A
maneira de se conseguir boa reputação
reside
no esforço em se ser aquilo que se deseja parecer.
(Sócrates)
Amigas e Amigos,
Uma notícia desta semana,
longe de ser boa nova, é o aparente passo atrás promovido pelo TSE ao liberar a
candidatura de “contas sujas” para as próximas eleições. A decisão, a partir da
solicitação do Partido dos Trabalhadores, contou com o voto de Dias Toffoli, ex-subchefe
para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, quando comandada por José Dirceu, e assessor
jurídico da liderança do PT na Câmara dos Deputados de 1995 a 2000.
Sobre esse assunto, o
portal do jornal O Estado de São Paulo,
no último dia 28 de junho, destacou que:
Com o voto decisivo do ministro Dias Toffolli, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu nesta quinta-feira por 4 votos 3 que quem tem contas eleitorais sujas poderá ser candidato nas eleições municipais deste ano. De acordo com estimativa do TSE, cerca de 21 mil políticos integram o cadastro da Justiça Eleitoral de contas rejeitadas. O veto aos chamados "contas sujas" estava previsto em instrução baixada pelo próprio tribunal em março passado. A norma impedia de concorrer ao pleito os candidatos que não conseguiram ter aprovadas, pela Justiça eleitoral, as prestações de contas de campanhas anteriores. O pedido de reconsideração da instrução foi feito pelo PT, com o aval posterior de outros 17 partidos. A votação, que começou na última terça-feira, estava empatada em 3 a 3 e foi suspensa com pedido de vista do ministro Dias Toffoli, que, além de integrar o TSE, é ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta quinta-feira ele deu o voto decisivo, ficando vencidos os ministros Nancy Andrighi, relatora do processo, Carmen Lúcia Rocha e Marco Aurélio Mello, estes dois últimos também do STF. Toffoli seguiu a tese dos ministros Henrique Neves, Gilson Dipp e Arnaldo Versiani, para os quais, basta ao candidato a apresentação das contas para obtenção da quitação eleitoral. Dipp explicou que as consequências da rejeição das contas estão previstas na Lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições). O artigo 30-A da norma estabelece que cabe ao Ministério Público verificar se é ou não caso de gasto ilícito e apresentar denúncia perante a Justiça Eleitoral. "Todas essas questões serão examinadas pelo Ministério Público. Se houver um grave ilícito na prestação de contas, o Ministério Público ajuizará a ação e essa sim é capaz de chegar à inelegibilidade do candidato", disse o ministro. Em março, o TSE mudou uma interpretação que estabelecia como condição para o registro de candidaturas apenas a apresentação das contas, e não a necessidade de que tenham sido aprovadas. Após as eleições, todos os candidatos têm de prestar contas sobre gastos e arrecadações da campanha. "Quem não tiver quitação eleitoral (conta aprovada), não terá o registro (da candidatura)", resumiu na ocasião o então presidente da Corte, Ricardo Lewandowski.
Já podemos ter uma
certeza a partir da decisão do TSE: poderemos ter – e provavelmente teremos – mais
de 20 mil candidatos nas próximas eleições com contas rejeitadas pela Justiça Eleitoral.
O TSE, que deliberara anteriormente sobre o assunto, definindo que não seriam
candidatos os políticos com conta suja,
traz o assunto novamente à tona para definir, por intervenção do PT, que contas
rejeitadas não são suficientes para impedir candidaturas.
Mas – sempre tem um mas –
se o Ministério Público perceber um grave ilícito (se for apenas um ilícito,
não tem problema), ajuizará uma ação que, poderá nem ser julgada antes da
eleição, dando uma confortável sensação de não se preocupar com essa bobagem
para todo e qualquer conta suja. Não
parece que está tudo combinado para a continuidade dessa farra eleitoral?
Para tentar digerir essas
medidas pouco compreensíveis, a sugestão do Fogão de Lenha de hoje é um Creme
de Abóbora com Charque, que pode ser acompanhado por torradas de pão de forma,
regadas com azeite e polvilhadas com orégano, assadas em forno médio.
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CREME
DE ABÓBORA COM CHARQUE
Ingredientes:
1 abóbora japonesa
500 gramas de charque, cozido e desfiado
2 colheres (sopa) de azeite
± 1 litro de caldo de legumes (vide abaixo)
1 cebola picada
2 dentes de alho picados
2 colheres (sopa)
de extrato de tomate
1 pimenta
dedo-de-moça, sem sementes, picada
Sal, pimenta do reino e cheiro verde a gosto
Sal, pimenta do reino e cheiro verde a gosto
Modo
de preparar:
Cozinhe a abóbora no
caldo de legumes.
Retire as cascas.
Bata no liquidificador
com caldo e reserve.
Em uma panela
grande, aqueça o azeite.
Refogue a cebola e
os dentes de alho.
Acrescente a carne
seca, fritando ligeiramente.
Junte o extrato de
tomate e a pimenta dedo-de-moça.
Misture bem.
Coloque o caldo de
abóbora processado.
Tempere com sal e
pimenta do reino à gosto.
Polvilhe com o cheiro
verde e um fio de azeite.
Ingredientes
para o caldo de legumes:
1 e ½ litro de água
200 g de salsão (aipo) em pedaços
3 cenouras médias cortadas ao meio
1 cebola grande cortada em quatro partes
2 dentes de alho
1 folha de louro
2 cravos da índia
8 grãos de pimenta
do reino, partidos
1 pedaço de gaze
1 pedaço de
barbante.
Preparo
do caldo de legumes:
Coloque a água em uma panela
Junte as cenouras,
a cebola e o salsão.
Deixe ferver por cerca
de 40 minutos em fogo brando.
A panela não deve
ser tampada.
Abra o pedaço de
gaze.
Acomode o alho, o louro,
o cravo e a pimenta do reino.
Feche como um sache
e amarre com barbante.
Coloque o sache na
panela.
Ferva por mais 20
minutos, sem tampar a panela.
Coe e use para o
preparo do creme.
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Para acompanhar a receita de hoje, a música sugerida é "Cheiro de Galpão", de Nilo Brum e Sérgio Rosa, com o grupo "Os Monarcas".
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