sexta-feira, 10 de junho de 2011

FOGÃO DE LENHA - PERNIL DE CORDEIRO E UM DESORDEIRO

O maior estímulo para cometer faltas é a esperança de impunidade.
( Cícero )


Amigas e Amigos,

               Hoje é dia de Fogão de Lenha com uma receita própria para um tempo um pouco mais frio, como o que está fazendo aqui em Brasília, por conta de uma chuva de junho – tão rara e tão bem-vinda – responsável pela mudança, inclusive, da paisagem que já estava amarelada e recebe novos tons pela verdecência.

               Antes de começar a falar da receita de hoje, comento uma notícia do jornal Extra (www.extra.globo.com), de ontem, que mostra a reincidência – presente na pauta dos infratores e praticamente ignorada por nossos legisladores e magistrados. Por mais que se imagine a carga de maldade em determinados indivíduos, provavelmente se fica muito aquém dessa carga real, como se pode perceber na matéria do referido jornal Extra:
José Agostini Rangel, de 45 anos — preso nesta quarta-feira depois que seu filho, de 2 anos e quatro meses, caiu da janela do apartamento da família, em Cascadura —, já tinha uma passagem pela polícia por colocar a vida da criança em risco. Em agosto de 2009, segundo o delegado Reginaldo Guilherme, titular da 28ªDP (Campinho), José tentou jogar o bebê do viaduto de Cascadura. Na ocasião, a ocorrência foi registrada na delegacia com o número 04473/2009. Ontem, apesar da queda do quarto andar do prédio, o menino sofreu apenas ferimentos leves. Ele foi levado para o Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes. O que salvou a criança foi ter caído sobre o telhado da área de serviço da moradora do segundo andar, a dona de casa Angelusia Nogueira. Ela acordou, por volta das 9h, com um estrondo. — Você não sabe o susto que eu levei. E o pobre do menino não parava de chorar —, lembra Angelusia, que correu para chamar os bombeiros. — Gritei pelo pai do menino, mas nada. Meu medo era que ele caísse dali para o quintal. O garoto estava em casa com o pai e o irmão, de seis meses, e teria usado um banco para alcançar a janela dos fundos do apartamento. José Rangel foi autuado por abandono de incapaz. De acordo com os policiais, o pai do garoto estava alcoolizado no momento do acidente. A mãe do menino, Elisabete Maria de Abreu, estava no trabalho na hora do acidente e defende o companheiro. — Com criança, a gente não pode piscar... E ele (o menino) é muito peralta.

               Não sei se para você que está lendo é fácil entender o meandro desse fato, objeto da notícia acima. Para mim, está sendo muito difícil na medida em que não encontro explicações para grande parte da situação, associada abaixo a algumas perguntas para as quais não consegui respostas.

               Como é permitido a um baderneiro que tenta matar uma criança indefesa, sem cumprir qualquer pena (mesmo que fosse esse arremedo de penas com que a justiça costuma premiar grandes bandidos), permaneça em liberdade e convivendo com sua vítima inocente?

               Como a mãe da vítima, além de permitir essa proximidade de quem tentou matar seu filho, ainda continua tendo relacionamento normal com o meliante, chegando a gerar um novo filho (o pai – bêbedo – estava em casa com outro filho de seis meses)? E, talvez percebendo a possibilidade de ter acontecido uma nova tentativa de assassinato,  a mãe já se apresenta como a grande defensora de seu companheiro em detrimento da segurança de seu próprio filho (peralta)?

               Acredito que após os procedimentos de rotina, o pai retornará ao lar e, talvez um dia, com a ajudinha que a ordem instituída, conseguirá obter sucesso contra as até então frustradas tentativas de acabar com a vida de seu filho. Se chegar esse dia, talvez a sociedade clame por justiça contra esse pária. Mas isso é tudo?




               Após este comentário, vamos a receita de hoje, que encontrei no livro “Cozinha Regional Brasileira – Rio Grande do Sul”, da Abril Coleções, publicado em 2009.

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PERNIL DE CORDEIRO

Ingredientes:
1 pernil de 2,5 a 3 kg com osso
3 colheres (sopa) de sal
l pimenta vermelha picada
2 dentes de alho picados
½ colher (sopa) de alecrim picado
½ colher (sopa) de hortelã picada
1 colher (sopa) de manjerona picada
½ xícara (chá) de vinho tino seco

Modo de preparar:
Junte todos os ingredientes em uma travessa e coloque o pernil para marinar.
Deixe por 12 horas na geladeira.
Espete o pernil num espeto grande.
Leve para assar em fogo lento por 3 horas aproximadamente ou até que a carne comece a soltar do osso.
Vire-a na metade do tempo para que asse por igual.

A experimentar: Ainda não preparei essa receita de outro modo que não fosse o sugerido no livro. Estou pensando em experimentar prepara no forno convencional, enrolando o pernil em papel alumínio e acomodado em uma forma. Quando a carne estiver macia, acredito que se possa retirar o papel alumínio e retornar ao forno, por breve tempo, para dourar ligeiramente o pernil.

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               Para acompanhar a receita de hoje, escolhi a música “Esquilador”, de Telmo de Lima Freitas, vencedora da 9ª. Califórnia da Canção Nativa, de Uruguaiana. A interpretação dessa mazurca fica a cargo do próprio autor.


               Até a próxima e um grande abraço para você que me acompanhou até aqui,

Wilmar Machado

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