Amigas e Amigos,
Você que mora em Brasília já se acostumou com a expressão "Caixa de Pandora", que fez parte dos noticiários locais durante um bom tempo. Quem mora em outras regiões do Brasil teve oportunidade de conhecer esse lado de Brasília que passa longe do projeto de Lúcio Costa, da arquitetura de Oscar Niemeyer, das obras de Bulcão, dos jardins de Burle Marx, da população anônima que estuda, trabalha e produz.
Com a desculpa da "democracia" foi criada uma Câmara Distrital para, aparentemente, consumir dinheiro da população e ser cabide de emprego para quem busca salário mas não gosta de trabalho. Pelo que se observa, a maior obra construída por esse grupo de representantes foi uma nova sede para acomodar mais gabinetes, mais salas de promessas, mais comissões de passar tempo.
Isso tudo para mostrar a matéria de Luiza Medeiros no jornal Correio Braziliense, disponível em http://correiobraziliense.com.br/, abordando o arquivamento dos processos contra palamentares na Pandora. Está na matéria que:
Na véspera do aniversário de um ano da Operação Caixa de Pandora, os deputados distritais decidiram sepultar os processos administrativos contra os colegas citados no inquérito do suposto esquema de arrecadação e pagamento de propina entre a cúpula do governo, parlamentares e empresários da cidade. Por três votos favoráveis, um contrário e uma declaração de impedimento, a Comissão de Ética da Câmara Legislativa aprovou ontem o arquivamento da investigação interna [...] A última reunião da Comissão de Ética para tratar do assunto ocorreu em 24 de junho deste ano. À época, os deputados aprovaram, por unanimidade, a abertura dos processos de quebra de decoro parlamentar contra os cinco colegas, mas não chegaram a definir os relatores. A medida ficou condicionada à divulgação do conteúdo do inquérito da PF, o que ocorreu em 15 de julho. Para arquivar os processos já abertos, os deputados tiveram de anular a votação do dia 24, realizada por eles próprios.
E a Comissão que patrocina essa vergonha toda ainda se diz de Ética. Pobre Ética e pobres de nós! E com nosso dinheiro, enquanto cidadãos brasileiros vivendo em Brasília, que toda essa brincadeira de "detetive" de Comissões sem qualquer competência é paga.
Muito triste também é ver que alguns dos personagens dos filmes de corrupção na vida real foram reconduzidos a suas cadeiras para mais uma temporada de salários sem trabalho, provavelmente, brindando "à saúda das Comissões". No mesmo citado jornal, também ontem, outra matéria tratava do filme que registrou essa crise, dizendo:
Cerca de 100 estudantes da Universidade de Brasília (UnB) assistiram ontem ao filme Caixa de Pandora, do mito à realidade, que detalhou em imagens o maior escândalo político da história da capital. [...] O curta-metragem de 20 minutos, de autoria do cineasta pernambucano Cleonildo Cruz, foi exibido no auditório da Faculdade de Comunicação da UnB. A estreia emocionou os alunos que participaram do movimento contra a corrupção em Brasília, que acabou levando à prisão o então governador José Roberto Arruda. Um dos momentos mais emblemáticos da crise, a pancadaria no Eixo Monumental, emocionou a plateia. Muitos não seguraram a emoção com a exibição das imagens em que homens da tropa de choque da Polícia Militar avançavam com os cavalos na tentativa de dispersar um grupo de manifestantes contrários à permanência de Arruda na chefia do Executivo local.
O governador foi afastado, mas o restante do grupo envolvido, com conchavo e embróglios, continua vivendo muito bem. Aí, só restou me lembrar da música interpretada por Osvaldir & Carlos Magrão na primeira vez que assisti a dupla na televisão: "Tetinha", composta por Gentil Neri, Costa Melo, Carlos Magrão e Osvaldir. Será que tem alguma coisa a ver com a eleição dos envolvidos na Caixa de Pandora?
E até nossa próxima Prosa.
Um grande abraço!
Wilmar Machado
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