terça-feira, 31 de julho de 2012

ABRINDO A PORTEIRA – A FALTA DE PRIORIDADE PARA EDUCAÇÃO


A educação de um povo pode ser julgada, antes de mais nada,
pelo comportamento que ele mostra na rua.
Onde encontrares falta de educação nas ruas, encontrarás o mesmo nas casas.
(Edmondo de Amicis)



Amigas e Amigos,



Depois de merecidas – opinião própria – férias, retorno para este Blog, como renovada vontade de partilhar algumas idéias e desabafos que, se não solucionam os problemas, servem para melhorar meu humor. Antes dos vinte dias que passei viajando, os professores das Universidades Federais estavam em greve há mais de um mês. No retorno, a única mudança perceptível foi no tempo de paralisação, pois a greve dos professores já ultrapassou a marca dos 70 dias.



Não sem espanto, encontrei no portal Folha.com, no dia 25 de julho, uma frase proferida pelo ministro da Educação, com caráter de sentença definitiva: "Está na hora de os professores voltarem às aulas". Parece, pela afirmação do ministro, que greve é uma ação permitida pelo governo para durar um tempo determinado, de acordo com sua vontade. Diz a matéria do portal mencionado que:
O Ministério da Educação divulgou nota em que aponta o "grande esforço" do governo federal em aumentar a oferta de reajuste para os docentes. Segundo proposta apresentada ontem pelo Ministério do Planejamento a entidades de professores, o reajuste mínimo da categoria será de 25% – antes, o índice era de 12%. No texto, divulgado ontem pela pasta, o ministro Aloizio Mercadante (Educação) destaca o fato de que apenas os docentes receberam uma proposta concreta do governo – a presidente Dilma Rousseff enfrenta uma onda de greves no funcionalismo público. Hoje, a presidência publicou decreto para garantir a continuidade do atendimento em setores públicos essenciais em caso de greve. "Não conheço nenhuma categoria profissional, de atividade pública ou privada, que tenha recebido um aumento desse porte e conquistado uma carreira em um momento de tantas incertezas econômicas, com um cenário de crise como o que se apresenta", afirmou Mercadante por meio da nota. "Por isso mesmo, acho que está na hora de os professores voltarem às salas de aula e retomarem a rotina acadêmica." O ministro embarcou ontem para Londres, na comitiva que acompanha a presidente Dilma Rousseff rumo aos Jogos Olímpicos. Ele retorna ao Brasil na próxima sexta-feira. Mercadante participa de evento com estudantes do programa Ciência sem Fronteiras, que concede bolsas de estudo em universidades estrangeiras, ao lado da presidente Dilma.

Provavelmente, o ministro Mercadante ficou tão preocupado com a greve dos professores que viajou para assistir a abertura das Olimpíadas, como forma de relaxamento. Acredito que toda a comunidade acadêmica pense que a hora de retorno às salas de aula deveria ter sido, como mais lógico, no fim das férias, desde que tivesse seu trabalho reconhecido por seu empregador. Mas um governo preocupado com educação e cultura sabe que poderá levar seus cidadãos (às vezes visto apenas como votos) a um amadurecimento crítico. Bem melhor do que isso, segundo o pensamento passado pelos governantes, é distribuir uma infinidade de bolsas esmolas, que – muito além das propaladas inclusões – garantem eleitores dependentes, com consequente perpetuação do poder.

Esse descaso com a educação, que atinge também os técnicos administrativos das universidades federais – em greve desde o dia 11 de junho – não abala outros setores vinculados ao próprio governo. Exemplo disso são os aumentos para os exagerados salários de legisladores, nos seus diversos segmentos, bem como do judiciário, que vem sendo “costurado” sem necessidade de muito esforço por parte dos futuros beneficiados.

 Enquanto os estudantes universitários se preparam para adiar seus sonhos de formatura para uma data a ser determinada pelos governantes, vamos ouvir, esperando um mundo melhor, de Renato Teixeira, interpretada pelo próprio Renato Teixeira, “Eta mundo bão”.

 

Um grande abraço e até a próxima!


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