Um homem não é infeliz porque tem ambições, mas porque elas o devoram.
(Barão de Montesquieu)
Amigas e Amigos,
A segunda página da
edição de hoje do jornal “Correio Braziliense” chama a atenção dos leitores
para a renda extra dos senadores que escapa do Leão, pois os parlamentares não
têm Imposto de Renda descontado dos seus polpudos 14º e 15º salários. Diz o
referido jornal que:
A farra das remunerações extras para deputados e senadores com dinheiro do contribuinte, mostrada pelo Correio, ganhou um novo capítulo ontem. Os 81 senadores, que recebem os chamados 14º e 15º todos os anos, não sofrem qualquer desconto no Imposto de Renda. A regalia faz com que a Receita Federal deixe de arrecadar R$ 8,4 milhões, considerando os oito anos de mandato de cada político. Com a verba, o governo federal, por exemplo, poderia construir 105 casas populares pelo Programa Minha Casa, Minha Vida. Por ano, cada senador deixa de pagar ao Fisco R$ 12,94 mil. No fim do mandato, ele embolsa R$ 103,58 mil. A informação foi confirmada ontem, pela assessoria de imprensa do Senado.
Uma forma de acabar com
essa bandalheira seria a suspensão desse desperdício do dinheiro público gasto
com esses salários extraordinários. Para tornar a remuneração desses senhores
um pouco mais justa, seria muito interessante que fosse instituída uma forma de
remuneração proporcional às horas trabalhadas – bem entendido que “conversar ao
celular”, “bocejar ou dormir” e “ficar de ti-ti-ti” não caracterizam trabalho.
Tanto a chamada para essa
notícia, na primeira folha do jornal, quanto o conteúdo da mesma na página 2
deve ter sido percebido pelos leitores que o assunto era muito sério. Mas, para
que nossa preocupação não fosse excessiva, um senador resolveu divertir todo povo,
conforme pode se ver na continuidade da matéria do Correio, onde “o Senador Ivo Cassol (PP-RO), um dos poucos
que aceitou falar, defendeu o benefício e afirmou que os senadores ganham muito
pouco. De acordo com o político, grande parte do rendimento é gasto com medidas
assistencialistas”.
Depois desse “elucidador”
depoimento do senador, acredito que todos possam dizer que, sensibilizados,
entendem o quanto deve ser dura a vida de um senador que, além de ganhar pouco,
ainda se dedica a medidas assistencialistas. E a cara de pau é tanta fazem (se efetivamente o fazem) assistencialismo com dinheiro dos outros – ou seja, com nosso dinheiro,
que o senador afirma (pasmem) ser dele.
Como sugestão, se estiver
muito complicado a correção dessa balbúrdia no Senado, quem sabe os salários
extraordinários (14º e 15º) pudessem ser estendidos para todos os trabalhadores
(e sem desconto de Imposto de Renda, é claro).
Para fechar a semana,
sem a ganância cada vez mais acentuada de boa parte de nossos legisladores,
deixo a simplicidade da música “De papo pro ar”, de Joubert de Carvalho,
interpretada por Inezita Barroso, acompanhada por Roberto Correa.
Um grande abraço e até a próxima!
Nenhum comentário:
Postar um comentário