"Ódio produz casamentos duradouros.
O ódio não suporta a idéia de ver o outro voando livre, para longe...
O ódio segura, para que o outro não seja feliz.
O ódio gruda mais que amor. Porque o amor deixa o outro voar..."
(Rubens Alves)
Amigas e Amigos,
Na revista Trip (http://revistatrip.uol.com.br) pode-se encontrar uma lista com os 10 maiores golpistas, farsantes, malandros e impostores da história e um resumo dos esquemas e golpes impressionantes utilizados por eles, com extrema malícia. Em ordem decrescente – com critério utilizado pela revista e não disponível na matéria – são eles:
Em 10º lugar está William Thompson, um dos primeiros malandros a ser preso por usar "golpes de confiança", quando ganhava a confiança de um estranho com a ajuda de um cúmplice e então usava esse sentimento para conseguir dinheiro da vítima, dizendo que no dia seguinte devolveria tudo. Um truque básico que deu origem há alguns dos maiores esquemas e golpes já vistos por aí.
Na 9ª colocação se encontra Calisto Tanzi, que foi presidente do mega-poderoso conglomerado italiano Parmalat. Foi preso em 2008 por causar propositalmente a falência do grupo ao pegar para si quase 800 milhões de Euros das contas da empresa, no caso que se tornou a mais cara falência do sistema europeu.
Na 8ª posição encontra-se Bernard Madoff, ex-presidente da NASDAQ e único rosto de Wall Street que pagou o pato pelas fraudes de seguros imobiliários que quebraram a economia americana nos últimos anos. Entrando em cana no lugar dos muitos banqueiros que sairam ilesos da crise, Madoff acabou indiciado por pilotar no chão da Bolsa 11 crimes federais. Seu Esquema Ponzi massivo de informação privilegiada causou pelo menos US$ 18 bilhões em prejuizo para os investidores e rendeu uma pena de 150 anos de detenção para Bernie.
Ocupando o 7º lugar está o nosso conhecido Ronald Biggs, o assaltante do trem pagador, em 1963, quando ele e mais 15 cúmplices roubaram 2 milhões e meio de Libras de um trem inglês, crime pelo qual foi preso no ano seguinte. Em 65, Biggs fugiu da cadeia e se mandou para a Austrália, onde trabalhou como cenógrafo até o início dos anos 70. Após ser reconhecido por um repórter, Biggs veio para o Brasil, onde ficou escondido até 1974, quando foi encontrado e novamente exposto por outro repórter. O ladrão evitou a extradição por estar casado com uma brasileira, que esperava um filho seu que, graças à sua fama, participou do grupo infantil Turma do Balão Mágico, sucesso estrondoso no Brasil durante os anos 80.
Em 6º no ranking temos James Reavis, o Barão do Arizona, que trocou de lado durante a guerra civil americana, deixando os Confederados quando o cerco do norte começou a apertar. Logo após a Guerra de Secessão, colocou as mãos em uma imensa quantidade de escrituras de origem duvidosa que davam títulos de propriedade a uma área de mais de 5 mil km² nos territórios que hoje formam o Arizona. Em 1883, sabendo que os títulos não valiam nada, Reavis revendeu as "propriedades" para a companhia ferroviária Southern Pacific Railway e para centenas de compradores avulsos, agora dizendo ser dono de mais de 47 mil km² de terras. Ele só foi pego em 1893, no México, quando acabou desmascarado tentando executar o mesmíssimo golpe mais uma vez.
No 5º posto está Victor Lustig, o trambiqueiro da República Checa que criou uma série de golpes no início do século XX e ficou famoso por vender a Torre Eiffel parisiense em um leilão para sucateiros. Duas vezes. Da primeira vez, em 1925, Lustig reuniu seis empresários da sucata e disse que o governo estava interessado em vender a torre para ajudar na recuperação da economia da cidade, que havia sofrido com enormes prejuizos durante a Primeira Guerra Mundial. Lustig fechou negócio com o empresário Andre Poisson, depois que esse ofereceu suborno para ter preferência na compra. Com isso, Lustig ficou com o valor da venda e o valor do suborno, e se mandou para Viena. Victor chegou a aplicar golpes no poderoso gangster Al Capone antes de ser pego e sentenciado à prisão perpétua em 1935.
O 4º colocado é George C. Parker, , famoso por "vender" monumentos famosos para turistas ricos e incautos. Os negócios de Parker incluiram a venda do Madison Square Garden, do Túmulo de Grant, do Museu Metropolitan e até da Estátua da Liberdade. Seu monumento mais vendido foi a Ponte do Brooklyn, que chegou a vender duas vezes por semana durante vários anos seguidos, convencendo os turistas de que estes poderiam ganhar toneladas de dinheiro com o volume de tráfego que entrava e saia da Big Apple. A polícia de Nova York até prendeu alguns dos seus clientes enquanto estes tentavam erguer pedágios no local.
