uma grande causa.
(Charles André Joseph Marie de Gaulle)






Amigas e Amigos,

Ontem, o clima – mesmo com temperaturas mais baixas – esteve quente na Capital Federal, onde prefeitos de diversos municípios brasileiros encontraram a presidente da República. Como por ironia, o “incêndio” começou com petróleo.

Matéria do portal Folha.com informou que:
A presidente Dilma Rousseff foi vaiada nesta terça-feira (15) pelos prefeitos que participavam da 15ª edição da Marcha dos Prefeitos, em Brasília. A vaia ocorreu no momento em que a presidente decidiu falar sobre a redistribuição dos royalties do petróleo. Ao final do discurso de Dilma na abertura do evento, os prefeitos pediram que a presidente se manifestasse sobre o assunto e Dilma respondeu: "Vocês não vão gostar do que eu vou dizer". Em seguida, a presidente declarou: "Não acreditem que vocês conseguirão resolver a distribuição de hoje pra trás. Lutem para resolver a distribuição daqui pra frente". Os prefeitos não gostaram da fala de Dilma e vaiaram a presidente.

A posição da presidente foi firme e transparente – duas qualidades que, aparentemente, incomodam boa parte de nossos políticos – e ela não fugiu do que poderia parecer – ou foi – uma provocação.

Na continuidade dos fatos, a presidente demonstrou despreparo para discutir ideias que divirjam das suas. Conforme notícias de hoje, além de demonstrar irritação com o que considerou uma “cobrança pública” do presidente da Confederação Nacional dos Municípios, chegou a ser vista de dedo em riste no decorrer de uma conversa nada amistosa com o mencionado presidente.

Penso que falte discernimento para a presidente entender que ideias diferentes podem contribuir para discussões que enriquecerão qualquer assunto. Por outro lado, entendo que o presidente da CNM não demonstrava qualquer outro tipo de preocupação que não fosse desestabilizar sua interlocutora (o que, pela reação foi muito fácil), pois ao defender a redistribuição dos royalties do petróleo (conforme a continuidade da matéria da Folha):
O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, fez um discurso com uma série de reivindicações dos prefeitos ao governo federal e ao Congresso. Uma das reclamações tratava sobre a falta de recursos das prefeituras para pagar o piso nacional de determinadas profissões. Ziulkoski citou como exemplos o piso dos professores e dos agentes comunitários: "Ninguém é contra o piso. Só que tem que ter um piso que dê para cumprir", disse o presidente. Paulo Ziulkoski disse ainda que o prefeito que não pagar o piso será punido pela Lei de Responsabilidade Fiscal e, por isso, poderá ser considerado ficha-suja. "O promotor lá na base ele pega o prefeito. O andar térreo é fácil. Do governador pra cima, o tratamento já é diferente", disse. Dilma disse que ficou "muito preocupada" com o relato sobre o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal e prometeu que a União irá auxiliar nessa discussão. "Seria fundamental discutir o que é de fato que produz um desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal, que não é fruto da capacidade do prefeito. [... ] Nós queremos auxiliar em tudo para que não fiquem vulneráveis do ponto de vista jurídico à Lei de Responsabilidade Fiscal", afirmou Dilma. E completou: "o governo vai ser parceiro nisso. O governo vai separar o joio do trigo".

Parece que o Sr. Ziulkoski apresenta diferentes justiças, uma que pune quem deve ser punido – como a que ele chama “lá na base” e que pune prefeitos que não cumprem leis – e outra que trata “do governador para cima” com uma cegueira diferenciada – provavelmente sem condenações por irresponsabilidades. Ele pede que essa “justiça parceira”, mais confortável, seja estendida para os prefeitos. O mais surpreendente é a presidente Dilma afirmar que “o governo vai ser parceiro nisso”.
 
 Fonte: Portal Folha de Dona Inês

 Outra matéria da Folha, ainda abordando o encontro dos prefeitos com a presidente da República, pode dar uma ideia melhor de quem seja o presidente da Confederação Nacional dos Municípios. Diz a matéria que:
Paulo Ziulkoski, pediu nesta terça-feira (15) à presidente Dilma Rousseff que sancione o novo Código Florestal, aprovado pelo Congresso. [...] "Nós temos 4.400 municipios agropecuarios no país, estamos pedindo pra senhora que sancione o novo Código Florestal aprovado na Câmara. Esses municípios não podem terminar", afirmou Paulo Ziulkoski durante a abertura da 15ª edição da Marcha dos Prefeitos, em Brasília.

