terça-feira, 13 de setembro de 2011

ORATÓRIO CAMPEIRO – A “VIAGEM” DO NOSSO DINHEIRO



A dignidade pessoal e a honra não podem ser protegidas por outros
 Devem ser zeladas pelo indivíduo em particular.
(Mohandas Karamchand Gandhi)



Amigas e Amigos,

               Pela notícia de hoje, na Folha de São Paulo (http://www.folha.uol.com.br), o nosso dinheiro – o dinheiro público coletado por meio do esquema de arrecadação possuidor de monstruosa voracidade – anda “viajando” por insólitos destinos a partir de “roteiros” bem desenvolvidos pelo Ministério do Turismo.

               Pela matéria da Folha, o ministro do Turismo, Pedro Novais, pagou uma governanta com verba pública por 7 anos, fazendo de conta que ela era secretária do Congresso. Provavelmente, o ministro – à época, deputado federal – acreditava que seu apartamento seria, talvez, um anexo da Câmara.

               Não me foi perceptível a remuneração dessa senhora, responsável por importantes funções junto ao tal “anexo” da Câmara, mas pela reportagem seria algo entre R$ 1.142 e R$ 2.284 (a variação seria por conta de gratificações). Como a “secretária do lar” era responsável pelo conjunto de atividades “cozinhar – lavar – passar” e, considerando que desempenhava essas funções também no Rio de Janeiro e no Maranhão, quando o então deputado para algum desses lugares viajasse, acredito que seu pagamento não estaria muito próximo do patamar inferior citado.

               Como a justiça não demonstra muito apetite para condenar políticos – por mais corruptos que eles se apresentem – e como as comissões responsáveis pela conduta dos parlamentares julgam com voto secreto para perpetuar a “roubalheira”, é bem provável que todo o dinheiro desviado – com as devidas correções monetárias – jamais retorne aos cofres de onde foram desviados.

Considerando, ainda, que a doméstica foi exonerada quando o deputado se fez ministro em janeiro do corrente ano – o apartamento foi substituído por um flat que dispensava os serviços da “secretária” –, é natural que se pense estar tudo “resolvido” (como são resolvidas situações semelhantes aos desvios proporcionados pelo atual ministro).

               Um colega de trabalho fez uma adaptação para um conhecido ditado – possibilitando que o mesmo freqüentasse os nobres salões da corte – que, penso eu, se adapta muito bem ao pensamento que deve ter norteado a seqüência dessa história. O ditado virou “o que é um beijo para quem está todo casado” e o agora ministro passa a fazer valer sua nova função para que sua antiga secretária-governanta prossiga em sua brilhante carreira, pois conforme a Folha ela “foi contratada pela Visão Administração e Serviços, que recebe anualmente R$ 1,5 milhão do Turismo para fornecer mão de obra. Dora virou recepcionista de um escritório que o ministério mantém em um shopping de Brasília”. Não foi informado se a limpeza do escritório é função da atualmente recepcionista-secretária-governanta.



               No próximo dia 15 é a Festa de Nossa Senhora das Dores, que experimentou o sofrimento de acompanhar a morte de seu filho na cruz para apagar os pecados da humanidade. Todas as dores de Maria parecem, em determinadas situações, terem sido em vão, pois o que acontece sorrateiramente na Esplanada, em Brasília, passa uma idéia de que tudo ali gira em torno dos próprios umbigos, sem qualquer preocupação com o próximo, principalmente se estiverem no grupo dos mais necessitados. O dinheiro da saúde, da educação e da segurança é, sem qualquer constrangimento, desviado para pagamento de empregadas domésticas. E nada acontece.

               Rezemos, então, pela interseção de Nossa Senhora da Dores, na esperança de que ainda aconteça “uma sincera mudança” na vida de nossos representantes e nas nossas vidas.

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ORAÇÃO A nª srª das dores

Ó Mãe das Dores.
Rainha dos mártires,
Que tanto chorastes vosso Filho, morto para nos salvar,
Alcançai-nos uma verdadeira contrição dos nossos pecados
E uma sincera mudança de vida.
Mãe pela dor que experimentastes
Quando vosso divino Filho,
No meio de tantos tormentos,
Inclinando a cabeça expirou à vossa vista sobre a cruz,
Eu vos suplico que nos alcanceis uma boa morte.
Por piedade, ó advogada dos pecadores,
Não deixeis de amparar a nossa alma na aflição
E no combate da terrível passagem
Desta vida a eternidade.
E, como é possível que, neste momento,
A palavra e a voz nos faltem para pronunciar
O vosso nome e o de Jesus,
Rogo-vos, desde já, a vós e a vosso divino Filho,
Que nos socorrais nessa hora extrema
E assim diremos:
Jesus e Maria, entrego-Vos a minha alma.
Amém!

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               Para acompanhar a nossa oração e a reflexão propiciada por este Oratório Campeiro, a música escolhida é “Ilumina, Ilumina”, do Padre Zezinho, na interpretação do próprio autor.

   

               Um grande abraço para todos e que a Paz de Cristo permaneça conosco!

Wilmar Machado


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