É que a sabedoria é um
trabalho,
e sermos apenas sensatos custa muito,
pois para se fazerem asneiras
basta deixarmo-nos ir.
(Louis Charles Alfred de
Musset)
Amigas e Amigos,
No próximo dia
8, quinta-feira, é celebrada a festa de Nossa Senhora do Mont’Serrat. Esse
título da Virgem Maria faz alusão a uma localidade da Catalunha, na Espanha,
onde começa essa devoção, formada por um conjunto de montanhas que, à
distância, lembram o formato dos dentes de um serrote. E serrar o promíscuo
relacionamento entre sindicatos e patrões poderia amenizar o problema objeto de
manchete na primeira página do Correio Braziliense (http://www.correiobraziliense.com.br),
hoje, onde é destacado que a “PF ameaça investigar figurões se não tiver
aumento de salário”, trazendo a informação de que sindicalistas não consideram
uma greve eficaz e preferem ameaçar as autoridades com uma “intensificação das
operações contra a corrupção”.
Não consigo
discordar de que a greve é, cada vez mais, ineficaz diante da evolução do mundo
desde que esse artifício foi criado e utilizado pela primeira vez. A evolução
dos sindicatos passa a idéia de ser muito mais lenta do que as mudanças
provocadas pela era da informação, onde o acesso a pensamentos e idéias,
democraticamente disponíveis, não permite mais bravatas e ameaças vazias.
Chama atenção a alternativa de
intensificar as operações contra a corrupção. Ficou-me a dúvida sobre o
trabalho executado pelos agentes da Polícia Federal que, se podem intensificar
uma atividade, que deveriam estar desempenhando independente de outras
motivações, podem, também, estarem nos mostrando que a ineficácia da greve
estaria centrada na pouca percepção para a sociedade de uma paralisação de quem
já está naturalmente parado.
A matéria da
jornalista Ana D’Angelo, no Correio Braziliense (p. 11, hoje), informa que:
O vigoroso não ao reajuste salarial que os dirigentes das associações de delegados e de agentes da Polícia Federal receberam do Ministério do Planejamento escancarou a crise de comando e de prestígio em que a instituição está mergulhada. [...] O atual diretor-geral da PF, Leandro Daiello Coimbra, está em baixa no Palácio do Planalto e sua substituição é questão de tempo. A avaliação da presidente Dilma Rousseff é de que a instituição está sem controle. Tanto que cogitou nomear um militar para a PF com a missão de botar ordem na casa. [...] As ameaças de intervenção de Dilma se amplificaram na PF depois de o Planejamento se negar a conceder reajustes aos servidores. A negativa foi vista como uma falta de prestígio e de descaso do governo com a corporação. Maiores defensores desse ponto de vista, os delegados ameaçam fazer greve, mas a própria categoria avalia que os únicos que realmente podem fazer barulho e chamar a atenção são os agentes, ao parar as atividades nos já caóticos aeroportos brasileiros. Os mais radicais têm sugerido que a PF pressione o governo com o estouro de operações de investigação contra cabeças graúdas da República.
A matéria
completa está disponível no jornal, mas a precariedade no relacionamento patrão
x empregado parece se agravar cada vez mais quando o patrão está ligado aos
poderes constituídos, pois pouco se ouve dessa jactância carregada de ameaças
quando se trata de iniciativa privada. Enquanto se pensaria que a solução para
os problemas enfrentados pela PF – em relação a atuação limitada em operações
contra a corrupção e em atividades exercidas de forma caótica em aeroportos –
passaria por aumento do contingente, o pensamento dos dirigentes sindicais é de
lamentável pequenez, conforme o final da matéria acima, que diz:
A Polícia Federal deve abrir 500 vagas neste ano por meio de concurso público e outras 500 em 2012. Foi o que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, informou aos líderes sindicais. Ele não disse, porém, quantos postos serão destinados a delegados. A última seleção para a instituição foi em 2004. O curioso é que o ministro ouviu dos dirigentes sindicais que deveria ofertar poucas vagas para valorizar mais o cargo, a exemplo do que ocorre na magistratura e no Ministério Público.
Penso que um
quadro de aprovados permitiria que, em vez de greve, os insatisfeitos
improdutivos agentes da PF pudessem pedir demissão de seus “mal remunerados”
cargos públicos e fossem buscar no mercado patrões dispostos a reconhecerem
seus valores, pagando os salários que eles pensam ser mais justo (talvez esses
patrões exijam que eles, ao contrário do que seu sindicato declara, tenham de
trabalhar).
Esperando que os
agentes não façam corpo mole ao se depararem com investigações sobre mau uso do
dinheiro público ou ao se fazerem necessários nos aeroportos, dirigimos as
preces desta semana a Virgem de Mont’Serrat.
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ORAÇÃO A Nª Srª DE
MONT’SERRAT
Ó clementíssima
Virgem Maria,
Minha soberana e
Mãe,
Augusta Senhora
do Monte Serrat,
Venho lançar-me
no seio da vossa misericórdia
E ponho, desde
agora e para sempre,
A família Canto
da Terra debaixo da
Vossa
salva-guarda e da vossa bendita proteção.
Confio-vos e
entrego nas vossas mãos
Todas as nossas
penas e misérias,
Bem como o curso
e o fim de nossas vidas,
Para que, por
vossa intercessão
E vossos
merecimentos,
Todas as nossas
ações se dirijam e se disponham
Segundo a
vontade de vosso divino Filho,
Nosso Senhor
Jesus Cristo,
E que as almas
de todos nós, depois desta vida,
Possam alcançar
a salvação eterna.
Amém!
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Para acompanhar
a oração de hoje, a música escolhida é “Stop Estupidez”, de Elias Muniz, na
interpretação do Trio Ir ao Povo.
Até o próximo
Oratório Campeiro e que a Paz de Cristo permaneça conosco!
Wilmar Machado
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