sexta-feira, 22 de junho de 2012

FOGÃO DE LENHA – RABADA COM POLENTA

O prazer da comida é o único que,
desfrutado com moderação, não acaba por cansar.
(Jean-Anthelme Brillat-Savarin)



Amigas e Amigos,




Antes de tratar da receita de hoje, considerada por tanta gente como um prato “pesado”, abordo uma notícia de hoje sobre a tentativa de liminar que os advogados estão buscando para Cláudio Monteiro, ex-chefe de gabinete do governador Agnelo, suspeito de envolvimento em uma ligação que haveria entre o governo do DF e o “zoo-empresário” Cachoeira. Os advogados do senhor Monteiro querem garantir para seu cliente a possibilidade de ficar em silêncio, em determinadas circunstâncias, no encontro que terá com integrantes da CPI Mista do Cachoeira, na próxima semana.

Na edição de hoje do Estadão pode-se encontrar que:
Os advogados de Cláudio Monteiro, ex-chefe de gabinete do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), entraram com um pedido de habeas-corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir o direito de seu cliente de ficar calado na CPI Mista do Cachoeira, na próxima quinta-feira, 28, se for questionado por fatos fora do objeto da investigação parlamentar. Ele quer garantir também o direito de consultar seus defensores, durante o depoimento. O pedido foi distribuído para o ministro Cezar Peluso decidir. Segundo o advogado Sandro Rogério Monteiro, a intenção de Cláudio é responder a todas as perguntas sobre o suposto envolvimento dele com pessoas ligadas ao esquema do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Cláudio Monteiro pediu demissão do cargo no dia 10 de abril, depois de divulgadas conversas gravadas pela Polícia Federal, nas quais o araponga Idalberto Matias, o Dadá, pede ao ex-diretor da Delta Construções Cláudio Abreu, o pagamento de propina a Cláudio Monteiro para indicar uma pessoa do grupo para o cargo de diretor do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), estatal que cuida do lixo na capital. A Delta é detentora do contrato. À Agência Estado, o advogado de Cláudio Monteiro negou todas as acusações referentes ao seu cliente. "Ocorreram citações indevidas ao nome do senhor Cláudio Monteiro", afirmou. O defensor disse que Monteiro jamais recebeu propina, colocou seus sigilos bancário, fiscal e telefônico à disposição do Ministério Público, não tratou de indicações para cargos no governo do DF e tampouco recebeu um Nextel para falar com o grupo. Afirmou ainda que Dadá, Cláudio Abreu e o delegado responsável pela investigação, Matheus Mella Rodrigues, foram interpelados judicialmente para explicar declarações desfavoráveis ao ex-chefe de gabinete. Sandro Rogério disse que, em apenas uma ocasião, Monteiro recebeu Cláudio Abreu "oficialmente", como representante da Delta, para tratar de uma reclamação referente a um aterro sanitário. Segundo o advogado, o ex-chefe de gabinete está "super tranquilo". "Além de não temer nenhuma investigação, ele quer a investigação. E a CPI será uma oportunidade para ele esclarecer os fatos e resgatar a sua honra", afirmou, ressaltando que, a princípio, Monteiro está disposto a esclarecer todos os fatos referentes a ele.

Um consagrado dito popular português afirma que “quem não deve não teme”. A versão “tropicalizada” deste dito parece ser mais audaciosa, pelo que se observa na CPI e nos julgamento de figurões, permitindo imaginar que nestas terras do pau-brasil “quem deve também não teme”. Pois ainda assim, o auto-intitulado inocente Cláudio Monteiro está com medo de falar na CPI.

A falácia mais comum nos últimos dias tem sido a de dispensar o sigilo bancário. Como se o dinheiro sujo do crime organizado tivesse necessidade de transitar por alguma conta para chegar ao seu destino. Nesse enroscado escopo, existe muito dinheiro que precisa ser lavado, mas tem muito dinheiro que é “investido nas lavanderias”.  O senhor Monteiro, a exemplo de seu ex-chefe, abre mão de seu sigilo bancário, mas isso pouco significa nesse mundo da contravenção.

O senhor Monteiro, segundo a notícia, não teme qualquer investigação e quer que a investigação aconteça. Ele acredita que a CPI é o momento para esclarecimentos e para resgatar a sua honra. Além disso, está propenso a prestar todos os esclarecimentos, desde que possa fazer tudo isso sem falar qualquer coisa.

E segue a brincadeira de investigação dos deputados e senadores...



Pois a sugestão de hoje é uma rabada preparada com agrião e polenta, que pode ser servida acompanhada por arroz branco ou por um pão francês. Garanto que é bem menos pesado do que, imagino, muitas consciências de pessoas em evidência na notícia de hoje.


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RABADA COM AGRIÃO E POLENTA

Ingredientes:

1 e ½ quilos de rabada, cortada pelas juntas


Suco de um limão


3 colheres (sopa) de azeite de oliva


1 xícara (chá) de vinho tinto seco


5 dentes de alho picados


5 tomates, sem pele e sem sementes, picados


100 gramas de bacon picado


2 cebolas grandes picadas


2 folhas de louro


½ xícara (chá) de salsinha picada


½ xícara (chá) de cebolinha em anéis finos


Sal e pimenta do reino a gosto


1 colher (chá) de açafrão


1 maço de agrião lavado e grosseiramente picado

1 litro de água

Polenta mole:

½ quilo de fubá

Sal e pimenta-do-reino a gosto

2 colheres de (sopa) de óleo

1 litro de água


Ingredientes para a polenta:

½ quilo de fubá

Sal e pimenta-do-reino a gosto

2 colheres de (sopa) de óleo

1 litro de água



Modo de preparar:

Lavar a rabada.


Colocar em uma panela, e cobrir com água.


Acrescentar o suco de limão e levar ao fogo.


Ferver, escorrer e reservar.


Em uma panela grande quente colocar o azeite.


Colocar o bacon e fritá-lo.


Acrescentar a cebola e, em seguida, o alho.


Deixar dourar e acrescentar o açafrão.


Dispor os tomates e misturar bem.


Adicionar a rabada, mexendo bem.


Cobrir com o vinho.


Temperar com sal e pimenta do reino.


Acrescentar o louro e cobrir com água.


Ir colocando água até a carne ficar cozida.


O caldo deverá estar bem denso e abundante.


Acerte o sal e a pimenta do reino, se necessário.


Adicionar a salsa e a cebolinha e misturar ligeiramente.


Acrescentar as folhas de agrião cru.



Modo de preparar a polenta:

Misture bem o fubá com a água e o óleo.


Acrescente o sal e a pimenta.


Leve então ao fogo alto por 15 minutos, mexendo sempre.


Servir a rabada com polenta (arroz branco é opcional).

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         A música deste Fogão de Lenha é "O Drama da Dieta", de Zé Mulato e Cassiano, com a dupla, da Zona da Mata Mineira e radicada aqui em Brasília-DF, Zé Mulato (José das Dores Fernandes) e Cassiano (João Monteiro da Costa Neto).

 


         Um grande abraço, bom apetite e até o próximo encontro,

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