terça-feira, 17 de janeiro de 2012

ABRINDO A PORTEIRA - NEM TÃO BOAS, NEM TÃO NOVAS



Procura, diante dos acontecimentos ter as tuas reações, não as dos outros.
(Agostinho da Silva)


Amigas e Amigos,

Após mais de vinte dias passeando por terras portenhas (saboreando assados de variados tipos de cortes de carne), me dediquei hoje a um antigo hábito que gosto de cultivar. Li um jornal impresso – após muitos dias de atualização somente pelos portais dos nossos periódicos – e constatei que o período não é mesmo de grandes mudanças. 


          Na capa do Correio Braziliense encontro, como principal manchete, o destaque “O mundo em crise e o Brasil de Férias”, informando que o país voltou a crescer além do projetado pelo mercado e salientando o atestado da ONU de que os gastos dos brasileiros viajantes contribuíram para a salvação do turismo no mundo.

          No Correio, na coluna “Nas entrelinhas”, pode-se perceber que a guerra de vaidades entre PT e PMDB está começando, de olho nas próximas eleições, e a disputa pelo maior número de prefeituras (o cargo de vice-prefeito – aquele que como todo vice em nosso governo ganha para ficar parado – também entra nesse embate) tende a ditar novos procedimentos para os próximos passos governamentais. Já há quem diga que a propalada reforma ministerial será um “arranjinho” pontual e com o pensamento voltado para os próximos palanques a serem visitados.

          Sobre a Justiça, o Correio trouxe uma matéria sobre “O julgamento, 13 anos depois do assassinato” da deputada federal Ceci Cunha. São 13 anos de recursos protelatórios (o nome que a justiça arrumou para embromação) e só está acontecendo porque o Conselho Nacional de Justiça mandou apressar o julgamento. Como toda tramóia envolvendo políticos em nosso país, esse julgamento também está transformado em grande confusão, onde testemunhas e acusados trocam versões (e caem em contradições) periodicamente.

          Na “queda de braço” entre o ministro Guido Mantega e o secretário executivo de sua pasta, Nelson Barbosa, parece que a vantagem está com Barbosa, pois quando o ministro disse que a crise européia era uma “marolinha”, o secretário falou que o problema era mais grave e que poderia afetar a economia brasileira. Mas, nesse caso, a “luta” continua...

          Enquanto o combate ao crack segue a passos lentos, após dois meses do lançamento do programa federal, o BBB vira caso de polícia com um suposto estupro que, até prova em contrário, desde o primeiro programa do gênero – em todas as emissoras que se dispõem a apresentar esse tipo de “atração” – vem sendo estimulado pelos responsáveis pelos programas, com excesso de bebidas, festas sensuais, alcovas estimulantes e sei lá o que mais. Mas nada que não seja resolvido com um bom acordo entre todos os envolvidos, pois os participantes se preparam para este tipo de orgia, a emissora terá bons argumentos para convencer polícia e quem mais vier sobre suas “boas intenções”, lembrando que as eleições já estão aí e...

          A nota tragicômica fica por conta da página 5 do jornal, onde se encontra que a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, está frequentando aulas noturnas no Detran-DF para recuperar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), vencida e com multas por estacionar em local proibido. Lembra a nota que o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, também fez aulas no Detran-DF para recuperar a sua CNH, suspensa por uso de celular enquanto dirigia. São apenas dois “grandes exemplos” de como nossos ministros se preocupam com nossas leis – e até com nossa segurança. Ainda bem que os ministros não precisam enfrentar o “stress” de uma reforma ministerial, já que, no máximo, haverá uma marolinha na Esplanada.

          Leitores deste blog, como estive fora de nosso pais por alguns dias, inicio está semana com Marcello Caminha, um dos maiores violonistas do Rio Grande do Sul, interpretando de sua autoria “Alguém distante”.

 

          Um grande abraço e boa semana para todos!


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