O veto do Código Florestal, ou mesmo a criação de um Código Florestal preocupado com questões ecológicas fundamentais, pode acabar com 4.400 municípios agropecuários, segundo o Sr. Ziulkoski. Constatável na afirmação desse senhor, provavelmente, será somente a quantidade de municípios agropecuários, pois o apoteótico final aludido não deve estar embasado em qualquer estudo. Acredito que esse patético apelo não terá qualquer efeito na decisão da presidente Dilma que vem demonstrando seu desconforto com o formato tomado pelo Código Florestal a partir de interesses pessoais de deputados.

A fala fácil do Senhor Ziulkoski, associada a um aparente descompromisso com fatos, me lembrou dum caso de Rolando Boldrin, que transcrevo abaixo.


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NOS TEMPOS DA REVOLUÇÃO
                                           Rolando Boldrin

Vejam só: até dos tempos da marfadada revolução tem causos pra gente contar. Esse que conto agora é dum camarada muito boateiro que tinha num bairro de São Paulo. O homem fazia boato de tudo. E isso era sempre num botequinho que ele freqüentava. Inventava coisas do governo militar, coisas de autoridades, zombava disso e daquilo outro.

Acontece que, desse barzinho gostoso de se trocar umas conversas de fim de tarde, um coronel que estava sempre à paisana era também um grande freguês. E, portanto, sabedor e até ouvinte assíduo do boateiro. Ninguém naquele boteco sabia que o coronel era coronel do nosso glorioso Exército... isso porque o dito cujo não fazia propaganda da farda. Era um cabra até que bem humilde e bom de papo.

Mas os boatos do tal amigo foram de certa forma chegando ao exagero e, com isso, no bom palavreado, foi enchendo o saco do bom militar. Daí o tal coronel resolve fazer uma brincadeira corretiva com o boateiro. E, pra isso, simula uma operação militar com jipes, metralhadoras e pessoal fardado, tudo combinado para simplesmente pregar uma boa peça no moço dos boatos, pois os vários boatos já estavam deixando a situação dos militares um pouco chata.

Pois bem. Era de tardezinha, nosso amigo dos boatos falava mal dos fardados e eis que, de repente surge aquela operação militar de araque.

CORONEL (fardado e bravo) – O senhor está preso. Coloquem este indivíduo no camburão. O senhor vai ser julgado por júri militar e condenado, por causa dos boatos referentes ao Exército.

Levam o dito cujo, simulam um júri e a condenação: morte por fuzilamento.

Pois bem. Isso posto, lá está o nosso amigo num paredão e na sua frente 5 fuzileiros apontando armas (com festim, é claro).

CORONEL – Apontarrr.... fogo!

Disparam as armas e o susto foi o pretendido pelo coronel, que se aproxima do boateiro, ainda bravo:

CORONEL – Isso é só pro senhor aprender a não falar mal das Forças Armadas. Entendeu? Fora daqui, sêo desocupado (e dá-lhe um último empurrão).

No outro dia, lá está o nosso querido boateiro, chegando à porta do mesmo botequim, para as conversas de sempre, regadas duma boa cachacinha.

Alguns clientes e amigos que tinham presenciado a prisão do nosso amigo no dia anterior se aproximam para saber das novidades, sobre o efeito da bronca do nosso militar.

FREGUÊS – Então, Justino! Como foi lá no quartel? Conta aí pra gente as novidades...

O nosso amigo boateiro chama todos para perto de si para cochichar um último e criativo boato:

BOATEIRO (falando baixinho) – Olha, pessoal. Não contem pra ninguém. Mas o nosso Exército está totalmente sem munição...


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         Fechando a Tertúlia de hoje (lembrando que os "interesses" dos senhores perfeitos serão um dia avaliados), fica a música “O Último Julgamento”, de Léo Canhoto, com Milionário e José Rico.

 

         Um grande abraço e até a próxima!

terça-feira, 15 de maio de 2012

ORATÓRIO CAMPEIRO – MÃES DE TODOS OS DIAS


O anjo, então, disse:
“Não tenhas medo, Maria!
Encontraste graça junto a Deus.
Conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus.
(São Lucas 1,30-31)








Amigas e Amigos,


Este Oratório Campeiro, após o 6º Domingo da Páscoa – quando festejamos o Dia das Mães e celebramos a Virgem Maria com o título de Nossa Senhora de Fátima –, é inteiramente dedicado a todas as mães.

