segunda-feira, 12 de setembro de 2011

ABRINDO A PORTEIRA - O CARIBE EM QUINTAL BRASILIENSE


Se você acha que está maluco é porque não está.
Mas, se você acha que todo o mundo está maluco, então está.
(Millôr Fernandes)


Amigas e Amigos,

               No começo de mais uma semana, em Brasília, onde a umidade do ar parece ficção, dado que vapor de água no ar desta região pode ser comparado com cabeça de bacalhau, pois ambos podem até existir, mas por aqui não são percebidos. Ontem, à noite, jantando com amigos do Sul, comentávamos que, como a umidade relativa do ar em Santa Catarina ultrapassa os 90% e a de Brasília anda por volta de 10%, pode-se afirmar que a umidade do ar, em SC e no DF, atinge a marca média de aproximadamente 50%, mostrando – como tão bem fazem alguns conhecidos – que, nessa situação, a estatística serve para justificar um “faz-de-conta”.

               O início desta semana em Brasília – atenção: isto não é uma piada nem roteiro para alguma obra surrealista – faz retornar às manchetes dos jornais a aparentemente aloprada promotora Deborah Guerner, acusada de ligação com o denunciado esquema do mensalão do DEM, reivindicando, junto ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, a restituição de R$ 280 (em reais, dólares e euros) apreendidos pela Polícia Federal na casa dela. No portal G1 (http://g1.globo.com), hoje, pode-se encontrar uma justificativa do advogado Paulo Sérgio Leite Fernandes para essa dinheirama toda, pois “segundo Fernandes, os valores foram apreendidos em reais, dólares e euros e têm origem lícita, comprovada por meio de extratos bancários e da declaração de imposto de renda”. A extrema necessidade da liberação fica clara, também, na conversa do advogado, ao informar que “o dinheiro apreendido pela PF é necessário para o tratamento da promotora. Segundo a família e os advogados, Deborah Guerner passa por tratamento psiquiátrico em razão de um transtorno bipolar que teria piorado após as denúncias de envolvimento no suposto esquema do mensalão do DEM”.

               O jornal Correio Braziliense de hoje, abordando esse assunto, descreve a ação da polícia na casa da promotora e ainda informa que: “O dinheiro, apreendido pela Polícia Federal em junho do ano passado, estava dentro de um cofre enterrado no quintal”. Procedimento adotado pela população, quando está juntando dinheiro para realizar um tratamento médico, na esperança de que, um dia no futuro do país, sejam inventados Bancos e Caixas Econômicas que possam substituir os baús enterrados nos quintais. O Caribe não é aqui, mas a pirataria...



               Nos comentários de leitores do Correio Braziliense (http://www.correiobraziliense.com.br), aparece uma sugestão que considerei muito pertinente. O leitor sugere que a promotora procure uma consulta no SUS para tratar seu problema, o que ela poderá fazer sem qualquer preocupação com o dinheiro apreendido.

               Resolvido o problema da consulta da Drª Deborah, permaneceria a necessidade de restituição do dinheiro apreendido na operação Caixa de Pandora, pois a doutora, bem como o ex-procurador de Justiça Leonardo Bandarra, negam as acusações sobre terem exigido R$ 2 milhões do ex-governandor Arruda para divulgarem um vídeo comprometedor. Se a Polícia Federal for utilizar o mesmo argumento dos acusados, bastará negar que tenha apreendido esse dinheiro... e será “vitorioso” desse embate quem tiver a “cara de pau” com maior brilho. Sendo assim, é melhor descartar essa alternativa pois a PF perderia fácil, por lhe faltar “treinamento”, conforme recorda,  no dia 2 de junho passado, o portal G1:
Deborah Guerner e o marido, Jorge Guerner, chegaram a ficar oito dias presos na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, acusados de interferir do processo ao simular insanidade mental.Vídeos gravados pelo circuito interno da casa da promotora mostraram ela supostamente tendo aulas com o psiquiatra para parecer ter transtornos mentais.

               Quem sabe não estamos presenciando o surgimento de um novo diretor teatral (não tenho idéia de quão rentável se mostre o exercício da psiquiatria) que, com artistas menos canastrões, poderá participar de montagens bem mais interessantes para o público em geral.

               Para que seja abertas as porteiras para mais uma semana, a música de hoje é “Brinquedo Perigoso”, de Dionísio Costa e Oscar Soares, na interpretação do Gaúcho da Fronteira.

   

               Uma boa semana para todos e um forte abraço!

Wilmar Machado

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