O prazer da comida é o único que,
desfrutado com moderação, não acaba por cansar.
(Jean-Anthelme Brillat-Savarin)
Amigas e
Amigos,
Antes de tratar da receita de hoje, considerada por tanta gente
como um prato “pesado”, abordo uma notícia de hoje sobre a tentativa de liminar
que os advogados estão buscando para Cláudio Monteiro, ex-chefe de gabinete do
governador Agnelo, suspeito de envolvimento em uma ligação que haveria entre o
governo do DF e o “zoo-empresário”
Cachoeira. Os advogados do senhor Monteiro querem garantir para seu cliente a
possibilidade de ficar em silêncio, em determinadas circunstâncias, no encontro
que terá com integrantes da CPI Mista do Cachoeira, na próxima semana.
Na edição de hoje do Estadão
pode-se encontrar que:
Os advogados de Cláudio Monteiro, ex-chefe de gabinete do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), entraram com um pedido de habeas-corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir o direito de seu cliente de ficar calado na CPI Mista do Cachoeira, na próxima quinta-feira, 28, se for questionado por fatos fora do objeto da investigação parlamentar. Ele quer garantir também o direito de consultar seus defensores, durante o depoimento. O pedido foi distribuído para o ministro Cezar Peluso decidir. Segundo o advogado Sandro Rogério Monteiro, a intenção de Cláudio é responder a todas as perguntas sobre o suposto envolvimento dele com pessoas ligadas ao esquema do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Cláudio Monteiro pediu demissão do cargo no dia 10 de abril, depois de divulgadas conversas gravadas pela Polícia Federal, nas quais o araponga Idalberto Matias, o Dadá, pede ao ex-diretor da Delta Construções Cláudio Abreu, o pagamento de propina a Cláudio Monteiro para indicar uma pessoa do grupo para o cargo de diretor do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), estatal que cuida do lixo na capital. A Delta é detentora do contrato. À Agência Estado, o advogado de Cláudio Monteiro negou todas as acusações referentes ao seu cliente. "Ocorreram citações indevidas ao nome do senhor Cláudio Monteiro", afirmou. O defensor disse que Monteiro jamais recebeu propina, colocou seus sigilos bancário, fiscal e telefônico à disposição do Ministério Público, não tratou de indicações para cargos no governo do DF e tampouco recebeu um Nextel para falar com o grupo. Afirmou ainda que Dadá, Cláudio Abreu e o delegado responsável pela investigação, Matheus Mella Rodrigues, foram interpelados judicialmente para explicar declarações desfavoráveis ao ex-chefe de gabinete. Sandro Rogério disse que, em apenas uma ocasião, Monteiro recebeu Cláudio Abreu "oficialmente", como representante da Delta, para tratar de uma reclamação referente a um aterro sanitário. Segundo o advogado, o ex-chefe de gabinete está "super tranquilo". "Além de não temer nenhuma investigação, ele quer a investigação. E a CPI será uma oportunidade para ele esclarecer os fatos e resgatar a sua honra", afirmou, ressaltando que, a princípio, Monteiro está disposto a esclarecer todos os fatos referentes a ele.
Um consagrado dito popular português afirma que “quem não deve não teme”. A versão “tropicalizada” deste dito parece ser
mais audaciosa, pelo que se observa na CPI e nos julgamento de figurões,
permitindo imaginar que nestas terras do
pau-brasil “quem deve também não teme”.
Pois ainda assim, o auto-intitulado inocente Cláudio Monteiro está com medo de
falar na CPI.
A falácia mais comum nos últimos dias tem sido a de dispensar o
sigilo bancário. Como se o dinheiro sujo do crime organizado tivesse
necessidade de transitar por alguma conta para chegar ao seu destino. Nesse
enroscado escopo, existe muito dinheiro que precisa ser lavado, mas tem muito
dinheiro que é “investido nas lavanderias”. O senhor Monteiro, a exemplo
de seu ex-chefe, abre mão de seu sigilo bancário, mas isso pouco significa
nesse mundo da contravenção.
O senhor Monteiro, segundo a notícia, não teme qualquer
investigação e quer que a investigação aconteça. Ele acredita que a CPI é o
momento para esclarecimentos e para resgatar a sua honra. Além disso, está
propenso a prestar todos os esclarecimentos, desde que possa fazer tudo isso
sem falar qualquer coisa.
Pois a sugestão de hoje é uma rabada preparada com agrião e
polenta, que pode ser servida acompanhada por arroz branco ou por um pão
francês. Garanto que é bem menos pesado do que, imagino, muitas
consciências de pessoas em evidência na notícia de hoje.
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RABADA COM AGRIÃO E POLENTA
Ingredientes:
1 e ½
quilos de rabada, cortada pelas juntas
Suco de
um limão
3 colheres
(sopa) de azeite de oliva
1 xícara
(chá) de vinho tinto seco
5 dentes
de alho picados
5
tomates, sem pele e sem sementes, picados
100
gramas de bacon picado
2 cebolas
grandes picadas
2 folhas
de louro
½ xícara
(chá) de salsinha picada
½ xícara
(chá) de cebolinha em anéis finos
Sal e
pimenta do reino a gosto
1 colher
(chá) de açafrão
1 maço
de agrião lavado e grosseiramente picado
1 litro
de água
Polenta
mole:
½ quilo
de fubá
Sal e
pimenta-do-reino a gosto
2 colheres
de (sopa) de óleo
1 litro
de água
Ingredientes para a polenta:
½ quilo de fubá
Sal e
pimenta-do-reino a gosto
2 colheres
de (sopa) de óleo
1 litro
de água
Modo de
preparar:
Lavar a
rabada.
Colocar
em uma panela, e cobrir com água.
Acrescentar
o suco de limão e levar ao fogo.
Ferver,
escorrer e reservar.
Em uma
panela grande quente colocar o azeite.
Colocar o
bacon e fritá-lo.
Acrescentar
a cebola e, em seguida, o alho.
Deixar
dourar e acrescentar o açafrão.
Dispor os
tomates e misturar bem.
Adicionar
a rabada, mexendo bem.
Cobrir
com o vinho.
Temperar
com sal e pimenta do reino.
Acrescentar
o louro e cobrir com água.
Ir
colocando água até a carne ficar cozida.
O caldo
deverá estar bem denso e abundante.
Acerte o
sal e a pimenta do reino, se necessário.
Adicionar
a salsa e a cebolinha e misturar ligeiramente.
Acrescentar
as folhas de agrião cru.
Modo de
preparar a polenta:
Misture
bem o fubá com a água e o óleo.
Acrescente
o sal e a pimenta.
Leve
então ao fogo alto por 15 minutos, mexendo sempre.
Servir a
rabada com polenta (arroz branco é opcional).
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A música deste Fogão de Lenha é "O Drama da Dieta", de Zé Mulato e Cassiano, com a dupla, da Zona da Mata Mineira e radicada aqui em Brasília-DF, Zé Mulato (José das Dores Fernandes) e Cassiano (João Monteiro da Costa Neto).
Um grande abraço, bom apetite e até o próximo encontro,
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