Como esta homenagem às mães acontece, hoje, dois dias após a data da festa, pode-se ter acesso a algumas informações sobre a data, como o aumento registrado nas vendas realizadas pelo comércio desde o dia 7 até o dia 13 de maio. Em todo o país, esse aumento foi de 7,3%, considerando o mesmo período de 2011, conforme o Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio.

Esse indicador mostra que o comércio vendeu mais, considerando valores. Não serve nem para saber se mais mães foram agraciadas com lembranças. Mesmo que fosse possível conhecer tal informação, acredito que a grande maioria das mães ficou mais satisfeita com beijos, abraços e outras demonstrações de afeto do que com as possíveis panelas, aventais, geladeiras, televisores, etc. que receberam.

Digo isso porque penso que o carinho, o afeto, o amor a ser dedicado a cada mãe por seus filhos deve ser um exercício renovado a cada momento para que a cada segundo domingo de maio se possa viver com cada mãe um “fechamento de contas” do amor vivido no último ano. Só assim, o Dia das Mães estaria acima da possibilidade – ou da necessidade imposta pela cultura – de compra de um presente, não raras vezes com sacrifício financeiro de filhos subempregados, ou até desempregados.

Como disse antes, já se passaram dois dias desde a recente festa do Dia das Mães. Poderia ser um bom dia para começar a demonstrar – como demonstrado no último domingo – toda a gratidão que sentimos por nossas mães... e lembrar de fazer esse gesto a cada novo dia... Quem sabe?!!!

                                                                  Capela das Aparições, em Fátima (Portugal)


Se nos faltar alguma “inspiração” para o exercício de amor proposto, valhamo-nos daquela que tornou o Dia das Mães de 2012 ainda mais bonito: Nossa Senhora de Fátima, cuja primeira aparição remonta ao ano de 1917, quando o mundo ainda vivia as dificuldades da Primeira Guerra Mundial. O dia dessa primeira aparição ficou consagrado pelo cancioneiro popular nos primeiros versos da música “A treze de maio, na Cova da Iria, no Céu aparece a Virgem Maria. Ave! Ave! Ave Maria!”.

A mensagem deixada por Nossa Senhora em Fátima é um apelo a conversão feito para toda a humanidade, motivado pela dor da mãe frente o sofrimento de seus filhos. Maria, em sua solicitude materna, conclama a todos para não ofenderem a Deus, pois só assim é possível encontrar a plena felicidade.

A oração desta semana (conforme consta na página do Santuário de Fátima – www.fatima.com.br) pode ser proferida muitas vezes, invocando a presença de Maria na vida de nossas mães e das mães que de alguma forma melhoraram ou melhoram nossas vidas.

        
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PRECE A MARIA PELAS MÃES

Mãe de Jesus
Mãe da minha mãe e das mães de todo o mundo
Protege aquelas que ti se assemelham pela maternidade
Sustenta aquelas que em ti se espelham na hora da luta
Consola aquelas que a ti se unem pela dor.

Ensina às mães a paciência das longas esperas
Explica a elas os mistérios da vida gerada
Confidencia-lhes as alegrias que só as mães entendem
E as angústias que só elas sofrem.

Senta-te com elas à mesa de tua casa em Nazaré
E conversem sobre seus filhos
Falem de seus sonhos, de suas preocupações,
Troquem idéias sobre a família, sobre educação,
Rezem juntas, meditem a Palavra.

Consola as mães na hora da separação
Lembra-te do dia em que Jesus partiu para o mundo
Deixando-te muda de saudades.

E diga a todas as mães, Mãe de cristo Jesus,
O amor e a gratidão de seus filhos
Que nem sempre sabem falar
Porque, afinal, são sempre crianças.
Amém!

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         A música escolhida para este Oratório é "Senhora e Rainha", do Padre Zezinho, com o grupo "Cantores de Deus".

 



Feliz todos os dias, Mães, porque de vocês são todos os nossos dias! Que a Paz de Cristo permaneça conosco!

segunda-feira, 14 de maio de 2012

ABRINDO A PORTEIRA – AMANHÃ PODE NÃO SER LEGAL


Roube ainda hoje! Amanhã pode ser ilegal.
(Millôr Fernandes)





Amigas e Amigos,

Ao começar o dia hoje, preparado para abrir a porteira para mais uma semana neste mês de maio – das mães e de Maria –, deparo-me, no portal G1, com uma notícia procedente do Triângulo Mineiro sobre um projeto aprovado pela Câmara de Uberaba-MG, ainda não regulamentado, que poderá provocar o fechamento de locais que vendam produtos roubados.



