Beneficiar vilões é
deitar água no mar.
(Miguel de Cervantes
Saavedra)
Amigas e Amigos,
Enquanto
tomava o café da manhã, recebi o “Correio Braziliense”, cuja capa estampa, em
destaque, que “Juízes vão ao Supremo por rejuste”. A matéria – completa na
edição impressa do jornal – destaca a exigência dos magistrados de 4,8% de
aumento em seus contracheques, contrariando o Planalto que não se mostra
disposto a encaminhar tal proposta para o Congresso.
Abaixo,
disponibilizo um excerto da matéria, conforme publicação, também hoje, do
portal do Correio (http://www.correiobraziliense.com.br):
A guerra prometida pelos servidores públicos foi declarada oficialmente ontem. E começou pelos magistrados. Depois de perder a batalha por reajustes salariais no Orçamento de 2012, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) decidiu peitar a presidente Dilma Rousseff e entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) exigindo que deputados e senadores garantam um reajuste de 4,8% na remuneração dos ministros do STF. A mudança alteraria o teto do funcionalismo de R$ 26,7 mil para R$ 28 mil e elevaria, automaticamente, os salários dos juízes e dos ministros dos demais tribunais superiores.
Acredito que o aumento se faz necessário para que os
magistrados – alguns estão recebendo somente R$ 100 mil por mês, conforme
abordado na postagem sobre o assunto aqui no blog (http://programacantodaterra.blogspot.com/2012/01/tertulia-nativa-cachorrada.html)
– não passem privações. Com muita competência, já perceberam até um suposto
descumprimento da Constituição no ato da presidente de não encaminhar a
proposta desse aumento. Com a mesma competência, entretanto, não foi possível
perceber qualquer agravo a Magna Carta ao ser estabelecido o salário mínimo de R$
622 para o trabalhador brasileiro.
Penso, ainda, que essa necessidade de aumento visa manter a
agilidade – percebida por qualquer cidadão – com que a justiça trata seus
processos. Magnificentes salários possibilitam a dedicação de todos os
integrantes para que um processo nunca demore mais do que 1 ano e meio ou 2
anos para percorrer todas as instâncias do judiciário e ter sua sentença
definitiva. Você não concorda com isso e pensa que esse prazo é um pouco mais
longo, talvez 5 anos? Ou 10? Ou 15? Ou mais?
Não é, aparentemente, o que acontece
quando “outros interesses” aparecem. Hoje, também no Correio Braziliense, tem
uma notícia sobre um pedido de cidadania despachado em tempo mínimo para que um
espanhol assumisse um cargo no Planalto, pois em seu currículo constava o item
mais importante para o atual entendimento de meritocracia em órgãos públicos:
era ex-dirigente sindical. Consta no jornal que:
Para assumir o cargo de assessor especial da Secretaria-Geral da Presidência, em maio de 2011, o espanhol e ex-dirigente sindical do ABC Paulista José Lopez Feijóo teve uma tramitação relâmpago de seu processo de naturalização no Ministério da Justiça. Feijóo chegou ao país em 1953 e cumpriu os trâmites para ganhar o certificado de naturalização somente após a indicação para o posto na pasta comandada por Gilberto Carvalho. Diferentemente dos demais estrangeiros, que esperam em média 18 meses para obter a cidadania brasileira, o ex-sindicalista deu entrada no processo em 12 de maio de 2011 e, duas semanas depois, o Ministério da Justiça concedeu a naturalização extraordinária a Feijóo. A naturalização foi publicada no Diário Oficial da União de 27 de maio. Três dias depois, o ex-sindicalista foi nomeado, por portaria, assessor especial, DAS 5, na estrutura da Presidência.
Na
Galeria desta semana, a letra e música de “Saco de Ouro”, de Paraíso e José
Caetano Erba. Lembrando sempre que esse saco de ouro da música é mixaria comparado com as notícias de
hoje.
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SACO DE OURO
Paraíso e José
Caetano Erba
Um saco de estopa com embira
amarrado,
Eu tenho guardado a minha
paixão,
Uma bota velha, chapéu cor
de ouro,
Bainha de couro e um velho
facão.
Tenho um par de esporas, uma
rês e um laço,
Um punhal de aço, rabo de
tatu,
Tenho uma guaiaca ainda
perfeita,
Caprichada e feita só de
couro cru.
Do lampião quebrado só resta
o pavio,
Pra lembrar o frio eu também
guardei
Um pelego branco que perdeu
o pelo
Apesar do zelo com que eu
cuidei.
Também um cachimbo de cano
Colombo
Quantos pernilongos com ele
espantei,
Um estribo esquerdo que eu
guardei com jeito
Porque o direito na cerca eu
quebrei.
A nota fiscal, já toda
amarela,
Da primeira sela que eu
mesmo comprei
Lá em Soledade, na Casa da
Cinta,
230 na hora eu paguei.
Também o recibo, já todo
amassado,
Primeiro ordenado que eu
faturei,
É a minha traia num saco
amarrado
Num canto encostado que eu
sempre guardei.
Pra mim representa um belo
passado
A lida de gado que eu sempre
gostei
Assim enfrentado um trabalho
duro
Eu fiz o futuro sem violar a
lei.
O saco é relíquia com os
seus apetrechos,
Não vendo e nem deixo
ninguém por a mão
Nos trancos da vida agüentei
intacto
E o ouro do saco é a
recordação.
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A
interpretação de hoje é a da jovem violeira Bruna Viola, em um vídeo do programa "Viola minha viola".
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