Amigas e Amigos,
Ao final desta sexta-feira - iniciando os feriados momescos - acendo o Fogão de Lenha, para trazer uma receita especial para esse período que pode levar a algumas extravagâncias alimentares.
Antes, mesmo com todo o momento festivo que toma conta das ruas e dos clubes, é difícil não comentar a "festa" que fazem na Esplanada, em Brasília, com o dinheiro do povo brasileiro. A revista Época, de 28 de fevereiro passado, trouxe uma matéria sobre uma "dificuldade financeira" de nossos ilustres parlamentares:
Obrigado pelas urnas a trocar as praias do Rio de Janeiro por (pelo menos) três dias por semana em Brasília, o deputado federal Romário (PSB-RJ) enfrenta o dilema dos parlamentares novatos. Ao chegar à capital, Romário consultou corretores sobre a possibilidade de alugar uma casa ampla no Lago Sul, área nobre da cidade. Considerou tudo caro. Preferiu fazer como a maioria e se hospedar num hotel. Agora, Romário está à espera de ocupar um dos apartamentos funcionais mantidos pela Câmara dos Deputados. Só que, além dele, há outros 279 deputados na fila. [...] A evolução dos preços no superaquecido mercado imobiliário de Brasília tornou os R$ 3 mil do auxílio-moradia menos atraentes. Muitos parlamentares consideram o valor desatualizado. [...] Os deputados estão tão ansiosos que têm tentado visitar os apartamentos. Mas não são autorizados a entrar. Assessores do deputado Romário só foram autorizados a visitar uma unidade antiga. Com os preços dos imóveis nas alturas e a disputa acirrada pelosapartamentos da Câmara, existe o risco de algum parlamentar entrar e se recusar a sair.
Agora pergunto se isso não corta os nossos corações? Nossos ilibados representantes recebem apenas R$ 3 mil de auxílio moradia (além do vultoso salário, da verba de representatividade, das verbas não-sei-pra-que-mais e, as vezes, de uma "gorjetinha" por fora). Quem é consegue ter uma vida digna nessas precárias condições? Às vezes me pergunto se nossos parlamentares não estariam sendo punidos pela medida legislatória que elevou o Salário Mínimo ao sidéro patamar de R$ 545 (sem considerar que isso ainda poderá ser acrescido de elevados "vales transportes" e, talvez, "vales alimentações").
Com tantas caras de pau, acredito que faltará óleo de peroba em Brasília. Por isso, para o prato de hoje, estou sugerindo azeite de oliva. Trata-se de uma variação do Caldo Verde, originária do norte de Portugal e talvez a sopa mais típica de nosso irmãos d'álem-mar, com um ingrediente também relacionado a pátria luzitana - o bacalhau. Experimentamos essa semana e eu recomendo.
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CALDO VERDE DE BACALHAU
Ingredientes
2 l. de água
500 g. de bacalhau em lascas
1 kg. de batatas
1 cebola grande picada
3 dentes de alho picados
Azeite de oliva a gosto
Sal e pimenta do reino
1 maço de couve em tiras finas
Modo de Preparo
Retirar a pele do bacalhau e cortá-lo em lascas.
Colocar em uma panela com as batatas descascadas e cortadas em cubos.
Levar ao fogo e cubrir com a água.
Ferver em fogo baixo até as batatas estarem muito macias.
Retirar as batatas (com uma escumadeira) e amassá-las bem.
Enquanto isso, colocar azeite de oliva em uma frigideira e levar ao fogo.
Quando o azeite estiver quente, colocar a cebola e em seguida o alho.
Cuidar para não dourar, somente aromatizar o azeite.
Juntar a cebola e o alho a batata amassada e retornar a mistura para a panela do caldo.
Se necessário, acrescentar mais água.
Espere levantar a fervura novamente.
Cortar a couve bem fininha e acrescentar ao caldo.
Acerte o sal e a pimenta.
Ferver por aproximadamente mais 5 minutos.
Servir regado com azeite de oliva, com fatias de pão.
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Para acompanhamento, mesmo em tempo de folia carnavalesca, poderia ser um jogo do Benfica, mas - hoje - sugiro ouvir Daniel, cantando "Verde Vinho", de Udo Jurgens e Michael Kunze, com versão de Paulo Alexandre.
Bom Carnaval para todos, um grande abraço e até o próximo Fogão de Lenha!
Wilmar Machado