Antes de qualquer comentário, reproduzo a matéria do G1 com o seguinte teor:
Os estabelecimentos comerciais em Uberaba, no Triângulo Mineiro, que forem flagrados vendendo produtos roubados ou até mesmo drogas podem ser fechados. A 'lei da receptação', como é chamada, foi proposta pela Prefeitura e aprovada pela Câmara Municipal por 11 votos a um na última sexta-feira (11), mas ainda depende da regulamentação da Prefeitura, que tem 90 dias. Serão punidos todos os tipos de estabelecimentos que forem flagrados incentivando a atividade ilícita. Se constatada a irregularidade pela fiscalização municipal, um relatório deverá ser encaminhado ao Órgão de Segurança Pública para apuração. A proposta prevê um prazo mínimo de 90 dias de interdição. O secretário do Conselho Municipal de Segurança, Wellington Cardoso, afirmou que será aberto um processo administrativo para cassação do alvará de funcionamento e haverá possibilidade de defesa. "A ideia é realmente dificultar a comercialização de produtos furtados porque obviamente tudo que é furtado volta para o mercado, a menos que seja algo de consumo imediato, e também evitar o tráfico de drogas", explicou o secretário. O secretário também reconheceu que faltam fiscais. Hoje são apenas 32. Wellington disse que conta com o apoio da Polícia Militar e da população para chegar a esse comércio ilegal. "Muitos estabelecimentos funcionam sem o alvará, mas a partir do momento em que se constatar uma irregularidade, que seja caracterizada como crime, é mais um motivo para a Prefeitura agir de imediato para o fechamento do local", contou Wellington. O trabalho da Polícia Militar praticamente não vai mudar. A partir da regulamentação da lei, o comércio que for envolvido em uma em ação criminosa terá o caso investigado pela Prefeitura. "Será feito um atendimento da ocorrência e o encaminhamento para os demais órgãos. Vai nos dar uma segurança maior visto que esse comércio provavelmente não voltará a funcionar", disse o tenente da PM, Ricardo Dolenski. O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Fúlvio Ferreira, aprovou a nova lei. Mas para ele, o projeto só vai funcionar se houver fiscalização. "Acreditamos que quando a lei for cumprida aí sim teremos mais segurança, tanto para os comerciantes que cumprem todas as obrigações quanto para os clientes que vão ter mais segurança ao comprar".

Alguém poderia estar pensando, agora, o que eu poderia ter contra uma proposta para acabar – ou diminuir – a quantidade de locais onde possam ser desovados produtos furtados. E a minha resposta é: “Nada”. Não tenho nada contra a intenção dessa lei que tramita entre os poderes de Uberaba.

Ainda que, conforme afirmei acima, não tenha qualquer objeção às intenções do projeto aprovado em Uberaba, fico preocupado, como cidadão brasileiro, com as demais localidades desse nosso continental país, pois os estabelecimentos comerciais que vendem objetos furtados ou drogas fora de Uberaba permanecerão abertos ao público.

Será esse tipo de ilícito permitido no Brasil pelo Código Penal? Há jurisprudência que permita punir estabelecimentos que se dediquem a atividades ilegais como as previstas no projeto uberabense?

Se as respostas para as duas questões acima forem “sim” e “não” respectivamente, então os poderes da citada cidade do Triângulo Mineiro estarão de parabéns pela iniciativa. Qualquer resposta diferente para alguma das questões poderá ocasionar uma reflexão sobre desperdício de dinheiro público.

De qualquer forma, a motivação para a criação da lei é, conforme a matéria do G1, “dificultar a comercialização de produtos furtados” e “evitar o tráfico de drogas”. Para isso, bastaria que fosse aplicada a legislação vigente, que prevê punições no Código Penal para as duas situações. Pode parecer, então, que por não serem cumpridas as leis – por motivos que podem ser apenas os citados na matéria – esteja sendo criada mais uma lei que, dado os antecedentes, também não deverá ser cumprida.

Será o pensamento do Millôr, na abertura deste post, é mais real do que se poderia imaginar? Com essa dúvida,  vamos ouvir a música escolhida para esta semana que tem por título "Roubaram meu Frischtick", de Bruno Neher, com o grupo "Os Três Xirús".



Um grande abraço e até a próxima!