Na “honrosa” 3ª colocação se encontra o General Gregor McGregor, nobre mentiroso que se uniu à Marinha Real Britânica em 1803 e passou quase 15 anos viajando a costa da América Latina. Em 1820, ele retornou a Londres dizendo ter se tornado o Cacique de Poyais, uma nação fictícia na baía de Honduras que teria sido entregue aos seus cuidados pelo Rei George Frederic Augustus I da nação Mosquito. Tudo balela, obviamente. Quando nosso anti-heroi chegou à Inglaterra, ele levava consigo um livro recheado com mapas detalhados do "país", além de uma descrição muito positiva do local, que seria anglófilo, com infra-estrutura já existente, minas de ouro e prata, grandes quantidades de solo fértil, pronta para ser colonizada e livre de doenças tropicais. Mas os colonos escoceses que lá chegaram após investir pesado e com promessas de riquezas acabaram se deparando com uma selva fechada, com nativos hostis e péssimas condições para os marinheiros.
O vice-campeão da lista é Frank Abgnale Jr., cuja história foi contada no blockbuster Prenda-me se For Capaz, com Leonardo DiCaprio e Tom Hanks. Frank começou fraudando cheques, fingiu por anos ser piloto da PanAM para voar de graça por outras companhias, produziu um diploma falso da Universidade de Columbia para dar aulas de sociologia na Brigham Young University, fingiu ser médico e assumiu a direção da ala de pediatria do Georgia Hospital, além de forjar um diploma de Harvard, enquanto ainda tinha 19 anos, para trabalhar como advogado na Louisiana. Ele foi detido em 1969 em um vôo da Air France ao ser descoberto por uma aeromoça que tinha saído com ele no passado. Depois de cinco anos preso nos EUA, Frank foi libertado e passou a trabalhar como consultor de segurança para o FBI, afinal, não há especialista em falsificação maior do que ele.
O grande líder dessa lista é Charles Ponzi, italiano radicado nos EUA desde 1903, criador de um sistema de fraude que hoje é conhecido pelo seu nome. Basicamente, o Esquema Ponzi consiste em captar dinheiro de investidores, prometendo grande retorno em pouco tempo, fazendo com que o boato sobre as boas condições do negócio se espalhem. Enquanto vai conseguindo mais investimentos, o golpista usa o "dinheiro novo" para pagar os velhos empréstimos com juros. Assim que o investidor recebe o dinheiro, afirma que não quer retirar o investimento e assim aplica mais fundos nas mãos do golpista. O esquema pode funcionar durante um bom tempo, até finalmente e fatalmente entrar em colapso e causar prejuízo total em todos os investidores. Muitas das fraudes financeiras atuais são consideradas Esquemas Ponzi.
Enquanto lia a matéria, pensava sobre a possibilidade da extinção da imunidade parlamentar, dos foros privilegiados e de todas as formas utilizadas para acolhimento e acobertamento de delinqüentes em cargos públicos. Esse momento – além de diminuir o consumo de farinha e mozarela, pelo consumo menor de pizzas no fim de CPIs e julgamentos nas instâncias superiores –, provavelmente, faria aparecer todas as falcatruas cometidas pela certeza de impunidade e pela necessidade de recuperar o “tempo perdido” longe do poder. E aí, possivelmente, alguns dos dez primeiros lugares poderiam ser ocupados por brasileiros que nós mesmos elegemos. Ou, de repente, todos os dez primeiros lugares (será muito ufanismo?).
Como acredito em um Brasil além de conchavos politicos e manobras judiciais, apresento na Galeria de hoje a música de Almir Sater e Renato Teixeira que traz por título “Brasil Poeira”.
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BRASIL POEIRA
Almir Sater e Renato Teixeira
Ê, Brasil, poeira
Estradas de chão, violas, bandeiras
Terra de Tom, Tonico e Tião,
E Nossa Senhora, a Padroeira.
Ê, paixão, primeira
E os sertões, nação das estrelas.
Se o dia é luz, e a noite seduz
O coração, abre as porteiras.
Quando o galo cantar, nos quintais do Brasil
E o sol clarear nosso chão
Vem a semente e o pão, água do ribeirão
E horizontes que ao longe se vão
Ao som dos bem-te-vis…
Quem canta, espanta, seus males, se diz
Quem planta é quem colhe, é quem finca raiz
Quem canta, espanta, seus males, se diz
Quem planta é quem colhe, é quem finca raiz
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E a interpretação de hoje de “Brasil Poeira” fica a cargo dos compositores com Rolando Boldrin.
Por hoje, é isso. Um grande abraço para todos!
Wilmar Machado
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