A
educação de um povo pode ser julgada, antes de mais nada,
pelo
comportamento que ele mostra na rua.
Onde
encontrares falta de educação nas ruas, encontrarás o mesmo nas casas.
(Edmondo
de Amicis)
Amigas
e Amigos,
Depois
de merecidas – opinião própria –
férias, retorno para este Blog, como renovada vontade de partilhar algumas
idéias e desabafos que, se não solucionam os problemas, servem para melhorar
meu humor. Antes dos vinte dias que passei viajando, os professores das
Universidades Federais estavam em greve há mais de um mês. No retorno, a única
mudança perceptível foi no tempo de paralisação, pois a greve dos professores
já ultrapassou a marca dos 70 dias.
Não
sem espanto, encontrei no portal Folha.com, no dia 25 de julho, uma frase
proferida pelo ministro da Educação, com caráter de sentença definitiva: "Está na hora de os professores voltarem às
aulas". Parece, pela afirmação do ministro, que greve é uma ação
permitida pelo governo para durar um tempo determinado, de acordo com sua
vontade. Diz a matéria do portal mencionado que:
O Ministério da Educação divulgou nota em que aponta o "grande esforço" do governo federal em aumentar a oferta de reajuste para os docentes. Segundo proposta apresentada ontem pelo Ministério do Planejamento a entidades de professores, o reajuste mínimo da categoria será de 25% – antes, o índice era de 12%. No texto, divulgado ontem pela pasta, o ministro Aloizio Mercadante (Educação) destaca o fato de que apenas os docentes receberam uma proposta concreta do governo – a presidente Dilma Rousseff enfrenta uma onda de greves no funcionalismo público. Hoje, a presidência publicou decreto para garantir a continuidade do atendimento em setores públicos essenciais em caso de greve. "Não conheço nenhuma categoria profissional, de atividade pública ou privada, que tenha recebido um aumento desse porte e conquistado uma carreira em um momento de tantas incertezas econômicas, com um cenário de crise como o que se apresenta", afirmou Mercadante por meio da nota. "Por isso mesmo, acho que está na hora de os professores voltarem às salas de aula e retomarem a rotina acadêmica." O ministro embarcou ontem para Londres, na comitiva que acompanha a presidente Dilma Rousseff rumo aos Jogos Olímpicos. Ele retorna ao Brasil na próxima sexta-feira. Mercadante participa de evento com estudantes do programa Ciência sem Fronteiras, que concede bolsas de estudo em universidades estrangeiras, ao lado da presidente Dilma.
Provavelmente,
o ministro Mercadante ficou tão preocupado com a greve dos professores que
viajou para assistir a abertura das Olimpíadas, como forma de relaxamento.
Acredito que toda a comunidade acadêmica pense que a hora de retorno às salas
de aula deveria ter sido, como mais lógico, no fim das férias, desde que tivesse
seu trabalho reconhecido por seu empregador. Mas um governo preocupado com
educação e cultura sabe que poderá levar seus cidadãos (às vezes visto apenas
como votos) a um amadurecimento crítico. Bem melhor do que isso, segundo o
pensamento passado pelos governantes, é distribuir uma infinidade de bolsas esmolas, que – muito além das
propaladas inclusões – garantem eleitores dependentes, com consequente
perpetuação do poder.
Esse
descaso com a educação, que atinge também os técnicos administrativos das
universidades federais – em greve desde o dia 11 de junho – não abala outros
setores vinculados ao próprio governo. Exemplo disso são os aumentos para os
exagerados salários de legisladores, nos seus diversos segmentos, bem como do
judiciário, que vem sendo “costurado” sem necessidade de muito esforço por
parte dos futuros beneficiados.
Enquanto
os estudantes universitários se preparam para adiar seus sonhos de formatura
para uma data a ser determinada pelos governantes, vamos ouvir, esperando um
mundo melhor, de Renato Teixeira, interpretada pelo próprio Renato Teixeira,
“Eta mundo bão”.
Um
grande abraço e até a próxima!
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