domingo, 20 de fevereiro de 2011

PROSA DE DOMINGO - RAPADURA É DOCE, MAS...

Amigas e Amigos!

          A prosa deste domingo é sobre uma matéria publicada no portal G1 (http://g1.globo.com/) sobre um tragicômico acidente envolvendo uma professora e a polícia do interior de São Paulo-SP. A professora Angélica Batista viajava de ônibus da capital de São Paulo para Ourinhos, no interior, quando recebeu voz de prisão por portar - pasmem - rapadura (é mole?).



          No portal G1, está registrado que:
Um tablete de rapadura gerou confusão nesta sexta-feira (18), durante operação policial em Ourinhos, a 378 km de São Paulo. Com informações de que uma mulher iria transportar drogas de São Paulo até a cidade em um ônibus, policiais civis revistaram vários veículos em uma base da Polícia Rodoviária de Santa Cruz do Rio Pardo. Em um dos ônibus parados durante a operação, eles encontraram um suposto entorpecente dentro da bolsa da professora Angélica Jesus Batista. A polícia deu voz de prisão ainda dentro do veículo. A mulher chegou a ser algemada. Segundo Angélica, a policial que a abordou disse que era muita droga e a algemou na frente de todo mundo, enquanto ela era retirada do ônibus. Depois, constatou-se o engano. O que os policiais pensavam ser crack era, na verdade, um tablete de rapadura que a professora levava de presente. Em seguida, a professora foi liberada.
          Sobre a "trapalhada policial", o Extra (http://extra.globo.com/) publica uma declaração da professora sobre a "aquisição da referida droga":
- Eu e minha mãe estivemos na Bahia e trouxemos rapadura, requeijão. Era um presente para minha sogra e meu namorado, mas eles confundiram com a droga - disse. Depois do mal entendido a professora foi liberada. Ela registrou boletim de ocorrência por constrangimento. A verdadeira traficante foi presa horas depois em outro ônibus portando 2 kg de crack. O delegado seccional de Ourinhos, Amarildo Aparecido Leal, diz que os policiais usaram o procedimento padrão diante da situação, mas que mesmo assim o caso será investigado. - Os policiais são obrigados a agir com cautela, mas o caso vai ser analisado. Foi preciso garantir a segurança dos passageiros do ônibus e do próprio policial - diz o delegado.
          "Segurança dos passageiros do ônibus e do próprio policial" é a declaração do delegado preocupado porque a "perigosíssima" professora portava, além de rapadura, uma violenta dose de requeijão baiano, que pode ser letal se manipulado por guerrilheiros treinados por determinadas facções terroristas...

          Se o delegado já tem absoluta certeza - tirada sabe-se lá de onde - de terem os policiais se utilizados do procedimento padrão para a situação -, fica a dúvida sobre a necessidade de investigar um caso em que os "padrões" (para abordagem de portadores de rapadura baiana) foram seguidos. Será que a "análise" do caso servira para previnir que outros traficantes - ou usuários - de rapadura fiquem alertas porque a polícia não vai dar moleza.

           Lembrei-me de que existem diversas campanhas, nas mais diversas mídias, para protejer a mulher da violência doméstica - chocante para todos, acredito. Mas surgiu uma pergunta enquanto escrevia: Quem defenderá a mulher da violência policial? 

            Enquanto não surgem respostas para a dúvida levantada, o melhor - penso - é ouvir o grupo "Trem da Viração", cantando de Cauíque Bonsucesso e Beto Jaguary, a música "Rapadura".       

          Para encerrar a prosa deste domingo, deixo um grande abraço para todos!
 
Wilmar Machado

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