A dignidade pessoal e a honra
não podem ser protegidas por outros
Devem ser zeladas pelo indivíduo em
particular.
(Mohandas Karamchand Gandhi)
Amigas e Amigos,
Pela notícia de hoje, na Folha de São Paulo
(http://www.folha.uol.com.br), o
nosso dinheiro – o dinheiro público coletado por meio do esquema de arrecadação
possuidor de monstruosa voracidade – anda “viajando” por insólitos destinos a
partir de “roteiros” bem desenvolvidos pelo Ministério do Turismo.
Pela matéria da Folha, o ministro do
Turismo, Pedro Novais, pagou uma governanta com verba pública por 7 anos,
fazendo de conta que ela era secretária do Congresso. Provavelmente, o ministro
– à época, deputado federal – acreditava que seu apartamento seria, talvez, um
anexo da Câmara.
Não me foi perceptível a remuneração dessa
senhora, responsável por importantes funções junto ao tal “anexo” da Câmara,
mas pela reportagem seria algo entre R$ 1.142 e R$ 2.284 (a variação seria por
conta de gratificações). Como a “secretária do lar” era responsável pelo
conjunto de atividades “cozinhar – lavar – passar” e, considerando que
desempenhava essas funções também no Rio de Janeiro e no Maranhão, quando o
então deputado para algum desses lugares viajasse, acredito que seu pagamento
não estaria muito próximo do patamar inferior citado.
Como a justiça não demonstra muito apetite
para condenar políticos – por mais corruptos que eles se apresentem – e como as
comissões responsáveis pela conduta dos parlamentares julgam com voto secreto
para perpetuar a “roubalheira”, é bem provável que todo o dinheiro desviado –
com as devidas correções monetárias – jamais retorne aos cofres de onde foram desviados.
Considerando, ainda, que a doméstica foi
exonerada quando o deputado se fez ministro em janeiro do corrente ano – o
apartamento foi substituído por um flat que dispensava os serviços da
“secretária” –, é natural que se pense estar tudo “resolvido” (como são
resolvidas situações semelhantes aos desvios proporcionados pelo atual
ministro).
Um colega de trabalho fez uma adaptação
para um conhecido ditado – possibilitando que o mesmo freqüentasse os nobres
salões da corte – que, penso eu, se adapta muito bem ao pensamento que deve ter
norteado a seqüência dessa história. O ditado virou “o que é um beijo para quem
está todo casado” e o agora ministro passa a fazer valer sua nova função para
que sua antiga secretária-governanta prossiga em sua brilhante carreira, pois
conforme a Folha ela “foi contratada pela Visão Administração e Serviços, que
recebe anualmente R$ 1,5 milhão do Turismo para fornecer mão de obra. Dora
virou recepcionista de um escritório que o ministério mantém em um shopping de
Brasília”. Não foi informado se a limpeza do escritório é função da atualmente recepcionista-secretária-governanta.
No próximo dia 15 é a Festa de Nossa
Senhora das Dores, que experimentou o sofrimento de acompanhar a morte de seu
filho na cruz para apagar os pecados da humanidade. Todas as dores de Maria parecem,
em determinadas situações, terem sido em vão, pois o que acontece
sorrateiramente na Esplanada, em Brasília, passa uma idéia de que tudo ali gira
em torno dos próprios umbigos, sem qualquer preocupação com o próximo,
principalmente se estiverem no grupo dos mais necessitados. O dinheiro da
saúde, da educação e da segurança é, sem qualquer constrangimento, desviado
para pagamento de empregadas domésticas. E nada acontece.
Rezemos, então, pela interseção de Nossa
Senhora da Dores, na esperança de que ainda aconteça “uma sincera mudança” na
vida de nossos representantes e nas nossas vidas.
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ORAÇÃO A nª srª das dores
Ó Mãe das Dores.
Rainha dos mártires,
Que tanto chorastes vosso Filho, morto para
nos salvar,
Alcançai-nos uma verdadeira contrição dos
nossos pecados
E uma sincera mudança de vida.
Mãe pela dor que experimentastes
Quando vosso divino Filho,
No meio de tantos tormentos,
Inclinando a cabeça expirou à vossa vista
sobre a cruz,
Eu vos suplico que nos alcanceis uma boa
morte.
Por piedade, ó advogada dos pecadores,
Não deixeis de amparar a nossa alma na
aflição
E no combate da terrível passagem
Desta vida a eternidade.
E, como é possível que, neste momento,
A palavra e a voz nos faltem para
pronunciar
O vosso nome e o de Jesus,
Rogo-vos, desde já, a vós e a vosso divino
Filho,
Que nos socorrais nessa hora extrema
E assim diremos:
Jesus e Maria, entrego-Vos a minha alma.
Amém!
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Para acompanhar a nossa oração e a reflexão
propiciada por este Oratório Campeiro, a música escolhida é “Ilumina, Ilumina”,
do Padre Zezinho, na interpretação do próprio autor.
Um grande abraço para todos e que a Paz de
Cristo permaneça conosco!
Wilmar Machado
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