Todas as culturas se fundam mais sobre preconceitos do que sobre verdades.
(Friedrich Durrenmatt)
Amigas e Amigos,
Comecei o dia, hoje, escutando rádio – é um jeito de começar
uma nova jornada que muito me atrai pela afinidade que tenho com esse meio de
comunicação – e, entre os primeiros registros locais (em Brasília), foram
noticiados diversos pontos de congestionamento com atraso em deslocamentos para
trabalho e escolas, principalmente.
Ainda no decorrer da manhã, ao ler algumas notícias no portal
“Folha.com”, chamou minha atenção o tamanho das filas de carros e a lentidão do
trânsito no início deste dia, em São Paulo. Dizia o referido portal que:
O trânsito piorou na cidade de São Paulo e já chegava aos 143 km de filas às 9h desta segunda-feira. O índice era o segundo maior registrado no período da manhã neste ano, ficando atrás apenas dos 168 km registrado às 9h30 do dia 27. A lentidão das 9h de hoje corresponde a 16,2% dos 868 km de vias monitoradas. A média para o horário é de 13,1%. A pior região era a zona sul, com 55 km de filas, segundo dados da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). A causa do elevado índice ainda não foi divulgado pela companhia. A via mais congestionada era a marginal Pinheiros, com 9,3 km de retenção na pista expressa, no sentido Interlagos. O problema ia da Castello Branco até a ponte Cidade Jardim. Houve um bloqueio parcial na via mais cedo, na altura da avenida do Morumbi, devido a acidente, mas já estava liberado no horário. A Radial Leste também registrava lentidão, com 4,7 km de filas no sentido centro, desde o viaduto Pires do Rio até a rua Wadenkolk. O problema era resultado da grande quantidade de veículos. Segundo o serviço da empresa MapLink, usado pela Folha, a cidade tinha 385 km de filas no horário.
Pensei, por um momento, nas pessoas que passavam pelo drama
de serem vítimas do sistema de circulação de veículos em São Paulo. Fiquei
imaginando o que poderia ser feito havendo necessidade de algum deslocamento
mais urgente por qualquer motivo – mais preocupante ainda seria se o motivo
fosse a vida de alguém. Guardadas as proporções, as vítimas de Brasília também
passavam por grande desconforto de não conseguir chegar até seus compromissos
no horário planejado, provavelmente já imaginando alguma desculpa pelo atraso,
que se torna cada vez mais freqüente na capital brasileira.
Acredito que a situação nas metrópoles brasileiras não seja
muito diferente das acima descritas, com diferenças apenas na intensidade de
cada evento. Parece que com o passar do tempo, o exotismo da situação vai
desaparecendo, tornando o congestionamento algo que deve fazer parte da experiência
diária de cada um.
Mas volto novamente às pessoas que, absolutamente
impotentes, são vítimas dos congestionamentos – diários ou freqüentes – para pensar
um pouco mais sobre quem são essas cidadãs e esses cidadãos. Acredito que, se
não todos, a grande maioria deles está com o Imposto de Renda pago – talvez até
com dinheiro recolhido a mais pelo governo que ainda demorará para devolvê-lo.
Acredito, ainda, que a imensa maioria – ou todos, novamente – esteja com o IPVA
também pago.
Pois com todo esse dinheiro que, sem escolha, entregam para
o governo, as mencionadas vítimas recebem em troca esse desserviço por parte
dos que deveriam estar proporcionando boas condições de vida para todos. Junte-se
ao dispêndio de verba de cada contribuinte o acréscimo proporcionado para
alguns por eventuais pedágios – que ainda podem consumir tempo.
A expectativa de que as obras prometidas para a Copa do
Mundo no Brasil solucionem boa parte dos problemas de tráfego parecem cada vez
mais distante do cumprimento dessas “promessas” – ainda que as verbas
destinadas a este fim sejam, com estão sendo, totalmente consumidas (inclusive
as já majoradas e as que ainda sofrerão acréscimos). Para solução dos problemas
de circulação no período da Copa, o governo já acenou com a criativa solução de
decretar feriados nos dias de jogos, pois em caso contrário restará a
expectativa de que os ingleses venham em bom número para o evento, dada a constatação
possível de que estão sendo feitas obras “para inglês ver”.
A música escolhida para abrir a porteira da semana é "Meu Carro Velho", de José Rico, com Milionário & José Rico. Essa música é para lembrar que novas tecnologias acabaram "aposentando" muito carro de boi, que andavam bem mais rápido do que os modernos carros de hoje que praticamente estacionam em longos "engarrafamentos".
Um grande abraço e até a
próxima!
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