domingo, 4 de março de 2012

COM O PÉ NO ESTRIBO - COM 15 SALÁRIOS E DE PAPO PRO AR



Um homem não é infeliz porque tem ambições, mas porque elas o devoram.
(Barão de Montesquieu)




Amigas e Amigos,

          A segunda página da edição de hoje do jornal “Correio Braziliense” chama a atenção dos leitores para a renda extra dos senadores que escapa do Leão, pois os parlamentares não têm Imposto de Renda descontado dos seus polpudos 14º e 15º salários. Diz o referido jornal que:
A farra das remunerações extras para deputados e senadores com dinheiro do contribuinte, mostrada pelo Correio, ganhou um novo capítulo ontem. Os 81 senadores, que recebem os chamados 14º e 15º todos os anos, não sofrem qualquer desconto no Imposto de Renda. A regalia faz com que a Receita Federal deixe de arrecadar R$ 8,4 milhões, considerando os oito anos de mandato de cada político. Com a verba, o governo federal, por exemplo, poderia construir 105 casas populares pelo Programa Minha Casa, Minha Vida. Por ano, cada senador deixa de pagar ao Fisco R$ 12,94 mil. No fim do mandato, ele embolsa R$ 103,58 mil. A informação foi confirmada ontem, pela assessoria de imprensa do Senado.

          Uma forma de acabar com essa bandalheira seria a suspensão desse desperdício do dinheiro público gasto com esses salários extraordinários. Para tornar a remuneração desses senhores um pouco mais justa, seria muito interessante que fosse instituída uma forma de remuneração proporcional às horas trabalhadas – bem entendido que “conversar ao celular”, “bocejar ou dormir” e “ficar de ti-ti-ti” não caracterizam trabalho.

          Tanto a chamada para essa notícia, na primeira folha do jornal, quanto o conteúdo da mesma na página 2 deve ter sido percebido pelos leitores que o assunto era muito sério. Mas, para que nossa preocupação não fosse excessiva, um senador resolveu divertir todo povo, conforme pode se ver na continuidade da matéria do Correio, onde “o Senador Ivo Cassol (PP-RO), um dos poucos que aceitou falar, defendeu o benefício e afirmou que os senadores ganham muito pouco. De acordo com o político, grande parte do rendimento é gasto com medidas assistencialistas”.

          Depois desse “elucidador” depoimento do senador, acredito que todos possam dizer que, sensibilizados, entendem o quanto deve ser dura a vida de um senador que, além de ganhar pouco, ainda se dedica a medidas assistencialistas. E a cara de pau é tanta fazem (se efetivamente o fazem) assistencialismo com dinheiro dos outros – ou seja, com nosso dinheiro, que o senador afirma (pasmem) ser dele.

          Como sugestão, se estiver muito complicado a correção dessa balbúrdia no Senado, quem sabe os salários extraordinários (14º e 15º) pudessem ser estendidos para todos os trabalhadores (e sem desconto de Imposto de Renda, é claro).



         Para fechar a semana, sem a ganância cada vez mais acentuada de boa parte de nossos legisladores, deixo a simplicidade da música “De papo pro ar”, de Joubert de Carvalho, interpretada por Inezita Barroso, acompanhada por Roberto Correa.

  


Um grande abraço e até a próxima!


Nenhum comentário:

Postar um comentário