segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

ABRINDO A PORTEIRA - O MINISTRO DA HORA



É preciso viver como se pensa,
caso contrário se acabará por pensar como se tem vivido.
(Paul Bourget)




Amigas e Amigos,



          Enquanto a reforma ministerial não chega, faz-se de conta que tudo vai muito bem nestas terras do pau-brasil. Para exemplificar esse “país das maravilhas”, o ministro da hora, ou melhor, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, alvo de acusações de irregularidades, afirma – desde a capital portenha – que essas denúncias já fazem parte de um “episódio superado”. 
         




         O portal G1 (http://g1.globo.com/), com notícia da BBC, informou na última sexta-feira que :

Pimentel está na capital argentina acompanhado do assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, para participar de reunião sobre assuntos comerciais com o país vizinho. 'Eu estou tranquilíssimo, já dei todas as explicações que tinham de ser dadas. Eu tenho certeza de que esse episódio está superado', disse o ministro aos jornalistas brasileiros, ao chegar ao Palácio San Martín, sede do Ministério das Relações Exteriores da Argentina. Questionado se iria ao Congresso Nacional, caso fosse convocado a dar explicações sobre as acusações de irregularidades, Pimentel respondeu: 'acho que não há necessidade, mas evidentemente, se o Congresso convocar, eu tenho que ir, porque a obrigação do ministro é atender às convocações do Congresso'.


 

         Tranquila com as declarações do ministro do Desenvolvimento, a ministra Ideli Salvatti, das Relações Institucionais (seria esse um Ministério da rubrica “pagamento de dívidas eleitorais”?), afirmou hoje que Fernando Pimentel tem a confiança da presidente Dilma. Segundo o portal UOL (http://www.uol.com.br/), a ministra teria dito que:

“Nós temos, em primeiro lugar, o apoio da presidenta. Ele [Pimentel] acompanhou a presidenta em viagem importante, que aconteceu este fim de semana na Argentina. E nós temos a convicção de que o ministro Pimentel tem prestado todos os esclarecimentos. É sempre importante e relevante realçar que ele não estava exercendo nenhum cargo público quando exerceu o seu trabalho de economista prestando consultorias. Ele não era nem ministro nem prefeito. Não era deputado nem senador. Estava exercendo a tarefa profissional dele de economista”.


 

         O portal UOL, para explicar as acusações contra o ministro do Desenvolvimento, faz referência ao jornal “O Globo”, que denunciou o suposto tráfico de influencia do ministro, entre 2009 e 2010, época em que ele prestou consultoria a empresas que acabaram fechando contratos com a prefeitura de Belo Horizonte – onde Pimentel foi prefeito e é aliado do atual prefeito. Nessa época, Pimentel atuava, ainda, na coordenação da campanha eleitoral da candidata Dilma Rousseff. Ainda no referido portal, pode-se encontrar que Otílio Prado, além de sócio do ministro em uma empresa, foi assessor especial de Pimentel na prefeitura de BH e exonerado de seu cargo em dez/2008. Voltou ao cargo dois dias após a exoneração para trabalhar no gabinete do prefeito Maria Lacerda.



         Na sexta-feira passada, o portal Política Hoje (http://www.politicahoje.com.br), disse que o sócio do ministro Pimentel, Otílio Prado, entregou seu cargo na prefeitura de BH para, segundo ele, preservar a imagem do seu amigo ministro. Segundo este portal:
A queda de Otílio se deu após a revelação de que a consultoria P-21 faturou R$ 2 milhões em dois anos, sendo que R$ 400 mil foram pagos pela empresa QA Consulting, que tem entre os sócios um filho de Otílio. Na gestão de Pimentel como prefeito de Belo Horizonte, essa empresa teve contrato com a empresa pública Prodabel (processamento de dados) no valor de R$ 173,8 mil. "Compreendo que a questão assume ares que vão além das questões factuais e não quero de nenhuma forma criar constrangimento indevido à figura do prefeito, pessoa pela qual nutro o maior respeito e reafirmo a minha lealdade, e tampouco causar prejuízo à imagem dessa administração e também à figura do ministro Fernando Pimentel", escreveu ele.

         Não consegui entender como que os mesmos motivos servem, na prefeitura Belo Horizonte, para afastar o assessor especial por suspeita de envolvimento em um suposto tráfico de influência, e no governo federal, para dar tranquilidade a uma ministra que chega ao ponto de afirmar que todos os esclarecimentos estão sendo prestados. A afirmação do jornal “O Globo” sobre a atuação da P-21 poderia ser usada para comprovar um paradoxo semântico dos mais consistentes, por ser rigorosamente verdadeira, em BH, e rigorosamente falsa, no DF, considerando o mesmo tempo?

         Com pesar, registro que a música gaúcha perdeu hoje uma de suas vozes mais marcantes: José Cláudio Machado (1948-2012), que já deve ter encontrado tantos amigos lá na Estância do Alto, cujo capataz, São Pedro, é padroeiro do Rio Grande do Sul. E com Pedro (Gaurá), José Cláudio venceu a Califórnia da Canção Nativa de 1972. Na Tertúlia Nativa desta semana farei uma homenagem especial a este representante da música nativa gaúcha.


         Para concluir esta postagem desta segunda-feira, na expectativa de que ainda possamos ver um país melhor do que nos tem sido oferecido nos últimos anos, a música hoje é de autoria de Zé Mulato, com o título "Dias Melhores". A interpretação dessa querumana é da dupla de irmãos (e amigos do Canto da Terra) Zé Mulato & Cassiano.




         Um grande abraço para todos, com saudades do grande intérprete Zé Cláudio!


Wilmar Machado


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