Pouca
ou nenhuma vez se realiza com a ambição coisa que não prejudique terceiros.
(Miguel
de Cervantes Saavedra)
Amigas e Amigos,
Inicio esta Tertúlia comentando a greve dos professores que
foi deflagrada em Brasília-DF. No Correio Braziliense de hoje, li que o governo
reiterou a impossibilidade de conceder reajustes salariais em 2012, alegando
respeito à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), em reunião realizada ontem, à
noite, com representantes do Sindicato dos Professores. A reação natural foi de
continuidade da greve, mantendo o calendário que prevê assembléia da categoria
no próximo dia 20.
No mesmo jornal, na edição de ontem, uma
matéria abordava a nova Lei do Distrito Federal que possibilita a aquisição de
carros de luxo para os deputados distritais – que, por tudo o que não fazem e gastam,
continuam me parecendo o maior desperdício de dinheiro público. Na referida
edição do Correio, pode-se encontrar que “os
distritais estão legalmente liberados para comprar carros de luxo com recursos
públicos. O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), sancionou a
Lei nº 4.796/2012, que acabou com o único empecilho jurídico para a prática”.
O mesmo governo
que menospreza a educação consegue dispor de verba para distribuição de carros
de luxos para quem sequer merece calhambeque com tanque de combustível vazio.
Se isso é o que se pode esperar de um governo de supostos trabalhadores, talvez
uma liderança ociosa possa trazer mais esperanças para a educação em Brasília.
Outro fato
interessante publicado no Correio de hoje é que depois de toda a repercussão
ligada à aquisição dos artigos luxuosos, os deputados não querem mais os carros.
Segundo o jornal, eles se posicionaram contra à medida, mesmo que 20 – dos 24 –
parlamentares tenham votado a favor dela. Depois de passado o reboliço todo que
a imprensa está noticiando, imagino que existam grandes possibilidades de
vermos novos carrões circulando pelas avenidas de Brasília.
Castro Alves
Esse 14 de março marca o Dia Nacional da Poesia e todas as rimas que penso
para deputado distrital são pobres, literalmente ou de espírito. Essa data é
celebrada hoje em homenagem ao nascimento do poeta Antônio Frederico de Castro
Alves, o “poeta dos escravos”. Para marcar a data nesta Tertúlia, publico a
poesia “As duas flores”, de Castro Alves.
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AS DUAS FLORES
Castro Alves
São
duas flores unidas
São
duas rosas nascidas
Talvez
do mesmo arrebol,
Vivendo,
no mesmo galho,
Da
mesma gota de orvalho,
Do
mesmo raio de sol.
Unidas,
bem como as penas
Das
duas asas pequenas
De
um passarinho do céu...
Como
um casal de rolinhas,
Como
a tribo de andorinhas
Da
tarde no frouxo véu.
Unidas,
bem como os prantos,
Que
em parelha descem tantos
Das
profundezas do olhar...
Como
o suspiro e o desgosto,
Como
as covinhas do rosto,
Como
as estrelas do mar.
Unidas...
Ai quem pudera
Numa
eterna primavera
Viver,
qual vive esta flor.
Juntar
as rosas da vida
Na
rama verde e florida,
Na
verde rama do amor!
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Para
fechar a Tertúlia, fica a música "Obras de Poeta", de Vital e Chico Lau, interpretada pela dupla de irmãos paranaenses (José Lima Sobrinho) Chitãozinho & Xororó (Durval de Lima).
Um
grande abraço e até a próxima!
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