terça-feira, 12 de julho de 2011

ORATÓRIO CAMPEIRO - SÃO CAMILO E A POLÍTICA DOENTE

A arte da medicina consiste em distrair enquanto a Natureza cuida da doença.
(Voltaire)

Amigas e Amigos,

               No Oratório Campeiro de hoje, vale lembrar que no próximo dia 14 será a festa de São Camilo de Léllis, fundador da Companhia dos Servidores dos Enfermos, conhecidos como Camilianos.  



               Antes de escrever sobre São Camilo, algumas reportagens de hoje para uma reflexão do que está sendo chamado de política nesse nosso país. Começo pelo comentário sobre a influência de Magno Malta na divisão da área de Transportes, publicado pelo Correio Braziliense (http://www.correiobraziliense.com.br), hoje:
O deputado federal Valdemar Costa Neto (SP) não é o único parlamentar do PR com forte influência nas instâncias de decisão do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), uma autarquia com orçamento anual de R$ 14,6 bilhões e foco de denúncias de corrupção que derrubaram a cúpula do Ministério dos Transportes. O senador Magno Malta (PR-ES) emplacou na sede do Dnit em Brasília — mais especificamente no quarto andar, onde fica a diretoria-geral do órgão — seu irmão Mauricio Pereira Malta na chefia da assessoria parlamentar da autarquia. O parlamentar também indicou o titular da Diretoria de Infraestrutura Ferroviária (DIF), o delegado aposentado Geraldo Lourenço de Souza Neto. [...] Na relação dos integrantes da diretoria-geral, o nome do irmão de Magno Malta é o quarto no organograma, atrás apenas do diretor-geral afastado, Luiz Antonio Pagot, da chefe de gabinete e do assessor do diretor. A nomeação de Maurício Malta para um cargo comissionado no Dnit foi publicada no Diário Oficial da União em 10 de setembro de 2007. Em 2 de outubro do mesmo ano, o Senado concluiu a votação e aprovou a indicação de Luiz Pagot para a diretoria-geral do Dnit. O cargo ocupado pelo irmão do senador Magno Malta é do grupo de Direção e Assessoramento Superior 4 (DAS 4), cujo salário é de R$ 6,8 mil. [...] Segundo a assessoria de imprensa do parlamentar, Maurício é apenas um “terceiro escalão, sem influência, com mestrado em administração feito nos Estados Unidos”. “A única coisa que ele faz (como chefe da assessoria parlamentar) é trazer documentos para os parlamentares”, disse o senador, por meio da assessoria. Ainda segundo o órgão de comunicação, Maurício é pastor evangélico e tem uma agência de publicidade em Vitória. “Ele foi convidado por sua capacidade técnica.”

               Parece roteiro de história mal contada. O irmão do deputado tem mestrado em administração nos E.U.A. e recebe um DAS 4 (quase 7 mil reais/mês) para levar “documentos para os parlamentares”. Ainda, por cima essa intelectual e exaustiva atividade exige uma seleção baseada em “capacidade técnica”. Fica a sensação de que o superfaturamento de obras nessa área está com vida longa garantida.

               E se alguém estiver pensando que deputado só serve para favorecer parentes e amigos, ainda no Correio Braziliense têm outra matéria sobre o “balão” que os deputados preparam para cima da Constituição com o intuito de turbinar seus já estratosféricos salários. Não satisfeitos com as bandalheiras praticadas em causa própria, como a do aumento desavergonhado concedido há pouco tempo, os deputados se preparam para:
...liberar seus integrantes que estão licenciados a ocuparem vagas em conselhos de estatais e receberem jetons por essa participação — mesmo que os vencimentos somados ultrapassem o teto constitucional. A permissão é discutida na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa e já recebeu o voto favorável do relator, Osmar Serraglio (PMDB-PR). Na avaliação do peemedebista, os casos de participação em conselhos de estatais não se aplicam aos impedimentos enumerados na Constituição Federal a deputados e senadores, já que, quando tiram licença para assumir cargos nos estados ou na esfera federal, deixam de atuar no Parlamento. De acordo com a lei, a partir da diplomação, os congressistas ficam proibidos de “aceitar cargo, emprego ou função, inclusive de confiança, nas entidades de direito público, empresa pública, sociedade de economia mista ou concessionária de serviço público”. Na interpretação do relator, no entanto, mesmo que esses parlamentares licenciados tenham optado pelos salários pagos pelo Congresso, e não pelo que secretários estaduais ou municipais recebem, o afastamento das atividades no Parlamento permite que as restrições constitucionais não sejam aplicadas. “Não há problemas nisso. A proibição é para deputado e senador. Se a pessoa está licenciada, não está atuando como parlamentar. Como secretário, pode sim receber remuneração também pela atuação nos conselhos”, defende Serraglio, lembrando que muitos ministros de Estado também são conselheiros e ultrapassam o teto constitucional graças ao recebimento de jetons. Se o parecer de Serraglio for aprovado, os 33 deputados licenciados para atuar nos Executivos estaduais, mesmo que continuem recebendo salários de R$ 26,7 mil pagos pela Câmara, poderão ultrapassar o teto constitucional graças aos jetons pagos por empresas públicas.

               Na inocente interpretação, cheia de boas intenções do relator cara-de-pau da permissão, não há qualquer problema se o parlamentar está licenciado, mesmo que continue recebendo a ninharia de R$ 26,7 mil arrancados dos bolsos dos contribuintes. Acho que essa falta de vergonha demonstrada na discussão desse assunto não deveria ser objeto de matéria de jornal mas ser pauta do judiciário como violação intencional e imputável do dever praticada pelos nobres representantes do povo.

               Depois dessa, só orando pela intercessão de São Camilo de Léllis, esse santo italiano que experimentou uma vida desregrada e,  por volta de 30 anos de idade, com a saúde precária, decide tratar dos doentes gratuitamente. Na época, Camilo foi levado a agir assim diante da exploração, desonestidade e falta de escrúpulos dos médicos para com os doentes. Em 1582, Camilo teve a primeira inspiração de instituir uma companhia de homens piedosos que aceitassem, generosamente, a missão de socorrer os pobres enfermos, sem preocupação de recompensa.  Aos 32 anos voltou aos estudos, sendo ordenado sacerdote aos 34 anos. Aos 18 de março de 1586, o papa Sixto V aprova a Congregação Religiosa fundada por Camilo. Em 21 de setembro de 1591, o papa Gregório XIV eleva a Congregação de Camilo ao "status" de Ordem Religiosa. Em 1886, Leão XIII declarou São Camilo, juntamente com São João de Deus, Celestes protetores de todos os enfermos e hospitais do mundo católico. No dia 28 de setembro de 1930, Pio XI proclamou Camilo " Protetor dos profissionais da saúde".


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ORAÇÃO DE SÃO CAMILO

Glorioso São Camilo,
Volvei um olhar de misericórdia sobre os que sofrem
E sobre os que os assistem.
Concedei aos doentes aceitação cristã,
Confiança na bondade e no poder de Deus.
Dai aos que cuidam dos doentes
Dedicação generosa e cheia de amor.
Ajudai-me a entender o mistério do sofrimento,
Como meio de redenção e caminho para Deus.
Vossa proteção conforte os doentes e familiares,
E os encoraje na vivência do amor.
Abençoai os que se dedicam aos enfermos,
E que o bom Deus conceda paz e esperança a todos.
Amém!

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               A música para o Oratório de hoje é de Goiano e Geraldinho, com Goiano & Paranaense: “O Doutor e o Caipira”.


               Um grande abraço e que a Paz de Cristo permaneça conosco!

Wilmar Machado

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