Somente pela arte podemos sair de nós mesmos,
saber o que um outro vê desse universo que não é o mesmo que o nosso
e cujas paisagens permaneceriam tão desconhecidas para nós
quanto as que podem existir na lua.
(Marcel Proust)
Amigas e Amigos,
Abrem-se as cortinas, na casa de espetáculos chamada Paraíso, para receber um ícone do teatro brasileiro: Ítalo Balbo Di Fratti Coppola Rossi. Um dos mais importantes atores brasileiro, Ítalo Rossi – que morreu na terça-feira, 2 de agosto, vítima de complicações respiratórias, no Rio de Janeiro – era paulista, de Botucatu, e havia completado 80 anos em janeiro.
O portal G1 (http://g1.globo.com) destacou, ontem, uma lembrança de Marília Pêra sobre Rossi com a declaração “Lembro das gargalhadas nos bastidores. Essa é a lembrança que carrego comigo. O ídolo não morreu. Ele deixa essa graça para sempre”. Na matéria do G1, encontra-se também um pouco da vida de Rossi dedicada à atuação, conforme abaixo:
Com mais de 400 montagens e mais de 50 anos de carreira, era considerado um dos atores mais importantes do Brasil. Estreou no Teatro Brasileiro de Comédias (TBC) e teve uma longa carreira nos palcos, onde atuou até os últimos anos de vida. Foi um dos fundadores do Teatro dos Sete, ao lado de Fernanda Montenegro, Sergio Britto e Fernando Torres. Nos anos 1980, ganhou três prêmios Molière, o mais importante das artes cênicas no Brasil. Na televisão, Ítalo Rossi iniciou a carreira em 1963, na extinta TV Rio, e participou de dezenas de novelas, séries e especiais na TV Globo [...] Seu último trabalho na televisão foi o personagem Seu Ladir, do humorístico "Toma lá, dá cá", dono do bordão "É mara, maravilhoso!". Rossi também brilhou no cinema, tendo participado de cerca de 20 longas-metragens [...] No fim de 2010, o ator foi homenageado com o livro "Fotobiografia de Ítalo Rossi", que retrata sua trajetória nos palcos e nas telas.
As primeiras atuações de Ítalo Rossi que tive oportunidade de assistir foram em Escrava Isaura (na televisão) – exibida pela Rede Globo em 1976/77, onde Rossi fez o papel de José – e Noite sem Homem (no cinema) – produção de 1976, que assisti em 1980, no Rio de Janeiro (acho que no Roxi Copacabana), no qual Ítalo deu vida ao homossexual Salô, da obra de Orígenes Lessa. Depois disso, assisti muito trabalho desse artista, principalmente na televisão, onde “Seu Ladir” foi marcante o suficiente para se fazer o ápice de mais de 50 anos de carreira.
Com a música escolhida para hoje, homenageio Ítalo Rossi, esse menino artista de apenas 80 anos. Abaixo a letra de “Não há pandorgas no céu” (pandorga = pipa, papagaio), do Lênin Nunez.
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NÃO HÁ PANDORGAS NO CÉU
Lenin Nunez
Quando morre um menino
Reza o vento sua prece
O destino fecha a porta
E o dia não amanhece
Quando morre um menino
Se quebra a vida em pedaços
As horas correm vazias
Sem travessuras e abraços
Quando morre um menino
Choram as águas da sanga
Amadurecem inúteis
Figos, melões e pitangas
Quando morre um menino
A tristeza mata a fome
E crescem ervas daninhas
Pelos caminhos de um homem
Quando morre um menino
Tem o pão gosto de fel
A alegria sai da casa
E não há pandorgas no céu
Quando morre um menino
Não há pandorgas no céu.
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Para interpretar a canção escolhida para esta Galeria Sertaneja escolhi o saudoso César Passarinho, considerado o cantor símbolo da Califórnia da Canção Nativa.
Um grande abraço e até a próxima!
Algum tempo sem visitar o blog... E depois do post de hoje descobri que quem estava perdendo sem essas visitas era eu...
ResponderExcluirParabéns, meu velho... Uma das mais belas homenagens que vi a esse monstro do teatro e da tv. Só podia vir de um grande artista também. Só quem um dia já subiu no palco consegue encontrar a forma certa de homenagear um artista.
E que letra e interpretação desta canção.
Abraço
Obrigado, Léo. Com essas palavras, eu fico é mais animado ainda a continuar publicando. Algumas vezes pode até ser bom para quem lê, mas sempre faz muito bem para mim escrever. Um grande abraço.
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